Estamos em abril, mês em que Portugal celebra a sua revolução dos cravos, ocorrida em 1974, a Revolução do 25 de Abril.
Para podermos continuar a lembrar esta data e perceber o seu contributo para a vida em democracia, é bom recordarmos como era Portugal antes de 1974.
Estamos aqui no blogue da Biblioteca Escolar Ferreira de Castro, a revelar algumas realidades com sugestão de leituras e o contributo da RTP Ensina.
Comecemos hoje pelo Retrato da mulher no Estado Novo feito pela historiadora Irene Pimentel.
Apesar de a Constituição de 1933 estabelecer o princípio da igualdade, na prática a lei não era a mesma para homens e mulheres. Sobretudo as casadas, que não podiam trabalhar nem ir para o estrangeiro sem autorização do chefe de família. A mulher perfeita era a que ficava em casa, a manter a ordem e o asseio do lar, a cuidar da educação dos filhos, numa doce submissão ao marido. As escolas seguiam estes valores, as meninas eram educadas para as alegrias do casamento e desincentivadas de seguir o ensino secundário. O regime salazarista providenciava cursos para formar o seu ideal feminino.
A historiadora Irene Flunser Pimentel é testemunha deste tempo que transformou em objeto de estudo. Revoltada contra a função secundária que lhe queriam atribuir, tornou-se feminista e, mais tarde, investigadora. No livro “A cada um seu lugar – a política feminina na ditadura de Salazar” analisa este período da história portuguesa. Diz-nos a autora que a discriminação e inferiorização das mulheres, foi também possível porque existia uma grande passividade da população que não lutava contra as regras instituídas. Mas nos anos 60, as raparigas começaram a invadir os liceus e nada voltou a ser como até então.
Este texto e um pequeno filme podem ser visionados em
Entretanto aconselhamos a leitura do livro A cada um o seu lugar, de Irene Pimentel
Podemos ver também na RTP Ensina o tema O ideal feminino do Estado Novo em
onde também podemos ler:
Na ideologia vigente, os direitos da mulher eram quase nenhuns. Não podia votar. Não podia ser juíza, diplomata, militar ou polícia. Para trabalhar no comércio, sair do país, abrir conta bancária ou tomar contraceptivos, a mulher era obrigada a pedir autorização ao marido. E ganhava quase metade do salário pago aos homens. Estas e outras leis foram rasgadas no 25 de Abril, quando, um ano depois da revolução, os direitos das mulheres ficaram consagrados na Constituição da República.
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