Blogue da Biblioteca Escolar da Escola Básica Ferreira de Castro - Sintra

Aqui partilhamos tudo o que acontece na nossa Biblioteca.

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23 abril, 2024

Diana Andringa - Eu passei pelas cadeias da PIDE


    A associação cultural CULTRA, em parceria com várias entidades do movimento associativo e cultural, grupos de teatro, cineastas, unidades de investigação académica e investigadores, ex-presas e presos políticos, ativistas sindicais e políticos do período revolucionário, mulheres e homens de todas as correntes da resistência antifascista e dos combates da Revolução, leva a cabo um largo conjunto do iniciativas para assinalar o cinquentenário do 25 de Abril e da Revolução portuguesa de 1974/1975.Nesse sentido, levam-se os Debates de Abril às escolas. Foi neste âmbito que a Biblioteca Escolar Ferreira de Castro, com a participação do professor João Correia, a quem desde já agradecemos, recebeu a jornalista e dirigente sindical Diana Andringa.
    Aos alunos do 9º B1 e 9ºC1, foi possível ouvir o testemunho de alguém que passou pelas cadeias da PIDE. 

Diana Andringa nasceu em 1947, no Dundo, Lunda-Norte, Angola, vindo para Portugal em 1958. Em 1964 ingressou na Faculdade de Medicina de Lisboa, que abandonou para se dedicar ao jornalismo. Em 1968, frequentou o 1º Curso de Jornalismo criado pelo Sindicato dos Jornalistas e entrou para a Vida Mundial, de onde saíu no âmbito de uma demissão coletiva. Desempregada, foi copy-writer de publicidade, trabalho que a prisão pela PIDE, em janeiro de 1970, interrompeu, condenada a 20 meses de prisão por apoio à causa da independência de Angola.
De 1978 a 2001 foi jornalista na RTP. Foi também cronista no Diário de Notícias, na RDP e no Público e fugaz diretora adjunta do Diário de Lisboa. Atualmente documentarista independente - Timor-Leste, O sonho do Crocodilo; Guiné-Bissau: As duas Faces da Guerra; Dundo, Memória colonial, Tarrafal: Memórias do Campo da Morte Lenta - regressou à Universidade, doutorando-se em Sociologia da Comunicação pelo ISCTE em 2013.
https://ces.uc.pt/pt/ces/pessoas/investigadoras-es/diana-andringa

    Com interesses na investigação sobre Memória da Tortura em Portugal e Colónias (1926-1974), Diana Andringa partilha com os nossos alunos a sua experiência nas prisões da PIDE. Detida em Caxias, mesmo não tendo sofrido as torturas e outras formas de violência a que a maioria das suas companheiras foi sujeita, o isolamento  no espaço de uma cela com outras prisioneiras , foi uma experiência inesquecível, e partilhada nesta sessão.

São de Diana Andringa os excertos  que transcrevemos:

