Blogue da Biblioteca Escolar da Escola Básica Ferreira de Castro - Sintra

Aqui partilhamos tudo o que acontece na nossa Biblioteca.

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08 novembro, 2024

Ler o Holocausto - O Carteiro de Auschwitz


    Ensinar e aprender sobre o Holocausto cria uma oportunidade fulcral para inspirar o pensamento crítico, a consciência social e o desenvolvimento pessoal.O projeto Ler o Holocausto, da Biblioteca Escolar Ferreira de Castro, dá aos alunos oportunidade de verem as vítimas de perseguição nazi na sua individualidade. Esta abordagem através da leitura de testemunhos reais, permite uma metodologia que torna autêntica, para os alunos, a dimensão do sofrimento causado. Este projeto de leitura integral de obras com testemunhos reais do Holocausto, permite ainda incentivar o respeito pelos Direitos Humanos e contribuir para educar na prevenção do genocídio.
    Nas RECOMENDAÇÕES PARA O ENSINO E A APRENDIZAGEM SOBRE O HOLOCAUSTO, publicado em 2019 pela International Holocaust Remembrance Alliance (IHRA), quando se abordam fontes e recursos para um ensino e uma aprendizagem eficazes, aconselha-se a disponibilizar aos alunos o acesso a fontes primárias, justificando que é benéfico utilizar testemunhos para criar uma ligação única ao passado Para além de os alunos aprenderem a História, a utilização de testemunhos em primeira mão ajuda os alunos a compreenderem o impacto que os acontecimentos tiveram nos indivíduos. Recordar acontecimentos numa perspetiva pessoal permite compreender a diferença entre factos e considerações, permitindo ainda refletir sobre a essência da memória.
    Esta escolha voluntária, por parte dos alunos, de obras com testemunhos reais do Holocausto, permitiu uma reflexão mais contextualizada sobre este momento histórico.
Publicamos aqui a apreciação literária de Diego Mourinha, da obra O Carteiro de Auschwitz.

    O Carteiro de Auschwitz, de Joe Rosenblum, é uma autobiografia que narra a luta pela sobrevivência ao holocausto. Joe ainda era uma criança quando assistiu à invasão dos nazis na sua cidade (Międzyrzecz) na Polónia. Sobreviveu por pouco ao contrário da sua família, mas a sua jornada começou após ser capturado.
    A personagem que mais me marcou foi o próprio Joe Rosenblum, mas existem claro, outras personagens com um significado como os prisioneiros que representam a coletividade e o sofrimento ou também os oficiais nazis que simbolizam a brutalidade e o abuso. Mas Joe Rosenblum demonstrou como alguém pode fazer tanto com tão poucas escolhas, isto é conseguiu salvar tantas vidas, arriscando a própria, na situação terrível em que estava. Joe não foi apenas uma vítima, ele foi um herói, mesmo apesar dos seus riscos e dos horrores que viu, não desistiu de salvar vidas inocentes, usando a sua posição (carteiro) para compartilhar informação crucial.
    A mensagem transmitida pelo livro são lições profundas sobre a força de espirito humano e a importância da compaixão, que mesmo na pior situação possível, é possível encontrar uma forma de resistir e de escapar.
    O Carteiro de Auschwitz é uma obra comovente que oferece o relato de uma vida impactante sobre o holocausto. Joe não relata só a sobrevivência, mas também uma reflexão profunda sobre a resiliência humana, a dignidade e a capacidade de manter a esperança por mais impossível que pareça. Em suma, carteiro de Auschwitz não só informa como também provoca a reflexão sobre a humanidade. É realmente uma obra que deixa uma marca duradoura no leitor.
    Diria que é uma leitura essencial, principalmente para quem deseja compreender as profundezas da experiência humana no holocausto. Recomento também para aqueles que procuram entender melhor as lições do passado, bem como aqueles que apreciam a História e também quem gosta de histórias que destacam a capacidade de espirito humano e superar adversidades.

