A Educação no Estado Novo

    No dia do Agrupamento de Escolas Ferreira de Castro, este ano com o tema das celebrações dos 50 anos da Revolução Portuguesa de 25 de Abril de 1974, a exposição da Biblioteca Escolar Ferreira de Castro, intitulada A Educação no Estado Novo, recebeu a visita de muitas turmas de 2º e 3º ciclos. Desta vez centrámo-nos mais sobre os objetos expostos e conversámos sobre a sua utilização e de como a educação no Estado Novo era tão diferente da de hoje. 

    Os nossos alunos ficaram a saber como eram as secretárias em madeira de tampo inclinado, o que é uma palmatória ou a menina dos cinco olhos, de como foi ter estojos e esquadros de madeira ou ainda de como se escreveria com canetas de aparo ou de tinta permanente em exames de caligrafia, utilizando o mata-borrão. Mas algo que lhes fez mais confusão foi o facto de muitos meninos escreverem em ardósias e tudo se apagar para se escrever de novo.

    Conversámos sobre a existência do livro escolar único como espelho ideológico, e podemos comparar as capas dos livros e dos cadernos com os que hoje utilizamos. Ainda houve tempo para falarmos da Mocidade Portuguesa Feminina e da educação de género. O crucifixo na parede do quadro e a educação católica obrigatória durante o Estado Novo, também foi tema de conversa na comparação com a liberdade religiosa dos nossos dias.

Foram encontros muito animados.

Semana da Leitura - A Educação no Estado Novo

Na Semana da Leitura, a Biblioteca Escolar Ferreira de Castro continuou a divulgar a sua exposição A Educação no Estado Novo, integrado nas celebrações dos 50 anos da Revolução Portuguesa de 1974.Os nossos alunos puderam ler e interpretar diversos textos de manuais únicos do período do Estado Novo em Portugal. Associar os textos lidos à ideologia vigente é um trabalho de interpretação histórica que nos remete para a manipulação ideológica dos manuais escolares da época.

A matriz autoritária é uma das características dominantes da política educativa

do Estado Novo (1930-1974). A raiz doutrinal está sempre presente, extravasando mesmo os espaços escolares, para se projetar no seio das famílias e das comunidades.

O Estado Novo sente-se investido das legitimidades sociais que sustentam

as práticas de doutrinação e utiliza todas as potencialidades do ensino como factor

de socialização: inculca valores, subordina corpos, disciplina consciências.

Nóvoa, António

A «Educação Nacional» (1930-1974):

Análise Histórica e Historiográfica

Relatório das Provas de Agregação

Faculdade de Psicologia e de Ciências da Universidade de Lisboa

30 pp.

A Educação no Estado Novo

          A Biblioteca Escolar Ferreira de Castro continua com as suas comemorações dos 50 anos da Revolução Portuguesa de 25 de abril de 1974.O conhecimento sobre o Estado Novo em Portugal dará um entendimento mais contextualizado da revolução democrática em Portugal, sobretudo às gerações já nascidas em liberdade. Foi neste sentido que a Biblioteca Escolar Ferreira de Castro inaugurou mais uma exposição sobre as décadas portuguesas anteriores a 1974,  dos anos 30 aos anos 70 do século XX. Desta vez a exposição intitula-se A Educação no Estado Novo. Manuais escolares, cadernos escolares, material escolar diverso, são alguns dos objetos expostos. Sobre a Mocidade Portuguesa apresentamos revistas, regulamentos, diversas publicações e fardamentos, como mais um retrato da formatação ideológica juvenil do Estado Novo em Portugal. Acrescentamos alguns livros infantis e de Banda Desenhada, da época. As caixas métricas foram gentilmente cedidas pelo professor bibliotecário Sílvio Maltez do Agrupamento de Escolas de Aqua-Alba, e alguns jogos didáticos foram disponibilizados atenciosamente pela professora bibliotecária Natália Carias da Biblioteca da Escola Secundária de Santa Maria. Placares com páginas de manuais escolares, sobretudo de História e de Leitura, expõem a ideologia patente nos livros únicos do Estado Novo.

      Ao material de coleção da professora bibliotecária Teresa Costa, junta-se um magnifico cenário elaborado pela professora Isaura Esteves.