Na primeira sala onde fui colocada na António Maria Cardoso travei conhecimento com o Inspector Tinoco. “Com que então, distribuição de propaganda subversiva em Luanda!”, disparou, ameaçador. Teve azar: revelou a fragilidade da informação policial. Eu nunca estivera mais do que alguns dias em Luanda, a última das quais com onze anos. “Não me lembro – e, se a fiz, o crime já deve ter prescrito”, respondi. Abandonou a sala.
(...)
Entro na cela: do lado esquerdo, uma cama de ferro, uma mesa de pedra presa à parede, uma cadeira; do lado direito um armário e a casa de banho. Ao fundo, a janela, de grades duplas. Nada que se compare ao exíguo espaço dos curros do Aljube, onde passaram diversos amigos meus.
(...)
Durante a noite, por mais de uma vez, o postigo abriu-se e houve uma lanterna apontada na minha direcção. A polícia não gosta que os seus presos se evadam pela via do suicídio.
(...)
No julgamento, catorze meses depois desse 27 de Janeiro, os juízes condenaram-me a 20 meses de prisão.
(...)
Acórdão, proferido a 30 de Março de 1971 pelos juízes do Tribunal Plenário de Lisboa, Fernando António Morgado Florindo, Bernardino Rodrigues de Sousa e João de Sá Alves Cortês:
“A ré é simpatizante da linha política de acção violenta do MPLA, concordando com a formação de actuação do mesmo, cujos estatutos e programa aprova. Partidária da independência da província ultramarina de Angola, tem procurado doutrinar, quer por palavras quer por documentação panfletária, os indivíduos com quem tem contactado, sobretudo ultramarinos, e, para a consecução dos fins do MPLA, com plena consciência dos mesmos, promoveu o encontro entre os réus Álvaro e Maria José, nesta cidade, para que aquele fizesse seguir por esta, para o estrangeiro, uma carta-mensagem destinada ao comité-director do movimento, encontro efectuado depois de de 15 de Agosto de 1969.
(...)
Prestou ao réu Rui não só apoio mas colaboração e auxílio nas actividades a favor do MPLA, fornecendo-lhe algumas fotografias de líderes revolucionários e literatura de carácter revolucionário e acompanhando-o na escolha e compra de outra em diversas livrarias, tudo para a consecução dos fins do movimento.
(...)
Entregou ainda ao Rui uma caixa de folhas de papel stencyl que tinha em sua casa e fê-lo com pleno conhecimento de que o mesmo ia ser utilizado para policopiar propaganda clandestina.”
(...)
Envelheci muito nesses vinte meses. Mas nem tudo foi negativo. Como recordou, há alguns meses, um antigo preso político cabo-verdiano que passou três anos no Tarrafal, na cadeia aprendíamos a conhecer-nos e a conhecer melhor as razões da nossa luta. Ou, pedindo de novo ajuda às palavras de outros, a saber para sempre que os nossos cantares não podem ser sem pecado um adorno, e que lutar é apenas ter uma fiel dedicação à honra de estar vivo.
https://caminhosdamemoria.wordpress.com/2010/01/27/27-de-janeiro-de-1970-relato-de-uma-prisao-atipica/















22 abril, 2024

Livro escolar único como retrato ideológico do Estado Novo


    Com o grupo/turma 9ºB1, a Biblioteca Escolar Ferreira de Castro e a sua professora bibliotecária recebe a oitava das dez turmas de 9º ano, para a atividade Livro escolar único como retrato ideológico do Estado Novo.
    O Livro Escolar Único foi uma ferramenta crucial no sistema educativo do Estado Novo, refletindo a tentativa do regime de controlar e doutrinar a população desde a infância. Através desses manuais, o governo de Salazar conseguiu não apenas padronizar o ensino, mas também promover a sua ideologia de maneira eficaz e duradoura. A centralização e a censura aplicadas aos conteúdos educacionais mostram como o Estado Novo utilizou a educação como um meio de perpetuar o seu poder e os seus valores na sociedade portuguesa. Neste sentido , esta atividade funcionou como uma aula de História diferente, e contextualizou o 50º aniversário da democracia em Portugal.





O papel da mulher no Estado Novo está muito bem definido nos manuais escolares. 
Na prática, o regime salazarista «considerava as mulheres e os homens como seres essencialmente desiguais, as funções e os papéis, a que uns e outros tinham acesso eram distintos em áreas tão fundamentais como a família, a educação, o trabalho ou a vida cívica e política.
Mineiro, Adélia Carvalho (2007).
Valores e Ensino no Estado Novo - Análise dos Livros Únicos
Edições Sílabo, Lisboa. p.99



    Complementámos a leitura dos manuais escolares com a referência à   Mocidade Portuguesa como instituição de formatação ideológica.