Diego Mourinha 9.º A2





07 novembro, 2024

Ler o Holocausto - O bebé de Auschwitz


    Kathrin Meyer, Secretária Executiva da International Holocaust Remembrance Alliance (IHRA) afirma: Aconteceu uma vez. Não deveria ter acontecido, mas aconteceu. Não deve acontecer outra vez, mas pode acontecer. É por isso que a Educação sobre o Holocausto é fundamental.
    Neste sentido, o projeto Ler o Holocausto, da Biblioteca Escolar Ferreira de Castro, permite aos alunos a leitura de obras que são estudos de caso, testemunhos de sobreviventes, permitindo que a aprendizagem sobre o Holocausto seja feita através de testemunhos reais.
    Nas RECOMENDAÇÕES PARA O ENSINO E A APRENDIZAGEM SOBRE O HOLOCAUSTO (Primeira edição publicada em 2019 pela International Holocaust Remembrance Alliance (IHRA)) podemos ler: Além de transmitir aos alunos conhecimento sobre um acontecimento que desafiou profundamente os valores humanos, ensinar e aprender sobre o Holocausto dá-lhes a oportunidade de compreenderem alguns dos mecanismos e processos que conduziram ao genocídio e as escolhas que foram feitas para acelerar, aceitar ou resistir ao processo de perseguição e assassinato, reconhecendo que foram feitas, muitas vezes, em circunstâncias extremas.
    Com o projeto Ler o Holocausto, da BEFC, pretendeu-se criar uma estratégia de aprendizagem para abordar o Holocausto, promovendo o pensamento crítico e a reflexão. Cada aluno escolhe fazer estas leituras de forma voluntária, e pode mobilizar a sua aprendizagem para a sua vida pessoal ou ainda como complemento aos conteúdos programáticos de História de 9º ano.
Hoje publicamos o parecer literário de Ana Rita Bernardino,que nos revela como foi ler O Bebé de Auschwitz.


    O livro baseia-se em várias histórias de mulheres que sobreviveram à II Guerra Mundial, sobretudo em Auschwitz. Trata-se de uma mulher que, voluntariamente, entra num comboio para o grande campo de concentração em busca do marido, na esperança de reencontrá-lo, passando por inúmeros obstáculos que a abatem. Porém, é iluminada por uma gravidez que a ajuda a enfrentar todas as dificuldades.
    Gostei mais da Eva Adam, a personagem principal. Ensina-nos a ter esperança, mesmo nos momentos de pura escuridão, fazendo-nos apreciar cada detalhe que seria banal quando não contamos com uma guerra. Eva inspira todos à sua volta e, com resiliência, volta a ser feliz.
    Aprendi como é que a vida funcionava dentro daqueles campos. Aprendi também que alguns prisioneiros tinham vantagens sobre outros, e que as pessoas no exterior não faziam ideia do que se passava dentro dos campos. Aprendi a valorizar cada migalha e cada ponta de felicidade. Nunca sabemos quando acabará.
    O livro O Bebé de Auschwitz é um livro que me transmitiu os obstáculos e os sacrifícios que foram vividos num dos acontecimentos mais marcantes da História da Humanidade. Apesar do tema do livro ser perturbador para alguns, a escrita da autora sensibiliza, comove e não é enfadonha. Transmitiu-me nitidamente o terror e angústia vividos de uma maneira menos incómoda. A meu ver, é um livro adequado para conhecer a dura realidade que na altura era vivida.
    Eu recomendo este livro a quem procura saber mais sobre a II Guerra Mundial e a quem já leu o Diário de Anne Frank. Será intrigante relacionar duas realidades diferentes na mesma guerra.
    Eu gostaria de ter tido, anteriormente, o conhecimento que ganhei com este livro.

Ana Rita Bernardino 9º A4





18 junho, 2021

Ler o Holocausto : Noite

Hoje editamos mais uma partilha de apreciações sobre obras da Biblioteca Escolar Ferreira de Castro, referentes a publicações que retratam a realidade do Holocausto da Segunda Guerra Mundial, no projeto da nossa biblioteca escolar Ler o Holocausto, dirigido preferencialmente a professores e alunos de História de 9º ano, a quem agradecemos a participação neste desafio da biblioteca escolar.



