Ainda o escritor da paisagem: Ferreira de
Castro
“Era ainda, ao longe,
um risco azuláceo- claro a emergir da muralha verde da selva. Buscando o canal,
o “ Justo Chermont” mais uma vez trocou a margem direita pela esquerda e só
depois convergiu a sua proa ao novo porto.
O seringal
desvendava-se agora totalmente: em linha recta erguiam-se três barracas, logo
dois casarões de madeira e telha. Um, resvés à terra, que devia ser pasto das
águas em ano de enchente grande; o outro, muito comprido, ladeado por uma
varanda, fixava-se em paliçada, para se libertar das inundações. Pelo porte,
tamanho e pinturas, indicava a residência do amo e sede da exploração do
seringal.
Desde Três Casas, Alberto não avistara outro tão importante, situado num
vasto campo, que terminava, já na margem do rio, à sombra de três palmeiras, altas,
nobres e solenes.”
Ferreira de Castro, A Selva (1930)
(BEFC cota – 82-3, CAS – SEL)
pág.82,83
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