    Chamada Mocidade Portuguesa Feminina, esta foi regulamentada, em 8 de Dezembro de 1937, pelo Decreto n.º 28 26, em cujo artigo 9, estabelecia a obrigatoriedade de inscrição nessa organização a todas as portuguesas, estudantes ou não, desde os sete anos até aos 14 anos, e às que frequentavam o primeiro ciclo dos liceus, oficiais e particulares. O estatuto estipulava também que a organização tinha por fim formar uma mulher «nova», através da «educação moral, cívica, física e social»

Pimentel, Irene (2020)
A Mocidade Portuguesa Feminina e a Itália fascista
[Versão electrónica].Officina de la Storia
22/2020

    Aos alunos do 9ºB1 foi também possível conhecer a revista da Mocidade Portuguesa Feminina, Menina e Moça, e o seu ideal feminino.

    A jovem deveria ser simples e discreta, pois só assim seria verdadeiramente bela, distinta e elegante. Num Portugal que nos anos de 1947-1952 começava a dar lentos sinais de mudança, a organização estava atenta e sinceramente preocupada em chegar a um setor da sociedade potencialmente muito mais permeável a movimentos dissidentes. Não raro, recorria a argumentos que poderiam funcionar na perfeição: recordava o risco de a rapariga, se abusasse de cosméticos, se tornar mais feia ou até mesmo ridícula; e salientava o quanto aos homens desagradavam certos comportamentos femininos.
Braga, Paulo Drumond (2022)
O corpo feminino na revista Menina e Moça (1947-1952)
[Versão electrónica] Publicações do Cidehus
Centro Interdisciplinar de História, Culturas e Sociedades da Universidade de Évora



    O ensino da História no Estado Novo:
A História de Portugal visa, além dos conhecimentos gerais que ministra, dentro da sua categoria, a formar portugueses; por isso a sua ação tem de ser eminentemente nacionalizadora.
Costa, João Manuel Tavares da (2018)
O Ensino do Português entre 1895 e 1974
Literatura, tradição e autoridade.
Tese de Doutoramento em Literatura de Língua Portuguesa. Faculdade de
Letras da Universidade de Coimbra. 387 pp.




    Alguns livros infantis serviram para ilustrar a ideologia vigente.



    Por sua vez, a Pátria é entendida como «a Nação na sua integridade territorial e moral, na sua plena independência, na sua vocação histórica com a qual estabelecemos uma relação afectiva análoga à de filho com a mãe, num amor que nos deve levar até ao sacrifício, o desejo de bem servir, a vontade de obedecer — única escola para aprender a mandar —, a necessidade viva da disciplina, da ordem, da justiça, do trabalho honesto». (De Oliveira Salazar, citado in António Reis, «Os Valores salazaristas», Portugal Contemporâneo, Vol.2 (1926-1958),Lisboa, Edições Alfa,1990, p. 720.)

Mineiro, Adélia Carvalho (2007).
Valores e Ensino no Estado Novo - Análise dos Livros Únicos
Edições Sílabo, Lisboa. p. 59



    Salazar como modelo no ensino no Estado Novo:
Formar as novas gerações educadas no espírito do amor e da defesa da pátria, o que levará à representação de Salazar como o exemplo do português modesto e trabalhador, pronto a sacrificar – se pela Pátria (Escola Portuguesa, 16 de novembro de 1939, p. 99).
Serrão, Vanda Maria de Bragança (2018)
O Ensino durante o Estado Novo em Portugal: O papel do professor,
Mestrado em Ensino da História no 3º Ciclo do Ensino Básico e no Ensino Secundário
Relatório de Prática de Ensino Supervisionada orientado pelo Professor Doutor Miguel Maria
Universidade de Lisboa,Lisboa.167 pp.



    A Igreja Católica no ensino no Estado Novo:
Em 1940, Portugal havia celebrado uma concordata com a Santa Sé. (…) Esta concordata estabelecia que o ensino «nas escolas públicas seria orientado pelos princípios da doutrina e moral cristãs, tradicionais do País» o que deixa entender que a Igreja Católica volta a ser a religião com primazia dentro do Estado Português e que o ensino português deveria estar de acordo com os seus princípios que, consequentemente, seriam os ensinados e valorizados (…)indicações que visavam salientar o papel da religião católica dentro da História.