Ler o Holocausto - O violino de Auschwitz


Propiciando e facilitando o encontro, a descoberta e o diálogo entre livros e leitores, a Biblioteca Escolar Ferreira de Castro, continua a estimular os leitores a compartilhar suas experiências e pontos de vista sobre a obra lida. No projeto Ler o Holocausto da Biblioteca Escolar Ferreira de Castro promovemos a leitura e simultaneamente a reflexão sobre valores universais.

17 junho, 2021

Ler o Holocausto- O tatuador de Auschwitz

O projeto Ler o Holocausto da Biblioteca Escolar Ferreira de Castro edita mais uma reflexão retirada de mais um trabalho sobre uma obra referente a testemunhos do Holocausto da Segunda Guerra Mundial, adotado pela disciplina de História de 9º ano. Este projeto responde às intenções do Perfil do aluno á saída da escolaridade obrigatória quando as conexões entre o indivíduo e a sociedade e, concomitantemente, entre o passado e o futuro, colocam à educação e à escola múltiplos desafios que suscitam diversas questões. Por exemplo, saber como podem os sistemas educativos contribuir para o desenvolvimento de valores e de competências nos alunos que lhes permitam responder aos desafios complexos deste século para a construção de uma sociedade mais justa.

16 junho, 2021

Ler o Holocausto - A última testemunha de Auschwitz


Promover a leitura e ao mesmo tempo a reflexão sobre valores universais no projeto da Biblioteca Escolar Ferreira de Castro Ler o Holocausto, são dois objetivos que desembocam no projeto Mediação Ler+ jovem, em que é o leitor juvenil que partilha com os seus pares a sua experiência leitora.


Ler o Holocausto : Sobrevivi ao Holocausto


Hoje publicamos mais uma apreciação de um trabalho do projeto da Biblioteca Escolar Ferreira de Castro, Ler o Holocausto. Os nossos alunos de 9º ano realizaram trabalhos sobre  obras referente ao Holocausto da Segunda Guerra Mundial, preferencialmente reportando testemunhos de sobreviventes. Com estes trabalhos a biblioteca escolar e a disciplina de História de 9º ano vai ao encontro dos valores preconizados pelo Perfil do aluno á saída da escolaridade obrigatória na defesa dos princípios dos direitos humanos na diversidade humana e cultural numa sociedade livre e democrática.

15 junho, 2021

Ler o Holocausto - O rapaz de pijama às riscas


Com o projeto da Biblioteca Escolar Ferreira de Castro, Ler o Holocausto, despertamos nos nossos alunos de 9º ano a sensibilidade necessária à promoção de valores para uma sociedade democrática.


Ler o Holocausto - Se isto é um Homem


Editamos mais um testemunho de Leituras do Holocausto, com obras da Biblioteca Escolar Ferreira de Castro, onde a compreensão e empatia dos nossos alunos de 9º ano são mais umas conquistas na direção do Perfil do Aluno à Saída da Escolaridade Obrigatória.

14 junho, 2021

Ler o Holocausto : Se isto é um Homem


Hoje iniciamos uma série de publicações relativas ao projeto da Biblioteca Escolar Ferreira de Castro Ler o Holocausto. abraçado pela disciplina de História para alunos de 9º ano . Cada aluno leu uma obra da biblioteca escolar referente ao holocausto da segunda guerra mundial, de preferência escrita por sobreviventes ou testemunhas da época. Foi elaborado um trabalho exaustivo sobre cada obra lida, do qual foram retiradas algumas apreciações.
Mais uma vez a biblioteca escolar cumpre o princípio humanista do Perfil do aluno á saída da escolaridade obrigatória, nomeadamente no sentido da escola que habilita os jovens com saberes e valores para a construção de uma sociedade mais justa, centrada na pessoa, na dignidade humana e na ação sobre o mundo enquanto bem comum a preservar.
Agradecemos às alunas do 9º C e à sua professora Ana Aguiar, o terem participado neste projeto da biblioteca escolar.



26 março, 2021

PROMOVER PARA LER+ (Canção de embalar de Auschwitz)

Os mediadores de leitura colocam-se como uma presença que dá voz ao texto literário e apresentam o seu olhar para convidar à interação e motivar para novas leituras. Foram estas as intenções do projeto da Biblioteca Escolar Ferreira de Castro, Mediação Ler+ Jovem. Hoje são as palavras da Catarina Gaspar do 9º ano que nos apresentam o seu livro.

