"Em 1998, Helena Marques publica Terceiras pessoas. A obra tem lugar na virada do milénio, no século XXI, e descreve o percurso da mulher segundo a sociedade de sua época. Tempo e espaço entrelaçam-se.
Terceiras pessoas tem lugar em Porto dos Frades, um lugar fictício, na região do Ribatejo. Este local, em Portugal continental, é a recriação entre o real e a realidade. A natureza é o lugar de chegada, é a “geografia do coração”. Os caminhos indicam a “paixão da terra”, “o sentido de pertença”. São o lugar da memória, das marcas deixadas pelo tempo.
Neste lugar se relacionam três gerações em torno da personagem central, Natália, casada com João Bernardo. O casal, amantes e esposos, com o decorrer do tempo invertem seus movimentos. Ele segue o movimento centrípeto, contínuo e coerente. Ela perfaz o movimento centrífugo, numa busca constante de mudança. Nesta obra, Natália, símbolo da mulher portuguesa, encontra a sua identidade. Ela já não depende do homem, e realiza-se por si só. Natália, executiva eficiente e independente, voa entre a Europa e a América. Com este tipo de vida, as terceiras pessoas desempenham um papel fundamental. São os heróis anónimos do quotidiano:
…o mundo não é constituído só por nós, os que nos conhecemos desde sempre, os que nos encontramos todos os dias. O mundo é sobretudo constituído por elas, pelas terceiras pessoas, aquelas de quem nada sabemos ou de quem pouco sabemos e que, um dia, inesperadamente, saem do desconhecimento ou das sombras e vêm ao nosso encontro, subvertem os nossos conceitos e influenciam as nossas vidas ou são por elas influenciados.
Natália não poderia ter a vida de executiva sem as terceiras pessoas. Foi com elas que teceu a “teia familiar”. Mas as terceiras pessoas são, em verdade, primeiras. Elas dão “a certeza de continuidade da casa, das terras e da memória”. Para Natália, foi-lhe oferecida a Holanda como morada final de sua carreira – presidente da Companhia.. Aceitar o cargo mais elevado de sua carreira, implica em deixar as pessoas amadas para trás, como o fizera antes. Ir ou ficar, optar entre a vida profissional ou a pessoal é o dilema. Ambas são inconciliáveis no tempo e no espaço. Sempre há um preço a pagar.
Natália reflete: “…mas onde está a vitória? Que faço dela?, ou que fez ela de mim?”. Neste ponto se encontra a mulher na virada do milênio, entre duas opções, a casa ou a profissão. A mulher chegou onde queria. O caminho de sua plenitude é agora uma escolha individual."
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"Chega-se a ser grande por aquilo que se lê e não por aquilo que se escreve." Autor: José Luís Borges
Páginas
02 junho, 2014
Terceiras Pessoas
28 abril, 2014
Clube de Leitura
Da sinopse, retirámos o seguinte passo:
Clube de Leitura
22 janeiro, 2014
O Tigre Branco
Realizou-se na passada sexta-feira mais uma sessão do nosso Clube de Leitura. A obra comentada foi “O Reino do Dragão de Ouro”, de Isabel Allende, conforme publicámos aqui.
Decidiu-se que a próxima leitura será “O Tigre Branco” de Aravind Adiga”, que apresentamos aqui.
“Premiado com o Booker Prize de 2008, O Tigre Branco é um romance de estreia auspicioso que, sem cair no cliché do romantismo exótico e superficial, nos revela uma Índia ainda muito pouco explorada pela ficção, a Índia negra, violenta e exuberante das desigualdades socioculturais endémicas. Aravind Adiga oferece-nos um retrato cru e muito pouco glamoroso da desumana realidade de vida das classes mais pobres pela voz espirituosa e mordaz do narrador, Balram Halwai, um jovem que cresce no interior miserável da Índia e se torna um empresário de sucesso em Bangalore. E é através do seu percurso moralmente ambíguo que conhecemos as discrepâncias chocantes entre o luxo extravagante da elite rica dos boulevards e a luta desesperada pela sobrevivência dos que nada têm. Uma comédia negra irreverente que desmistifica a Índia lírica e nostálgica que tantas vezes idealizamos. “
Presença, 2010
Este livro é uma carta escrita pelo protagonista, Balram Halwai, e dirigida ao Primeiro-Ministro Chinês, que visitará a Índia em breve. Nela Balram descreve a sua vida. Oriundo de uma casta inferior, viveu uma infância miserável e cresceu sem saber o que era uma rede de esgotos ou a eletricidade. O pai morreu de tuberculose num hospital sem médicos, onde os doentes se deitavam em folhas de jornal. Balram cresceu, deixou para trás a sua terra e foi para a cidade, em busca de trabalho. Vítima da sua condição inferior, Balram, apesar de ser inteligente, não conseguiu fugir ao seu destino: servir os ricos, sofrer a injustiça, a miséria e a fome. O seu destino foi marcado pela casta a que pertencia.
Na carta de Balram está a realidade de uma nação corrupta, criminosa e repleta de vícios. Um assassino é facilmente ilibado do seu crime. Há sempre um criado que paga pelos erros alheios. Esta decadência da sociedade e do ser humano é descrita de forma brilhante, em tom direto, pautado por uma subtil ironia.
Fonte: http://planetamarcia.blogs.sapo.pt/343790.html (adaptado)
13 janeiro, 2014
O Vale dos Yetis
"Tensing, o monge budista, e o seu discípulo,o príncipe Dil Bahadur, tinham escalado durante dias os altos cumes ao norte da cordilheira dos Himalaias, a região dos gelos eternos, onde só alguns lamas puseram os pés ao longo da história. Nenhum dos dois reparava nas horas, porque o tempo não lhes interessava. O calendário é uma invenção humana; a nível espiritual, o tempo não existe, ensinara o mestre ao seu aluno.
O Reino do Dragão de Ouro, o terceiro volume da trilogia de Isabel Allende. Para além das peripécias vividas pelos protagonistas, a autora também desvela o valor e a simplicidade dos ensinamentos budistas.
É assim que começa o romance
E é deste modo que os membros do Clube de Leitura Ferreira de Castro começarão mais uma sessão, na próxima sexta-feira, dia 17 de janeiro, pelas 21h, na Biblioteca da nossa escola.
E já agora, sabes o que é um yeti?
18 novembro, 2013
Clube de Leitura
Na sessão do Clube de Leitura sobre a obra de Mário de Carvalho "A Inaudita Guerra da Avenida Gago Coutinho", realizada no dia 15 de novembro, sobressaiu a boa disposição dos seus membros. No que diz respeito ao livro, todos destacaram não só o bom domínio do léxico do Português como também a magnífica utilização da ironia.
Próxima sessão: 17 de janeiro de 2014
obra em destaque: O Reino do Dragão de Ouro, de Isabel Allende.
05 novembro, 2013
A Inaudita Guerra da Avenida Gago Coutinho
23 setembro, 2013
18 setembro, 2012
Bom Ano e Muitas Leituras
Começaram as aulas... Mais uma viagem com livros!
19 abril, 2012
15 março, 2012
Últimas Notícias do Sul
Estas são, pois, as últimas notícias do Sul.»
Luis Sepúlveda
13 março, 2012
22 novembro, 2011
Clube de Leitura
13 outubro, 2011
A Máquina de Fazer Espanhóis
Para saberes mais sobre este livro visita este endereço: http://www.pglingua.org/sites-associados/imperdivel/2972-a-maquina-de-fazer-espanhois-resenha-de-raquel-miragaia