Mais uma página a caminho de 25 de abril, data em que celebraremos, a Revolução dos Cravos. Para melhor valorizarmos a revolução convém continuarmos a conhecer algumas realidades de Portugal, anteriores a 1974, através mais uma vez da RTP Ensina e de sugestão de leituras.
Hoje abordaremos a História da PIDE/DGS
Durante quase 30 anos a polícia política encarregou-se de assegurar os valores do estado novo, mesmo que isso implicasse matar, torturar ou censurar.
A Polícia Internacional e de Defesa do Estado (PIDE) foi criada a 22 de outubro de 1945, no auge do Estado Novo. A função desta polícia era perseguir, prender e interrogar qualquer individuo que fosse visto como inimigo à ditadura salazarista. Estes opositores ao regime eram levados para prisões em Portugal como as dos Fortes de Caxias e de Peniche, ou a do Tarrafal, na ilha de Santiago, no arquipélago de Cabo Verde. Nestes locais eram muitas vezes vítimas de tortura, privação de sono, isolamento, más condições alimentares, higiénicas e de saúde, o que levava muitas vezes à sua morte.
A PIDE também dirigia a censura. Um dos seus mais famosos processos ficou conhecido como o “lápis azul”, uma vez que todos os artigos de imprensa e obras de arte – literatura, teatro, cinema, artes plásticas -, eram cortados, editados ou proibidos com um lápis azul antes de serem publicados.
Com a subida ao poder de Marcelo Caetano, em 1968, a imagem deste organismo policial tinha uma reputação amarga perante o povo português, levando o recente ditador a dissolver a PIDE. Mais tarde, a 24 de Novembro de 1969, foi oficialmente criada a DGS (Direção-Geral de Segurança) que manteve as mesmas funções da antiga PIDE.
Este sistema autoritário só chegou realmente ao fim com a chegada do 25 de Abril de 1974
Este texto e um pequeno filme podem ser visionados em:
Entretanto sobre este tema propomos a leitura da obra da historiadora Irene Pimentel
A história da PIDE.
Propomos mais um livro sobre a PIDE e seus informadores, que como nos diz a apresentação do Museu Nacional Resistência e liberdade, é uma importante narrativa histórica sobre a PIDE e os seus informadores, através do caso paradigmático de Inácio […] objectiva e rigorosa, feita com base nos processos da polícia política existentes na Torre do Tombo, se poderá […] conhecer a face mais negra do Estado Novo, como Estado autoritário ou totalitário, questionando a ideia de que se tratava – como às vezes por aí se diz – de uma simples “ditadura à portuguesa”, tradicionalista e conservadora, e de “brandos costumes”.