Pinheiro, Bruno (2012)
A educação religiosa nos manuais escolares de história:
Entre a ditadura e a liberdade (1947-2011)
Cultura, Espaço e Memória
Revista da Faculdade de Letras da Universidade do Porto
N.º 3 (2012): CEM
pp.79-95

20 abril, 2024

Livro escolar único como retrato ideológico do Estado Novo

    A História revela as raízes de conflitos, desenvolvimentos sociais e mudanças políticas, permitindo uma visão mais profunda das questões contemporâneas. Neste sentido, a Biblioteca Escolar Ferreira de Castro , com a sua exposição A educação no Estado Novo, pretendeu contextualizar historicamente o regime que antecedeu a revolução portuguesa de 25 de abril de 1974, neste ano do seu 50º aniversário.

    Documentos contemporâneos de uma época  são a base de pesquisas académicas, permitindo que historiadores e pesquisadores construam narrativas fundamentadas e contribuam para o conhecimento histórico. Na atividade Livro escolar único como retrato ideológico do Estado Novo, a professora bibliotecária tentou demonstrar, que Educação e Valores são temas históricos, e que os manuais escolares podem ser documentos valiosos para se entender um regime político.
    Com os alunos do 9º A4 pretendemos abordar a História com base em testemunhos e documentos da época.

matriz autoritária é uma das características dominantes da política educativa

do Estado Novo (1930-1974). A raiz doutrinal está sempre presente, extravasando mesmo os espaços escolares, para se projetar no seio das famílias e das comunidades.
O Estado Novo sente-se investido das legitimidades sociais que sustentam
as práticas de doutrinação e utiliza todas as potencialidades do ensino como fator
de socialização: inculca valores, subordina corpos, disciplina consciências.
Nóvoa, António
A «Educação Nacional» (1930-1974):
Análise Histórica e Historiográfica
Relatório das Provas de Agregação
Faculdade de Psicologia e de Ciências da Universidade de Lisboa
30 pp.


A efígie de Salazar, transmitindo um perfil de homem determinado, queixo saliente, com o olhar vigilante no futuro e o sobrolho ligeiramente carregado, de quem tem preocupações que coexistem com a missão histórica, e não tanto divina, de proteger o povo português. Note-se que estamos perante um Salazar ainda jovem embora o desenho, ao mesmo tempo, pudesse corresponder a um homem mais velho. Talvez se projetasse já a imagem da longevidade do regime.

Serra, Filipe Mascarenhas (2005)
«A imagem nos manuais do ensino primário do Estado Novo»,
Cultura, vol. 21, 151-176.



A construção deste projeto nacionalista não poderia jamais deixar de estar associada ao ensino da História. (…)
O poder político cedo se apercebeu que a escola era um espaço de socialização primordial para a formação de uma consciência nacional.

Serrão, Vanda Maria de Bragança (2018)
O Ensino durante o Estado Novo em Portugal: O papel do professor,
Mestrado em Ensino da História no 3º Ciclo do Ensino Básico e no Ensino Secundário
Relatório de Prática de Ensino Supervisionada orientado pelo Professor Doutor Miguel Maria
Universidade de Lisboa,Lisboa.167 pp.

 




Os heróis do passado ganham vida no presente ao moldarem a conduta da mocidade portuguesa. Assim como eles serviram e se sacrificaram pela Pátria, também as crianças deverão viver nestes princípios e, mais tarde, tornar-se agentes propagandistas do regime. Contudo, era sempre frisado que a heroicidade implicava o espírito de sacrifício de obediência ao chefe.
Serrão, Vanda Maria de Bragança (2018)
O Ensino durante o Estado Novo em Portugal: O papel do professor,
Mestrado em Ensino da História no 3º Ciclo do Ensino Básico e no Ensino Secundário
Relatório de Prática de Ensino Supervisionada orientado pelo Professor Doutor Miguel Maria
Universidade de Lisboa,Lisboa.167 pp.









