Blogue da Biblioteca Escolar da Escola Básica Ferreira de Castro - Sintra

Aqui partilhamos tudo o que acontece na nossa Biblioteca.

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16 fevereiro, 2019

Ciência e Verdade


Integrado no programa Cientificamente Provável da Rede de Bibliotecas Escolares, a Biblioteca Escolar Ferreira de Castro tem estado em parceria com a Escola Superior de Tecnologia da Saúde, do Instituto Politécnico de Lisboa, com a qual pôde desenvolver diversas atividades.



Na passada quarta feira alunos de 9º ano puderam assistir a uma palestra sobre A Ciência e a procura da verdade, apresentada pelo Dr. Mário Maia-Matos.




A atividade começou por abordar o tema Verdades e mitos em ciência. Foram apresentados alguns casos de mitos e inverdades em ciência, e os alunos puderam realizar um QUIS no qual testaram os seus conhecimentos científicos e as suas próprias crenças.



Sobre a verdade em ciência, foram abordados vários tipos de verdade, da verdade filosófica, à religiosa, à matemática e à científica. Finalmente e ainda sobre este tema foi abordado o método científico como forma científica de procurar a verdade.



Em seguida o Dr. Mário Maia-Matos abordou a proliferação de notícias pseudocientíficas e a forma como nos são apresentadas, tendo para isso abordando o tema de Cancro e oxidação.




Os alunos puderam apreender regras básicas de como como analisar uma notícia de jornal e um artigo científico e confirmar a sua veracidade. E foram assim as palavras do Dr. Mário Maia-Matos:


NÃO FICAR PELO TÍTULO!!
Verificar a data da notícia.
IR ATRÁS DA FONTE!
Identificar a fonte da notícia:
Nome da revista científica
Nome do investigador e/ou instituição
Data da descoberta
Verificar a informação disponibilizada
Resumo dos dados
Principais conclusões
Principais limitações

Verificar a informação da notícia (nomes, datas, etc.)
Ler o resumo que deve conter toda a informação importante
Ler o título e ver se se adequa aos achados principais
Ver as figuras e as tabelas
Ler a introdução para contextualizar
Ler o material e métodos
Ler a conclusão e a discussão

PEDIR APOIO A UM PROFISSIONAL DA ÁREA PARA COMPREENDER!




Termina a sessão com a questão da Ciência em constante mudança e a relatividade das verdades científicas e o desafio que isso representa. O verdadeiro desafio é o caminhar para a verdade.

15 fevereiro, 2019

O contributo da ciência e tecnologia em saúde - Programa Cientificamente Provável



No passado dia 13 de fevereiro, no âmbito do Programa Cientificamente Provável, a Biblioteca Escolar Ferreira de Castro pôde proporcionar a turmas de 9º ano, uma palestra proferida pela Drª  Maria da Luz Antunes sobre O contributo da ciência e tecnologia em saúde, estabelecendo-se assim o início da parceria com a Escola Superior de Tecnologia da Saúde, do Instituto Politécnico de Lisboa.






Definição de plágio e as suas diversas formas, plágio intencional e não intencional, e formas de evitar o plágio, foram alguns dos primeiros temas abordados. Os aluno puderam perceber que o verdadeiro trabalho escolar, universitário ou científico não pressupõe aceitação generalizada de que o que encontramos na Internet é de domínio público e, assim, pode ser usado sem que seja necessário indicar a fonte.




Utilizar fontes fidedignas e fiáveis, conseguir um equilíbrio na quantidade de fontes a utilizar, construir a bibliografia à medida que o trabalho vai avançando, identificar no texto as fontes utilizadas recorrendo a citações, trabalhar os textos previamente e não quando se está a escrever o trabalho, identificar as fontes de onde foram retirados mapas, gráficos, fotografias, entre outros, só usar citações se ajudarem a ilustrar uma ideia e não esquecer que a paráfrase é uma forma de citação, foram algumas formas apontadas  para evitar o plágio.

