Blogue da Biblioteca Escolar da Escola Básica Ferreira de Castro - Sintra

Aqui partilhamos tudo o que acontece na nossa Biblioteca.

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09 fevereiro, 2019

O livro e a paisagem em Ferreira de Castro


Ainda o escritor da paisagem: Ferreira de Castro


Ao fim da Avenida, meteu ao parque público. A terra, exibia-se garbosamente, com os seus canteiros floridos e as árvores dum verde tenro de primavera. O sol, filtrando-se por entre as comas, pintava, nas alamedas, arabescos de sombras e claridade. Através do arbustedo divisava-se, por todos os lados, a policromia das flores e um perfume intenso de jardim apossara-se da atmosfera.
Ela procurou sítio a seu gosto. Havia pouca gente naquele trecho do parque: dois velhos tomando sol, umas crianças que brincavam. Mais além, um homem novo, lendo um jornal. Sentou-se num dos bancos. Em frente estendia-se o lago, onde vogava uma pata e sua copiosa prol. Q brinquedos de feltro sobre a água fulgindo ao sol.
Ferreira de Castro, A Tempestade (1940)
(BEFC 82-3 – CAS – TEM)
pág. 79


07 fevereiro, 2019

O livro e a paisagem em Ferreira de Castro


Ainda o escritor da paisagem: Ferreira de Castro




 De novo o caminho ia encabritando abada a acima. Padornelos estava perto, mas mal se divisava. Os seus casebres de pedra solta, escurecida pelo tempo, e cobertos de colmo, dir-se-ia fruírem poder mimético, confundindo-se, apagando-se na encosta pardacenta. Se não fosse a moradia do “americano”, erguida, com sua fachada branca e telhado vermelho, um pouco arriba do aglomerado lugarenho, a quem visse de longe tudo parecia serra, não habitada por homens, mas por lobos ou outros bichos que gostassem de abruptas solidões. Para lá, o Larouco levantava a crista majestosa, ligando a terra ao céu e ostentando, nas primeiras declividades, grandes lençóis de neve. Era vulto enorme e altivo, presidindo, com a sua imponência ás outras montanhas que rabiavam dali ao Gerês. E, nascido do seu peito, o Cávado, deslizando de fraga em fraga, vinha correr cá em baixo, à esquerda de Leonardo. Ia manso o leito de margens quase nuas, pois só um outro vidoeiro, desfolhado pela invernia, nelas se destacava, alto e triste. Mas, qui e ali, alagava lameiros de erva mui verde - únicas manchas de cor viva na paisagem austera, cóbrea e sombria”
Ferreira de Castro, Terra Fria (1934)
(BEFC 82-3 – CAS-TER)
pág.20

04 fevereiro, 2019

O livro e a paisagem em Ferreira de Castro




Ainda o escritor da paisagem: Ferreira de Castro

“Era ainda, ao longe, um risco azuláceo- claro a emergir da muralha verde da selva. Buscando o canal, o “ Justo Chermont” mais uma vez trocou a margem direita pela esquerda e só depois convergiu a sua proa ao novo porto.
O seringal desvendava-se agora totalmente: em linha recta erguiam-se três barracas, logo dois casarões de madeira e telha. Um, resvés à terra, que devia ser pasto das águas em ano de enchente grande; o outro, muito comprido, ladeado por uma varanda, fixava-se em paliçada, para se libertar das inundações. Pelo porte, tamanho e pinturas, indicava a residência do amo e sede da exploração do seringal.
Desde Três Casas, Alberto não avistara outro tão importante, situado num vasto campo, que terminava, já na margem do rio, à sombra de três palmeiras, altas, nobres e solenes.”
Ferreira de Castro, A Selva (1930)
(BEFC cota – 82-3, CAS – SEL)
pág.82,83

28 janeiro, 2019

O livro e a paisagem em Ferreira de Castro



A literatura constitui um vasto campo onde o geógrafo pode encontrar. quase sempre em espaços ficcionados, percursos sociais. cenários económicos e culturais que o podem ajudar a compreender as relações. quase sempre complexas. entre a população e o território.

