Na sequência da Semana da
Internet Segura e no objetivo do contributo da biblioteca escolar na
vertente pedagógica e curricular, através do enriquecimento e diversificação de
práticas, da exploração de ambientes, recursos e estratégias de ensino variados
e da integração nas atividades escolares das literacias digitais, da informação
e dos média, a Biblioteca Escolar Ferreira de Castro iniciou uma formação
para todos os alunos de 8º ano sobre Fake News.
Vivemos
num mundo dominado pela tecnologia. Cabe à escola,
enquanto gestora do processo de ensino-aprendizagem, acompanhar esta nova
realidade social. Atualmente, os jovens encontram-se imersos em ambientes
multimédia e digitais – são nativos digitais[1]. As
redes sociais são a sua ferramenta mais comum de comunicação, movendo-se muito
habilmente pelo número de likes, pelo número de amigos/seguidores e pela grande
e rápida partilha da informação. Também na escola, as tecnologias de informação
e comunicação ganharam definitivamente o seu espaço, expandindo o conceito de
sala de aula e permitindo que o processo de ensino/aprendizagem atinja níveis
cada vez mais abrangentes e mais aliciantes, privilegiando a ação do aluno e
promovendo o desenvolvimento das competências inscritas no Perfil do Aluno à
Saída da Escolaridade Obrigatória e requeridas para o século XXI, de acordo com
o Quadro de Referência Europeu. Não obstante, embora o acesso à informação
esteja à distância de um clique, nem toda a informação disponibilizada tem
origem em fontes fidedignas. As notícias falsas – Fake
News – proliferam na internet e nos meios de comunicação social e passam
despercebidas a um olhar menos atento, na medida em que aparentam ser
verdadeiras revestindo-se de artifícios que lhes conferem a aparência de
verdade, mostrando-se assim confiáveis. A faixa etária dos nossos jovens é
muito permeável a este tipo de notícias, já que elas são geralmente muito
simples, diretas, claras e apelam aos sentimentos mais básicos do ser humano.
Vão muitas vezes ao encontro do que eles querem ouvir, sendo potencialmente
perigosas pois estão na base da desinformação e de movimentos que podem conduzir
à polarização política e social. Não existe uma fórmula para identificar as
notícias falsas que circulam na internet, nas redes sociais e em alguns meios
de comunicação social. No entanto, é também função da escola, alertar os alunos
para a necessidade de serem mais informados e críticos em relação a todas as
informações a que, voluntária ou involuntariamente têm acesso. Só assim estão
aptos a travar a sua disseminação.
Foi neste contexto que
surgiu a proposta desta atividade, integrada na dinâmica da biblioteca escolar
da Escola Básica Ferreira de Castro. É dirigida a todos os alunos de 8º ano e
prolongar-se-á pelos meses de fevereiro e março, às segundas-feiras, num total
de 10 sessões.
Tem como principais
objetivos:
- Alertar
os alunos para a existência de notícias falsas a circularem na internet.
- Sensibilizar
os alunos para a necessidade de estarem mais atentos às informações
disseminadas pela internet.
- Tornar
os alunos mais aptos a distinguir as notícias verdadeiras das notícias falsas.
- Desenvolver
o espírito crítico na leitura dos conteúdos online.
- Divulgar
alguns cuidados a ter com a informação que consomem online e que replicam a
partir das suas partilhas.
- Saber
utilizar instrumentos diversificados para pesquisar, descrever, avaliar, validar
e mobilizar informação, de forma crítica e autónoma, verificando diferentes
fontes documentais e a sua credibilidade (PASEO- competências na área de
Informação e comunicação).
- Desenvolver a cidadania digital.
A metodologia adotada
passa por um conjunto de palestras/turma com a duração de 50 minutos cada. A
sua dinamização, no espaço da biblioteca e sala AV, teve como base um
powerpoint e, para além de uma componente expositiva, teve uma componente
interativa, em que os alunos são convidados a intervir, partilhando opiniões e
experiências ou vivências que vão enriquecendo a atividade e prendendo a
atenção de todos. Adicionalmente, visionam-se dois filmes[2] e
proporciona-se um momento mais lúdico de aplicação da informação adquirida,
através da projeção de algumas notícias que lhes permite verificar e distinguir
as verdadeiras das falsas (Fake News). Para tal, os alunos têm de estar atentos
à credibilidade da fonte, ao modo como estava escrita e construída e ao seu
autor. Ainda assim, são alertados para o facto de a habilidade na elaboração de
uma informação poder mascarar a sua fiabilidade, pelo que deveriam sempre
confirmar a mesma noutras fontes ou procurar ajuda. Esta confirmação de veracidade, aplica-se
também aos momentos de pesquisa da informação na internet, necessária ao
desenvolvimento dos trabalhos escolares e dos projetos em que estão envolvidos.
Foram ainda alertados para a sua responsabilidade na partilha de informações
sem antes terem confirmado a sua veracidade.
A Biblioteca Escolar da
Escola Básica Ferreira de Castro, como “espaço educativo integrador de
múltiplas literacias” mais uma vez cumpre o seu objetivo, promovendo uma
atividade que contribui para a capacitação dos seus jovens na área da literacia
digital e para o seu sucesso escolar e desenvolvimento pessoal e social.
A
professora responsável
pela atividade
Maria Teresa Relvas
Nativos
Digitais em Portugal Um motivo de preocupação para as organizações?
Tese de Mestrado, Instituto Superior de Línguas
e Administração.
As Bibliotecas Escolares são ambientes de convívio e de trabalho onde
se realizam percursos formativos e de aprendizagem que estimulam a interação
dos alunos com tecnologias e fontes de informação diversificadas. Ocupam um
lugar imprescindível na escola, na medida em que fomentam o treino e a formação
para as literacias digitais, dos média e da informação, preparando os alunos para
a pesquisa, uso, produção e comunicação da informação e para a participação
segura e informada nas redes sociais.
Programa Rede de
Bibliotecas Escolares
- Quadro estratégico
2014-2020
Mais uma vez a implementação do Perfil dos Alunos à Saída da Escolaridade Obrigatória ao nível das competências
na Informação e comunicação e Pensamento crítico e pensamento criativo.