30 janeiro, 2021

PROMOVER PARA LER+ (Os Bebés de Auschwitz)

Estender pontes entre os livros e os leitores, criando as condições para fazer com que seja possível que um livro e um leitor se encontrem, é o que propomos aos jovens leitores da Biblioteca Escolar Ferreira de Castro quando divulgam a sua experiência leitora.

29 janeiro, 2021

76º aniversário da libertação de Auschwitz

 
Neste 76º aniversário da libertação de Auschwitz, no Dia Internacional da Memória do Holocausto, convidamos a fazer uma visita ao que foi a estrutura construída deste campo de concentração.
Vamos primeiro pelas mãos de Daniel Oliveira e a sua reportagem especial em Auschwitz,no programa Alta Definição da SIC.
 

Ainda visitando o campo de concentração de Auschwitz, mas agora pelas imagens da RTP, podemos assistir à reportagem No silêncio de Auschwitz, a propósito dos 70 anos de Auschwitz

 
Entre maio de 1940 e janeiro de 1945 morreram no campo de concentração de Auschwitz mais de um milhão de pessoas, a maioria judeus, transformando aquele complexo numa das principais fábricas da morte do nazismo. Hoje é um local de visitas e reflexão...

Roupa. Malas. Sapatos. Óculos. São milhares de peças que se acumulam pelas salas de Auschwitz, testemunhando com o seu silêncio o destino de um milhão e trezentas mil pessoas que ali foram mortas pela ideologia nazi.

Entre as pilhas de objetos há ainda várias toneladas de cabelo, cortadas da cabeça de mulheres que entraram no campo completam um quadro de terror numa escala industrial nunca vista até então.

Ainda hoje os visitantes não conseguem ficar indiferentes. Para além de milhares de visitantes que ali se deslocam de forma individual, acompanhados de familiares ou amigos, há também muitas escolas que levam turmas inteiras ao campo para que estes conheçam “in loco” a temática do holocausto estudada nas aulas.


28 janeiro, 2021

Leon Weintraub - sobrevivente do campo de extermínio de Auschwitz

 Ainda lembrando o 76.º Aniversário da Libertação de Auschwitz no dia Dia Internacional da Memória do Holocausto:

Leon Weintraub sobreviveu à passagem pelo campo de extermínio de Auschwitz porque conseguiu fugir. Nunca mais viu a mãe e as irmãs, que morreram nas câmaras de gás.

Trezentos sobreviventes de Auschwitz regressaram à Polónia para assinalar os 70 anos de libertação do campo de concentração que ali existiu e que é considerado um dos maiores símbolos do holocausto.

Esta é umas das últimas oportunidades para ouvir testemunhos diretos sobre os horrores que ali passaram, uma vez que os sobreviventes têm quase todos mais de 90 anos.

Conheça o depoimento de Leon Weintraub, um judeu polaco que perdeu toda a família naquele campo e só escapou à morte porque fugiu.


                                                                             AQUI


Ficha Técnica
Título: Sobrevivente do holocausto conta à RTP como escapou à morte
Tipo: Reportagem
Autoria: Sandra Sá Couto
Produção: RTP
Ano: 2015

27 janeiro, 2021

LER O HOLOCAUSTO

76.º Aniversário da Libertação de Auschwitz: Dia Internacional da Memória do Holocausto