LITERATURA E GEOGRAFIA: Outras viagens, outros territórios.
EMIGRANTES de Ferreira de Castro
Fernanda Delgado Cravidão e Marco Marques
Cadernos de Geografia. n. • 19. 2000 Coimbra, FL.U.C, pp. 23-27




Do currículo de geografia de 7º ano faz parte a observação e descrição de paisagens. Enquadrado neste tema foi desenvolvido o projeto “As Paisagens”. Este projeto foi desenvolvido em parceria com a Biblioteca Escolar Ferreira de Castro que organizou uma exposição sobre a descrição de paisagens nas obras de Ferreira de Castro. 


A visita e exploração da exposição pelos alunos permitiu concretizar alguns dos objetivos previstos no projeto : utilizar o vocabulário geográfico em descrições orais e escritas de lugares, regiões e distribuições de fenómenos geográficos; situar exemplos de paisagens no respetivo território a diferentes escalas geográficas: local, regional, nacional e continental, ilustrando com diversos tipos de imagens; identificar o tipo de paisagem existente na região onde a escola se localiza; caracterizar a paisagem envolvente da escola (rochas dominantes, relevo). 



A articulação da atividade da biblioteca escolar, com as experiências de aprendizagem desenvolvidas em contexto de sala de aula, contribuíram para uma aprendizagem contínua, facilitou a motivação para a descoberta de outras formas de escrita (linguagens), onde o vocabulário geográfico está presente e estimulou o desenvolvimento crítico do conhecimento e a imaginação e a criatividade.

Todas as turmas de 7º ano, acompanhados pelos professores de Geografia visitaram a exposição da Biblioteca Escolar Ferreira de Castro O livro e a paisagem em Ferreira de Castro.



Tornar a Biblioteca Escolar Ferreira de Castro um local de formação e desenvolvimento da competência leitora, condição de todo o conhecimento, tendo como linha de ação a participação em iniciativas de estímulo ao relacionamento das competências de leitura com outros domínios do saber, objetivo do Programa Rede de Bibliotecas Escolares no seu Quadro estratégico 2014-2020, esteve subjacente a esta atividade dedicada a Ferreira de Castro.

O escritor da paisagem: Ferreira de Castro



“O pinhal, todo de troncos grossos, casca áspera e gretada, adormecida austeramente no silêncio da tarde primaveril. As suas pinhas dir-se-iam incopuladas ou corroídas por antídoto maltusianista, pois cá em baixo, no solo castanho e acidentado, nenhum pinheiro infame erguia para o céu os bracitos verdes. Os caules nus, quase negros, assimétricos, eram colunas dum tempo bárbaro, em cuja cúpula transparente o sol ia tecendo prateada e fantasiosa malha. Por vezes, o tecido incorpóreo esfarrapava-se e descia em fluidos caprichosos, até os galhos, formando pulseiras, ou até ao chão, onde coagulava em jóias bizarras.
Ao fundo, cortando o declive, estendia-se a linha avermelhada dum valado, que cedia terreno e entrincheirava a multidão cerrada dos pinheiros adolescentes e mui viçosos – a prole que os velhos não quiseram cobrir com as suas asas seculares.
À esquerda, para lá ainda da falda do outeiro, esbranquiçava, por entre a ramagem estática, o casario da aldeia. Desse lado, certamente de debicar os brincos vermelhos das cerejeiras, um gaio vinha, de quando em quando, esconder no pinhal o cromatismo da sua plumagem. “Chuá Chuá”. E era o único grito que quebrava o silêncio, também volátil, das velhas árvores em êxtase”
Ferreira de Castro Emigrantes (1928)
(BEFC cota:82-3 CAS-EMI)


10 dezembro, 2018

O Antigo Egito


Decorreu no mês de novembro na Biblioteca Escolar Ferreira de Castro a montra bibliográfica dedicada ao Antigo Egito, conteúdo programático de História do 7º ano. Os professores desta disciplina visitaram com os seus alunos esta exposição, tendo elaborado para o efeito um guião de exploração de algumas das obras expostas.





