Kathrin Meyer, Secretária Executiva da International Holocaust Remembrance Alliance (IHRA) afirma: Aconteceu uma vez. Não deveria ter acontecido, mas aconteceu. Não deve acontecer outra vez, mas pode acontecer. É por isso que a Educação sobre o Holocausto é fundamental.
Neste sentido, o projeto Ler o Holocausto, da Biblioteca Escolar Ferreira de Castro, permite aos alunos a leitura de obras que são estudos de caso, testemunhos de sobreviventes, permitindo que a aprendizagem sobre o Holocausto seja feita através de testemunhos reais.
Nas RECOMENDAÇÕES PARA O ENSINO E A APRENDIZAGEM SOBRE O HOLOCAUSTO (Primeira edição publicada em 2019 pela International Holocaust Remembrance Alliance (IHRA)) podemos ler: Além de transmitir aos alunos conhecimento sobre um acontecimento que desafiou profundamente os valores humanos, ensinar e aprender sobre o Holocausto dá-lhes a oportunidade de compreenderem alguns dos mecanismos e processos que conduziram ao genocídio e as escolhas que foram feitas para acelerar, aceitar ou resistir ao processo de perseguição e assassinato, reconhecendo que foram feitas, muitas vezes, em circunstâncias extremas.
Com o projeto Ler o Holocausto, da BEFC, pretendeu-se criar uma estratégia de aprendizagem para abordar o Holocausto, promovendo o pensamento crítico e a reflexão. Cada aluno escolhe fazer estas leituras de forma voluntária, e pode mobilizar a sua aprendizagem para a sua vida pessoal ou ainda como complemento aos conteúdos programáticos de História de 9º ano.
Hoje publicamos o parecer literário de Ana Rita Bernardino,que nos revela como foi ler O Bebé de Auschwitz.
O livro baseia-se em várias histórias de mulheres que sobreviveram à II Guerra Mundial, sobretudo em Auschwitz. Trata-se de uma mulher que, voluntariamente, entra num comboio para o grande campo de concentração em busca do marido, na esperança de reencontrá-lo, passando por inúmeros obstáculos que a abatem. Porém, é iluminada por uma gravidez que a ajuda a enfrentar todas as dificuldades.
Gostei mais da Eva Adam, a personagem principal. Ensina-nos a ter esperança, mesmo nos momentos de pura escuridão, fazendo-nos apreciar cada detalhe que seria banal quando não contamos com uma guerra. Eva inspira todos à sua volta e, com resiliência, volta a ser feliz.
Aprendi como é que a vida funcionava dentro daqueles campos. Aprendi também que alguns prisioneiros tinham vantagens sobre outros, e que as pessoas no exterior não faziam ideia do que se passava dentro dos campos. Aprendi a valorizar cada migalha e cada ponta de felicidade. Nunca sabemos quando acabará.
O livro O Bebé de Auschwitz é um livro que me transmitiu os obstáculos e os sacrifícios que foram vividos num dos acontecimentos mais marcantes da História da Humanidade. Apesar do tema do livro ser perturbador para alguns, a escrita da autora sensibiliza, comove e não é enfadonha. Transmitiu-me nitidamente o terror e angústia vividos de uma maneira menos incómoda. A meu ver, é um livro adequado para conhecer a dura realidade que na altura era vivida.
Eu recomendo este livro a quem procura saber mais sobre a II Guerra Mundial e a quem já leu o Diário de Anne Frank. Será intrigante relacionar duas realidades diferentes na mesma guerra.
Eu gostaria de ter tido, anteriormente, o conhecimento que ganhei com este livro.
Ana Rita Bernardino 9º A4