Auschwitz é a designação em alemão da localidade polaca Oswiecim, na província de Katowice, a cerca de 60 quilómetros a sudoeste de Cracóvia.Durante a Segunda Guerra Mundial, os nazis instalaram, nos arredores da povoação, um complexo de campos de concentração que ficaram tristemente célebres pela tragédia humana ali ocorrida ao longo de vários anos. Auschwitz, criado em maio de 1940, foi o maior de todos os complexos de extermínio nazis. Compreendia, efectivamente, quatro campos e trinta e oito "comandos" (casernas e edifícios militares e "administrativos"). Um dos campos, Birkenau, com as suas quatro gisgantescas câmaras de gás, era o lugar onde a "solução final" do povo judeu através de um "tratamento especial" atingiu a triste cifra de 20 000 incinerações por dia. No campo de Auschwitz, propriamente dito, os detidos, por exemplo, serviam de "cobaias" humanas para experiências "in vivo" dos tenebrosos médicos das SS (corpo paramilitar de elite). Homens e mulheres, principalmente polacos e judeus, foram explorados até ao limite humano. Milhares e milhares acabaram eliminados nas câmaras de gás. Muitos dos mártires de Auschwitz eram também crianças, muitas das quais submetidas a experiências biológicas (como os casos de gémeos). Outros dos que ali estiveram presos trabalhavam para a fábrica de Buna-Monowitz, a IG Farben. Também a um grande número dos deportados desta galeria de horrores eram explorados os seus resíduos. Em transferências de campos, morreram cerca de 80 000 pessoas, entre muitas tristes imagens e cifras contabilizáveis ou, talvez, ainda por contabilizar. Os registos nazis relatam apenas a morte de pouco mais de duas centenas de milhar de detidos.
Avalia-se, atualmente, em cerca de três a quatro milhões de indivíduos, na maioria judeus, metade dos quais oriundos da Polónia, o número de vítimas desta gigantesca e cruel máquina criminal nazi. Auschwitz foi libertada em 27 de Janeiro de 1945 pelos russos, mas ainda assim as SS conseguiram retirar, dez dias antes, numerosos "detidos" que transferiram ainda para outros campos de extermínio e reclusão, como Buchenwald e Dora.Os responsáveis desta macabra "campanha" de extermínio em Auschwitz foram condenados pelo tribunal de Nuremberga depois da guerra ter acabado, apesar de muitos não terem demonstrado arrependimento ou consciência daquilo que fizeram, para além de alguns dos "médicos" exterminadores terem conseguido obter refúgio seguro e impunidade junto das ditaduras militares sul-americanas.

Naquilo que foi a estrutura construída do campo de concentração, foi erigido em Abril de 1967, a expensas de antigos presos, diversos governos e povos, o Monumento Internacional do Martírio, da traça de arquitectos italianos e polacos.

O campo de concentração de Auschwitz foi classificado Património Mundial pela UNESCO.O dia da libertação de Auschwitz foi declarado pela ONU como o Dia Internacional em Memória do Holocausto.

Auschwitz. In Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2013
wikipedia(imagem)

A entrada do campo marcada pela frase: Arbeit Macht Frei (O Trabalho Liberta)




Se isto é um Homem
Vós que viveis tranquilos
nas vossas casas aquecidas,
vós que encontrais regressando à noite
comida quente e rostos amigos,
considerai se isto é um homem:
quem trabalha na lama,
quem não conhece a paz,

quem luta por meio pão,
quem morre por um sim ou por um não.
Considerai se isto é uma mulher:
sem cabelo e sem nome,

sem mais força para recordar,
vazios os olhos e frio o regaço,
como uma rã no inverno.
Meditai que isto aconteceu.
Recomendo-vos estas palavras,
esculpi-as no vosso coração,
estando em casa, andando pela rua,
ao deitar-vos e ao levantar-vos.
Repeti-as aos vossos filhos.
Ou que desmorone a vossa casa,
que a doença vos entrave,
que os vossos filhos vos virem a cara.


Primo Levi (1946); tradução: Simonetta Cabrita Neto


https://estoriasdahistoria12.blogspot.com/2021/01/76-aniversario-da-libertacao-de.html?spref=fb&m=1&fbclid=IwAR027x9V2As-IGuo_NrMynpLu_dldub7hzqNtkGAkN9VqEkEetNunwqFntU

28 maio, 2020

DIAS DE QUARENTENA - LER O HOLOCAUSTO : PORTUGUESES NO HOLOCAUSTO


     Hoje é a Mariana Cabral que nos fala um pouco do livro que leu, no âmbito do projeto Ler o Holocausto, um desafio da Biblioteca Escolar Ferreira de Castro com a turma C de 9º ano.