Não usar as ideias dos outros autores para construir o nosso trabalho, sendo que
as ideias dos outros devem ser usadas para reforçar, dar credibilidade e sustentar o trabalho, foram também as palavras da professora Maria da Luz Antunes.

Na sequência do tema da pesquisa de informação, foram em seguida explicados processos de pesquisa como as Truncaturas, a Interrogação e os Operadores booleanos, como recursos facilitadores da pesquisa digital.

Esta atividade integrou-se também na Visão do Perfil dos Alunos à Saída da Escolaridade Obrigatória, que pretende que o jovem conheça e respeite os princípios fundamentais da sociedade democrática e os direitos, garantias e liberdades em que esta assenta .  

14 fevereiro, 2019

Dia das Mulheres e Raparigas na Astronomia



No dia 12 de fevereiro realizaram-se na Biblioteca Escolar Ferreira de Castro, três sessões para alunos do 9º ano com as investigadoras do Instituto de Astrofísica e Ciências do Espaço, Rita Neves e Sandra Reis. A Rita e a Sandra fizeram uma breve apresentação dos seus percursos profissionais e tópicos de investigação e responderam a questões dos alunos.



 Esta atividade esteve enquadrada no Dia das Mulheres e Raparigas na Astronomia, um evento global dinamizado pela União Astronómica Internacional no âmbito das celebrações do seu centésimo aniversário, e que tem por base o Dia Internacional das Mulheres e Raparigas na Ciência, decretado pelas Nações Unidas para alertar para o reduzido número de mulheres na Ciência. Pretendeu-se com esta ação celebrar as mulheres cientistas bem como promover a ciência e carreiras científicas junto dos mais jovens.






Reforço de parcerias e projetos promotores da igualdade de acesso à informação e da inclusão social, é uma das linhas de ação presentes no Programa Rede de Bibliotecas Escolares no Quadro estratégico 2014-2020.

13 fevereiro, 2019

Fake News



Na sequência da Semana da Internet Segura e no objetivo do contributo da biblioteca escolar na vertente pedagógica e curricular, através do enriquecimento e diversificação de práticas, da exploração de ambientes, recursos e estratégias de ensino variados e da integração nas atividades escolares das literacias digitais, da informação e dos média, a Biblioteca Escolar Ferreira de Castro iniciou uma formação para todos os alunos de 8º ano sobre Fake News.


Vivemos num mundo dominado pela tecnologia. Cabe à escola, enquanto gestora do processo de ensino-aprendizagem, acompanhar esta nova realidade social. Atualmente, os jovens encontram-se imersos em ambientes multimédia e digitais – são nativos digitais[1]. As redes sociais são a sua ferramenta mais comum de comunicação, movendo-se muito habilmente pelo número de likes, pelo número de amigos/seguidores e pela grande e rápida partilha da informação. Também na escola, as tecnologias de informação e comunicação ganharam definitivamente o seu espaço, expandindo o conceito de sala de aula e permitindo que o processo de ensino/aprendizagem atinja níveis cada vez mais abrangentes e mais aliciantes, privilegiando a ação do aluno e promovendo o desenvolvimento das competências inscritas no Perfil do Aluno à Saída da Escolaridade Obrigatória e requeridas para o século XXI, de acordo com o Quadro de Referência Europeu. Não obstante, embora o acesso à informação esteja à distância de um clique, nem toda a informação disponibilizada tem origem em fontes fidedignas. As notícias falsas – Fake News – proliferam na internet e nos meios de comunicação social e passam despercebidas a um olhar menos atento, na medida em que aparentam ser verdadeiras revestindo-se de artifícios que lhes conferem a aparência de verdade, mostrando-se assim confiáveis. A faixa etária dos nossos jovens é muito permeável a este tipo de notícias, já que elas são geralmente muito simples, diretas, claras e apelam aos sentimentos mais básicos do ser humano. Vão muitas vezes ao encontro do que eles querem ouvir, sendo potencialmente perigosas pois estão na base da desinformação e de movimentos que podem conduzir à polarização política e social. Não existe uma fórmula para identificar as notícias falsas que circulam na internet, nas redes sociais e em alguns meios de comunicação social. No entanto, é também função da escola, alertar os alunos para a necessidade de serem mais informados e críticos em relação a todas as informações a que, voluntária ou involuntariamente têm acesso. Só assim estão aptos a travar a sua disseminação.