Para além dos livros, vários foram os quadros e objetos que completaram a montra bibliográfica, graças ao empréstimo de diversos professores.














Biblioteca Escolar Ferreira de Castro pretende abranger o Programa Rede de Bibliotecas Escolares no seu Quadro estratégico 2014-2020 tornando-se um foco difusor do gosto e do prazer de ler, fundamental à construção de hábitos de leitura.


30 outubro, 2018

Onde vivemos



Em outubro de 2018 a Biblioteca Escolar Ferreira de Castro promoveu e desenvolveu uma atividade dirigida aos alunos do quinto ano, como estratégia de concretização das aprendizagens essenciais da disciplina de História e Geografia de Portugal.  A atividade designada «Onde Vivemos» consistiu numa montra bibliográfica. 

Previamente, foram selecionadas várias obras que fazem parte do catálogo da biblioteca, onde constavam diversas representações cartográficas, de espaços e de territórios relacionadas com a identidade de Portugal, o que corresponde a competências essenciais da disciplina de HGP.


Foi também preparado um conjunto de questões orientadoras a que os alunos tinham de responder, consultando os elementos destacados.

Alunos de diversas turmas, organizados em grupos, deslocaram-se à biblioteca durante uma aula de História e Geografia de Portugal, para responderem às questões. As respostas foram apresentadas em turma para exploração didática em sala de aula.


A atividade foi adequada para concretizar algumas competências específicas da disciplina de História e Geografia de Portugal: localizar, em representações cartográficas, diversos espaços e territórios que lhe dão identidade, utilizando diferentes escalas e mobilizando os mais diversos tipos de informação georreferenciada, relacionando as suas características mais importantes para compreender a dimensão espacial de Portugal e da sua inserção no Mundo; Estabelecer relações entre as formas de organização do espaço português e os elementos naturais e humanos aí existentes em cada época histórica e na atualidade.


Os alunos estão pouco habituados a consultar fontes bibliográficas diversificadas para a aprendizagem de conteúdos disciplinares, além do manual, pelo que a atividade tem um objetivo pedagógico evidente. Assim, o envolvimento dos alunos não ocorreu espontaneamente, sendo necessário motivá-los com esse fim. Uma vez motivados, realizaram a atividade com empenho.

Biblioteca Escolar Ferreira de Castro cumpre o Programa Rede de Bibliotecas Escolares no seu Quadro estratégico 2014-2020 tornando-se um núcleo de apoio pedagógico, crucial ao cumprimento dos objetivos educativos da escola.

20 março, 2017

Exposição Pharmácia Antiqua



A propósito da visita de estudo dos alunos de 7º ano ao museu da farmácia integrado na disciplina de Físico-química, e integrado nas sessões sobre a história da farmácia, a Biblioteca Escolar organizou uma exposição alusiva a vários períodos da evolução da farmácia. 


Objetos alusivos à farmácia do século XVIII e à manipulação química de elementos, levaram os alunos a reconhecer utensílios utilizados em laboratório das aulas de Físico-química e Ciências Naturais. Tripés de ferro, tubos de ensaio, balões de destilação, pinças de madeira, provetas, balões volumétricos, almofarizes, erlenmeyer, balão volumétrico, funil, cadinhos, etc.


Vários tipos de balanças de várias épocas: a balança de dois pratos e pêndulo do século XIX, balanças mecânicas antropométricas de pesar bebés e vertical de farmácias dos anos cinquenta do século XX,  balança de laboratório, tudo os alunos puderam observar nesta exposição.


Vários tipos de frascos e mangas de farmácia encheram as prateleiras da exposição.


Cartazes publicitários de produtos de farmácia e medicamentos fizeram os alunos viajar pela história da farmácia mas também pela história da publicidade e do design. 










Vários foram os professores que contribuíram com objetos seus para a exposição assim como o Centro de Saúde de Algueirão Mem Martins com a colaboração da enfermeira Paula Antunes.