     O livro Os portugueses no holocausto, foi escrito por Esther Mucznik. Esther Mucznik nasceu em Portugal e é filha de pais polacos. Viveu em Israel e França. É fundadora e presidente da Associação Memória e Ensino do Holocausto e também do museu judaico de Lisboa e membro da comissão de liberdade religiosa. 

Esther Mucznik

     Este livro fala dos refugiados que fugiram do holocausto e que se refugiaram em Portugal, pois nessa altura Portugal era um país considerado neutro e por essa razão ajudou muita gente mesmo que pelo facto de serem judeus não facilitasse a sua entrada. Eles tiveram de fugir de Hitler pois na sus visão os judeus eram como micróbios e parasitas. 

     Cá em Portugal a vida dos refugiados também não era fácil pois eles sentiam que os portugueses os julgavam pelas coisas que ouviram falar : "quando os judeus refugiaram-se em Portugal sentiram um ambiente hostil pois de facto as pessoas chegaram a um ponto que tinham medo deles e era difícil para os judeus integrarem-se em Portugal" - pág 57. 

     O holocausto foi uma época horrível na história da humanidade, mostrando assim o pior lado do ser humano. Ao ler este livro veio-me ao de cima um monte de emoções desde  raiva, tristeza, frustração, desapontamento entre outras emoções. 

     Apesar do tema ser um pouco pesado. é um livro muito interessante pois em vez de dar só o ponto de vista de quem está num campo de concentração como outros livros, dá o ponto de vista dos refugiados. 

    Obrigada Mariana pela tua partilha e reflexão sobre o livro que leste.

27 maio, 2020

DIAS DE QUARENTENA - LER O HOLOCAUSTO: O TATUADOR DE AUSCHWITZ


Agora é a vez de Maria Gomes, aluna da turma C do 9º ano, partilhar connosco a sua leitura  do livro O Tatuador de Auschewitz, no projeto Ler o Holocausto, da Biblioteca Escolar Ferreira de Castro.

O Tatuador de Auschwitz foi escrito por Heather Morris, que nasceu na Nova Zelândia mas habita atualmente na Austrália. Em 2003 Heather conheceu Lale Sokolov que lhe contou tudo o que aconteceu no holocausto, até os detalhes mais íntimos.

Heather Morris

     O livro conta a história de Lale que tinha 24 anos e era judeu. Lale foi voluntário para ir para o campo de concertação para proteger a sua família. Lale dirigiu-se até Praga onde apanhou o comboio em que viajou em muito más condições, até ao campo de concentração. No início ele trabalhou na construção de novos barracões mas depois conseguiu tornar-se tatuador. No decorrer do livro, Lale faz amigos e também apaixona-se por uma rapariga chamada Gita, que mais tarde se tornara sua mulher. Lale passa por alguns contratempos mas consegue sempre superá-los. O livro acaba com Lale a encontrar Gita e a pedi-la em casamento, depois de os dois terem sido mandados para campos de concentração diferentes. Lale quando volta para casa descobre que quase toda a sua família morreu.

    Este livro aborda vários temas como as condições de vida no campo de concentração, a violência dos nazis para com os prisioneiros, a chegada ao campo de concentração, a fome, a higiene, e muitos outros temas.

    As citações que mais me marcaram no livro foram- “...o vagão está tão cheio que eles nem se podem sentar, quando mais estenderem-se. Dois baldes fazem as vezes de casas de banho. Quanto enchem até cima gera-se uma luta; todos querem escapar ao fedor.”, pagina 15.

     Outra citação que me chamou a atenção sobre a comida que era lhes dada: “Saí da fila e examinei a comida. É um líquido acastanhado, sem nada de sólido lá dentro e de cheiro indescritível. Não é chá, café ou sopa. Lale teme vomitar ao beber o líquido repulsivo muito devagar”, pagina 28. 

     Todos os dias montes de pessoas inocentes morriam pelas mínimas razões que fossem: “Está cheio de corpos, corpos nus às centenas. Estão todos empilhados, os braços e as pernas contorcidos. Olhos inertes fitam o vazio. Homens, novos e velhos; debaixo deles, as crianças. Sangue, vomitado, urina e fezes. Paira o cheiro a morte” , pag.121 ; “As mulheres embalam no colo os meninos e as meninas que foram alvejados.” , pag.137 .