Foi neste contexto que surgiu a proposta desta atividade, integrada na dinâmica da biblioteca escolar da Escola Básica Ferreira de Castro. É dirigida a todos os alunos de 8º ano e prolongar-se-á pelos meses de fevereiro e março, às segundas-feiras, num total de 10 sessões.
Tem como principais objetivos:
-    Alertar os alunos para a existência de notícias falsas a circularem na internet.
-    Sensibilizar os alunos para a necessidade de estarem mais atentos às informações disseminadas pela internet.
-  Tornar os alunos mais aptos a distinguir as notícias verdadeiras das notícias falsas.
-     Desenvolver o espírito crítico na leitura dos conteúdos online.
-   Divulgar alguns cuidados a ter com a informação que consomem online e que replicam a partir das suas partilhas.
- Saber utilizar instrumentos diversificados para pesquisar, descrever, avaliar, validar e mobilizar informação, de forma crítica e autónoma, verificando diferentes fontes documentais e a sua credibilidade (PASEO- competências na área de Informação e comunicação).
- Desenvolver a cidadania digital.

A metodologia adotada passa por um conjunto de palestras/turma com a duração de 50 minutos cada. A sua dinamização, no espaço da biblioteca e sala AV, teve como base um powerpoint e, para além de uma componente expositiva, teve uma componente interativa, em que os alunos são convidados a intervir, partilhando opiniões e experiências ou vivências que vão enriquecendo a atividade e prendendo a atenção de todos. Adicionalmente, visionam-se dois filmes[2] e proporciona-se um momento mais lúdico de aplicação da informação adquirida, através da projeção de algumas notícias que lhes permite verificar e distinguir as verdadeiras das falsas (Fake News). Para tal, os alunos têm de estar atentos à credibilidade da fonte, ao modo como estava escrita e construída e ao seu autor. Ainda assim, são alertados para o facto de a habilidade na elaboração de uma informação poder mascarar a sua fiabilidade, pelo que deveriam sempre confirmar a mesma noutras fontes ou procurar ajuda.  Esta confirmação de veracidade, aplica-se também aos momentos de pesquisa da informação na internet, necessária ao desenvolvimento dos trabalhos escolares e dos projetos em que estão envolvidos. Foram ainda alertados para a sua responsabilidade na partilha de informações sem antes terem confirmado a sua veracidade.
A Biblioteca Escolar da Escola Básica Ferreira de Castro, como “espaço educativo integrador de múltiplas literacias” mais uma vez cumpre o seu objetivo, promovendo uma atividade que contribui para a capacitação dos seus jovens na área da literacia digital e para o seu sucesso escolar e desenvolvimento pessoal e social.

                                                                                                   A professora responsável 
pela atividade
                                                                                          Maria Teresa  Relvas


                                                                                         [1]Mark Prensky (2001) - Digital Natives, Digital Immigrants, em Mendonça, L. (2013).
Nativos Digitais em Portugal Um motivo de preocupação para as organizações?
 Tese de Mestrado, Instituto Superior de Línguas e Administração.



As Bibliotecas Escolares são ambientes de convívio e de trabalho onde se realizam percursos formativos e de aprendizagem que estimulam a interação dos alunos com tecnologias e fontes de informação diversificadas. Ocupam um lugar imprescindível na escola, na medida em que fomentam o treino e a formação para as literacias digitais, dos média e da informação, preparando os alunos para a pesquisa, uso, produção e comunicação da informação e para a participação segura e informada nas redes sociais.
Programa Rede de Bibliotecas Escolares
- Quadro estratégico 2014-2020

Mais uma vez a implementação do Perfil dos Alunos à Saída da Escolaridade Obrigatória ao nível das competências na Informação e comunicação e Pensamento crítico e pensamento criativo.