19 abril, 2024

Livro escolar único como retrato ideológico do Estado Novo


    Integrado nas comemorações dos 50 anos da revolução portuguesa de 25 de abril de 1974, a Biblioteca Escolar Ferreira de Castro montou uma exposição intitulada A Educação no Estado Novo . Entre os objetos expostos, encontram-se manuais escolares que vão dos anos 20 aos anos 70 do século XX. Os livros únicos do Estado Novo, sendo testemunho ideológico do regime, serviram de base para a atividade, com as turmas de 9º ano, Livro escolar único como retrato ideológico do Estado Novo. 

    Durante o Estado Novo em Portugal, regime autoritário que vigorou de 1933 a 1974, a educação foi um instrumento essencial para a propagação dos valores ideológicos do governo. Nesse contexto, o livro escolar único desempenhou um papel central na política educativa do regime.

    Nesta atividade, com os alunos do 9ºC3, foram explorados, pela professora bibliotecária, excertos de manuais, ilustrações e capas de livros, interpretados à luz do lema Deus, Pátria, Família.













18 abril, 2024

Livro escolar único como retrato ideológico do Estado Novo


    O estudo de documentos contemporâneos oferece uma visão mais precisa e contextualizada dos eventos históricos, permitindo uma compreensão mais profunda das circunstâncias e motivações subjacentes. Neste sentido, a Biblioteca Escolar Ferreira de Castro, integrada nas celebrações dos 50 anos da revolução portuguesa de 1974, organiza uma exposição sob tema A Educação no Estado Novo, de forma a que os alunos conheçam a realidade educativa anterior a 25 de abril de 1974.
    Nos regimes totalitários, a educação é frequentemente utilizada como ferramenta de doutrinação desde a infância, moldando as mentes jovens de acordo com a ideologia dominante. Por este facto, os livros escolares eram cuidadosamente selecionados para refletir a ideologia do Estado Novo, glorificando a história de Portugal, enfatizando o papel do império e promovendo valores conservadores. A intenção era moldar a mente das gerações mais jovens de acordo com os princípios do regime autoritário, controlando assim a narrativa educacional e reforçando a lealdade ao Estado.
    Com os alunos do 9ºC1 foi possível à professora bibliotecária dar a conhecer os manuais escolares do Estado Novo e de como eles são o retrato de uma formatação ideológica.



O lema Deus, Pátria e Família foi um dos pilares ideológicos do Estado Novo em Portugal. Essa tríade representava os valores fundamentais que o regime buscava promover e institucionalizar na sociedade portuguesa durante o período de 1933 a 1974. Nesta sessão com os alunos do 9ºC1 foi possível testemunhar esta realidade através da divulgação de conteúdos dos livros escolares únicos.


O regime salazarista aproveitou ao máximo as potencialidades que o livro único poderia oferecer e a confirmá-lo estão o conjunto das disposições legais que foram sendo publicadas nesse sentido. Logo em 1932, sendo ministro da Instrução Cordeiro Ramos, em anexo ao Decreto-lei n.0 21 014, de 19 de Março, surge um conjunto de máximas para serem inseridas nos «poucos» livros aprovados oficialmente, tais como:
A tua Pátria é a mais linda de todas as Pátrias: merece todos os teus sacrifícios.
Respeita a velhice: ela é depositária da experiência.
Nunca ponhas o teu interesse acima do da tua família, porque tu passas e a família fica.
Se tu soubesses o que custa mandar, gostarias mais de obedecer toda a vida.
Sejam as memórias da Pátria, que tivemos, o anjo de Deus que nos revoque à energia social e aos santos afetos da nacionalidade.
Mandar não é escravizar: é dirigir. Quanto mais fácil for a obediência, mais suave é o mando.
No barulho ninguém se entende, é por isso que na Revolução ninguém se respeita.

Mineiro, Adélia Carvalho (2007).
Valores e Ensino no Estado Novo - Análise dos Livros Únicos
Edições Sílabo, Lisboa. p.175