Ainda o escritor da paisagem: Ferreira de
Castro
Ao fim da Avenida,
meteu ao parque público. A terra, exibia-se garbosamente, com os seus canteiros
floridos e as árvores dum verde tenro de primavera. O sol, filtrando-se por
entre as comas, pintava, nas alamedas, arabescos de sombras e claridade.
Através do arbustedo divisava-se, por todos os lados, a policromia das flores e
um perfume intenso de jardim apossara-se da atmosfera.
Ela
procurou sítio a seu gosto. Havia pouca gente naquele trecho do parque: dois
velhos tomando sol, umas crianças que brincavam. Mais além, um homem novo,
lendo um jornal. Sentou-se num dos bancos. Em frente estendia-se o lago, onde
vogava uma pata e sua copiosa prol. Q brinquedos de feltro sobre a água
fulgindo ao sol.
Ferreira de Castro, A Tempestade (1940)
(BEFC 82-3 – CAS – TEM)
pág. 79
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