12 fevereiro, 2019

A geologia forense na investigação criminal - Programa Cientificamente Provável



No passado dia 11 pudemos ter mais uma vez com a Biblioteca Escolar Ferreira de Castro, o Centro de Recursos Naturais e Ambiente (CERENA), integrada no Programa Cientificamente Provável  desta vez para uma atividade dedicada à Geologia Forense na investigação criminal.



Esta atividade começa com uma palestra temática sobre a importância da geologia forense e é seguida de um conjunto de atividades experimentais.



Geologia Forense está relacionada com a utilização de princípios, práticas e procedimentos geológicos no âmbito da investigação criminal. Para o efeito, um geólogo forense identifica, analisa e compara materiais geológicos, tais como o solo, rochas, minerais e fósseis encontrados num recetor (e.g. um suspeito, um veículo ou outro meio de transferência, tal como a água) para possíveis áreas de origem (e.g. uma cena de crime ou um local de álibi). O objetivo deste tipo de comparações é estabelecer o grau de probabilidade do local de origem do material; e assim, associar ou desassociar uma pessoa ou objeto com determinada localização. Noutros casos, a comparação dos materiais geológicos ou seus derivados é utilizada para determinar o tempo, a causa ou a responsabilidade dum incidente. Daí que a geologia forense seja uma excelente ferramenta auxiliar da investigação criminal e, como tal, todas as subdisciplinas das geociências têm uma potencial aplicação forense. Porém, a sedimentologia, a mineralogia, a petrologia, a geoquímica, a paleontologia e a geofísica, foram as que deram maiores contributos até este momento. Os métodos de prospeção geofísica têm sido amplamente utilizados por arqueólogos forenses para localizar e caracterizar sepulturas clandestinas e objetos enterrados, tais como drogas e armas. Contudo, a aplicação mais amplamente reconhecida da geologia forense é o uso dos materiais geológicos como vestígios que podem ser utilizados para ligar um suspeito a uma cena de crime. Na literatura forense e legal, os sedimentos, o solo, a poeira e os fragmentos de rochas têm sido frequentemente agrupados num único termo: “vestígio geológico”.

https://segurancaecienciasforenses.com/2012/03/13/
a-geologia-forense-como-ferramenta-auxiliar-da-investigacao-criminal/




Cada grupo de alunos responde a um desafio de investigação criminal, no qual tem que observar, analisar e comparar materiais geológicos de amostras e de vestígios dos locais do hipotético crime, para tirar conclusões quanto aos possíveis suspeitos.









Foi grande a animação destes nossos jovens investigadores de 8º ano, que assim vão atingindo O Perfil dos Alunos à Saída da Escolaridade Obrigatória a caminho do Saber científico, técnico e tecnológico.

11 fevereiro, 2019

Matérias Primas nos Telemóveis - Programa Cientificamente Provável


Na parceria estabelecida com o Centro de Recursos Naturais e Ambiente (CERENA), integrada no Programa Cientificamente Provável, hoje a Biblioteca Escolar Ferreira de Castro pôde convidar turmas de 8º ano para participar no workshop sobre minerais e telemóveis.



Desde tempos remotos que o Homem utilizou os recursos minerais colocados à sua disposição. As grandes inovações tecnológicas foram e continuam a ser baseadas na utilização destes recursos. Um desses exemplos é o telemóvel que se tornou parte integrante do nosso dia-a-dia.




Assim, nesta atividade procurou-se perceber que os minerais são fundamentais, pois, deles são extraídos alguns elementos químicos, utilizados no fabrico de vários componentes de um telemóvel (função das suas propriedades).




A questão da sustentabilidade dos recursos minerais foi também abordada pois quando compramos um telemóvel e colocamos de parte o mais antigo, estamos a desperdiçar recursos, que são finitos.



O nosso desafio consistiu em tentar associar imagens de alguns dos minerais, dos quais são extraídos alguns elementos químicos, utilizados em vários componentes de um telemóvel.

