Exposição concebida no âmbito das Comemorações dos 500 anos do Foral
Manuelino de Colares, ocorridas em novembro de 2016.
Encontra-se em exibição desde a última semana de
abril, pela Biblioteca Escolar Ferreira de Castro, até ao final do terceiro
período letivo, a exposição monográfica “Colares – Memória e Identidade” que
constitui um projeto pedagógico-cultural de investigação histórica e
comemoração retrospetiva do quinto centenário da outorga do Foral Novo pelo Rei
D. Manuel I de Portugal à vila de Colares em 10 de Novembro de 1516.
A
sua conceção pelo Núcleo de Património Histórico e Roteiros da Divisão de
Cultura do Departamento de Cultura, Juventude e Desporto da Câmara Municipal de
Sintra data de Outubro de 2016 e a sua organização constitui um conjunto
expositor versátil de 12 painéis sintéticos flexíveis e impressos em telas
polícromas ilustradas montadas em rolos metálicos portáteis, sendo
especialmente vocacionado para a itinerância sazonal pela rede escolar
concelhia.
Ela
encontra-se estruturada numa sequência sintetizada de rúbricas temáticas
organizadas cronologicamente, abordando as características geográficas, a
iconografia e a cartografia da região colarense, bem como as fontes
documentais, os relatos literários e as descobertas arqueológicas alusivas à
génese da presença humana no respetivo território, desde a Pré-História até à
ocupação islâmica dos sécs. VIII-XII.
Segue-se
a abordagem do ordenamento político-administrativo e sócio económico desde a
Cruzada militar da reconquista cristã peninsular até à fundação afonsina da
nacionalidade portuguesa no séc. XII, a possível presença moçárabe e a
comunidade de mouros forros, a origem dionisiana do reguengo de Colares no séc.
XIII, o crescimento nascente do urbanismo viário da vila medieval e o senhorio
expansionista do Condestável D. Nuno Álvares Pereira na transição dos sécs.
XIV-XV.
Posteriormente,
foca-se a refundação municipal de Colares com a outorga do foral manuelino e as
consequentes renovação urbanística quinhentista e requalificação dos
equipamentos municipais, bem como a dinâmica sócio religiosa da Misericórdia e
da Paróquia recente e o património artístico da Igreja Matriz, além do
protagonismo arquitetónico e literário seiscentista da família Melo e Castro,
focando-se depois a evolução documental da administração pública na Freguesia e
no Concelho (extinto em 1855), rumo à modernidade contemporânea.
Finalmente,
conclui-se com a imagética neoclássica e romântica das gravuras e da literatura
de viagens de autores nacionais e visitantes estrangeiros dos sécs. XVIII-XIX,
a produção agrícola vitivinícola regional, a biografia sumária dos principais
vultos locais dos sécs. XIX-XX e a emergência turística da vilegiatura
veraneante interior e litoral consequente da implantação do carro elétrico de
Sintra ao Atlântico.
Em
resumo, dos lugares do mapa à memória dos sítios, do itinerário histórico à
descoberta dos rostos, da dinâmica religiosa à assistência social, da
circulação ferroviária à tradição vínica, da descrição geográfica ao serviço
autárquico, esta exposição monográfica contribui para preencher uma lacuna
importante na produção cultural sintrense, difundindo a riqueza e a diversidade
milenares das terras e das gentes de Colares.
Texto do Núcleo de Património Histórico e Roteiros da Divisão de Cultura do Departamento de Cultura, Juventude e Desporto da Câmara Municipal de Sintra
Foi com agradável surpresa que constatámos que nesta
exposição se encontra retratado o avô da professora de Música da Escola Básica
Ferreira de Castro, Sofia Doutor.
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