     Em relação ao livro eu achei um livro muito triste mas romântico ao mesmo tempo. Este livro faz-nos refletir sobre vários assuntos e também é muito comovente. Mas mesmo assim vale a pena ler para sabermos o que aconteceu. 

     Acho que aprendi muito sobre este tema de uma maneira “diferente” do que aprenderíamos nas aulas e acho que ler é uma das melhores maneiras de aprender. E pelo menos comigo parecia que estava lá enquanto lia, assim dando mais vontade para continuar a ler. 

     Obrigada Maria Gomes pela partilha e reflexão sobre a leitura deste livro.


26 maio, 2020

DIAS DE QUARENTENA - LER O HOLOCAUSTO: NOITE DE ELIE WEISEL




     Jhennyfer Pinto, aluna do 9º ano da turma C, leu o livro Noite de Elie Wiesel, no projeto Ler o Holocausto, com a Biblioteca Escolar Ferreira de Castro. Hoje a Jhennyfer escreve-nos assim sobre o livro: 

     Hoje irei falar sobre o livro “Noite”. O livro foi escrito por Elie Wiesel, ativista político, professor e escritor. Wiesel Nasceu a 30 de setembro de 1928 na Roménia e faleceu a 2 de julho de 2016 em Nova York, EUA. ​ 


Elie Wiesel

     Este livro é o testemunho do próprio autor, que foi um dos judeus sobreviventes ao Holocausto-Nazi. Ao longo do livro Wisel conta as dificuldades e os horríveis acontecimentos desde a retirada dos judeus de suas casas, da viagem de comboio, até o fim da sua difícil jornada. 

     Wiesel relata que Judeus de Sieghet começaram a ser mobilizados para sair de suas casas, tendo de deixar tudo para trás, sendo obrigados a levar somente o necessário (comida, água e algumas mudas de roupa) e abandonando tudo que lhes era de valor (jóias e dinheiro). Wiesel e sua família foram os últimos a apanhar o comboio de carga para o campo de concentração, onde se encontravam umas 80 pessoas no vagão «Não era possível esticar-mo-nos nem sequer sentar-mo-nos todos ao mesmo tempo (…) o ar era escasso. Felizes eram aqueles que se encontravam perto de uma janela (… ) Acasalavam-se no meio de nós...»(p.37)​.

      Nenhum judeu de Sieghet sabia qual era o propósito e muito menos o destino daquela suposta viagem, muitos achavam que aquela viagem seria umas "férias", e nessa suposição de que eram férias muito dos judeus achavam que Hitler não lhes faria mal nenhum «…Hitler não será capaz de nos fazer mal, nem mesmo que queira...»(p.22), o que de fato era uma grande ilusão, porém os judeus só descobriram o seu destino quando já era tarde demais. 

     Wiesel presenciou muitas mortes ao longo de sua jornada «... O mundo? O mundo não se interessa por nós, atualmente, tudo é permitido. Tudo é possível, mesmos os fornos crematórios...» (p.47). 

    Neste livro é relatada uma perca de fé por parte de Wiesel, ou seja, ele perdia a esperança em seu Deus « (…) porque é que eu devia santificar o seu nome?(…) por que razão eu lhe agradeceria?». 

    Na minha reflexão sobre o livro «Noite» gostaria de salientar que gosto muito de ler os testemunhos das pessoas que conseguiram sobreviver, ou não como no caso de Anne Frank, ao holocausto, numa época deveras horrível, com certeza uma mancha na História da Humanidade.

     Acho uma excelente ideia as pessoas se interessarem pelos os livros das memórias dessa época, pois nos ajudam a ver o quanto a humanidade consegue ser tão "mente fechada". Temos de saber mais e aprender mais para assim evoluir como pessoas e não deixar que uma atrocidade dessas volte a ocorrer no nosso planeta azul, deixando-o novamente manchado com a cor vermelha, do sangue que foi derramando, o sangue de pessoas inocentes. 

     Temos que fazer o mundo saber sobre esses fatídicos acontecimentos... 

Obrigada Jhennyfer Pinto por partilhares connosco esta tua leitura.