O trabalho para atingir O Perfil dos Alunos à Saída da Escolaridade Obrigatória esteve presente nesta atividade, nos valores de Cidadania e Participação no respeito pela sustentabilidade ecológica.

09 fevereiro, 2019

O livro e a paisagem em Ferreira de Castro


Ainda o escritor da paisagem: Ferreira de Castro


Ao fim da Avenida, meteu ao parque público. A terra, exibia-se garbosamente, com os seus canteiros floridos e as árvores dum verde tenro de primavera. O sol, filtrando-se por entre as comas, pintava, nas alamedas, arabescos de sombras e claridade. Através do arbustedo divisava-se, por todos os lados, a policromia das flores e um perfume intenso de jardim apossara-se da atmosfera.
Ela procurou sítio a seu gosto. Havia pouca gente naquele trecho do parque: dois velhos tomando sol, umas crianças que brincavam. Mais além, um homem novo, lendo um jornal. Sentou-se num dos bancos. Em frente estendia-se o lago, onde vogava uma pata e sua copiosa prol. Q brinquedos de feltro sobre a água fulgindo ao sol.
Ferreira de Castro, A Tempestade (1940)
(BEFC 82-3 – CAS – TEM)
pág. 79


08 fevereiro, 2019

Architionary - Programa Cientificamente Provável


Em mais uma relação com instituições de Ensino Superior, promovida pelo Programa Cientificamente Provável da Rede de Bibliotecas Escolares, a Biblioteca Escolar Ferreira de Castro estabelece parceria com a Faculdade de Arquitetura da Universidade de Lisboa e o seu gabinete FAJúnior. Este gabinete tem como principal missão a coordenação e divulgação de programas e projetos de interação com jovens, despertando o interesse para temáticas nas áreas da arquitetura, do urbanismo e do designe.



Hoje pudemos ter a presença da FAJúnior com o workshop Architionary onde os alunos testaram os seus conhecimentos na área da arquitetura, de uma forma lúdica e educativa. Concebido a partir do famoso jogo Pictionary, no workshop Architionary a animação foi grande e as turmas de 8º ano envolvidas competiram com os seus conhecimentos e artes visuais.





O Perfil dos Alunos à Saída da Escolaridade Obrigatória esteve presente ao nível das competências relacionadas com Sensibilidade estética e artística, em que com esta atividade os alunos desenvolveram o sentido estético, mobilizando os processos de reflexão, comparação e argumentação em relação às produções artísticas e tecnológicas, integradas nos contextos sociais, geográficos, históricos e políticos.

07 fevereiro, 2019

O livro e a paisagem em Ferreira de Castro


Ainda o escritor da paisagem: Ferreira de Castro




 De novo o caminho ia encabritando abada a acima. Padornelos estava perto, mas mal se divisava. Os seus casebres de pedra solta, escurecida pelo tempo, e cobertos de colmo, dir-se-ia fruírem poder mimético, confundindo-se, apagando-se na encosta pardacenta. Se não fosse a moradia do “americano”, erguida, com sua fachada branca e telhado vermelho, um pouco arriba do aglomerado lugarenho, a quem visse de longe tudo parecia serra, não habitada por homens, mas por lobos ou outros bichos que gostassem de abruptas solidões. Para lá, o Larouco levantava a crista majestosa, ligando a terra ao céu e ostentando, nas primeiras declividades, grandes lençóis de neve. Era vulto enorme e altivo, presidindo, com a sua imponência ás outras montanhas que rabiavam dali ao Gerês. E, nascido do seu peito, o Cávado, deslizando de fraga em fraga, vinha correr cá em baixo, à esquerda de Leonardo. Ia manso o leito de margens quase nuas, pois só um outro vidoeiro, desfolhado pela invernia, nelas se destacava, alto e triste. Mas, qui e ali, alagava lameiros de erva mui verde - únicas manchas de cor viva na paisagem austera, cóbrea e sombria”
Ferreira de Castro, Terra Fria (1934)
(BEFC 82-3 – CAS-TER)
pág.20