A Biblioteca Escolar Ferreira de Castro inaugurou a exposição Ex Libris: Livros, Arte e Coleção. Esta mostra reúne parte do espólio do colecionador de Ex Libris Hélder Duarte, que, ao longo de vários anos, trocou peças com colecionadores de diferentes países. Uma seleção da sua coleção encontra-se agora patente ao público, incluindo exemplares cuja recolha teve início na década de 1950, muito antes do nascimento da sua filha, atualmente professora bibliotecária desta biblioteca escolar.
Na abertura desta iniciativa podemos contar com a presença do Diretor deste agrupamento de escolas, António Castel-Branco, e alguns elementos da direção , professoras Maria João Coelho e Manuela Ribeiro.
O Ex Libris é um elemento identificativo colocado no interior de um livro para assinalar quem é o seu proprietário, funcionando como marca de pertença. Pode assumir a forma de ilustração, brasão, emblema ou qualquer composição artística concebida para representar a identidade pessoal, familiar ou institucional do dono da obra. Cumpre igualmente uma função organizativa, contribuindo para a catalogação e distinção dos volumes que compõem uma biblioteca privada ou pública.
Para além do seu carácter utilitário, muitos Ex Libris são criados com grande rigor e sensibilidade estética, tornando-se peças valorizadas por colecionadores e apreciadores de artes gráficas. Inserido na longa tradição de apreço e cuidado pelo livro, o Ex Libris tem sido utilizado ao longo dos séculos como forma de manifestar vínculo, reconhecimento e responsabilidade sobre uma coleção pessoal.
Esta iniciativa é o inicio de um trabalho em parceria, entre a Biblioteca Escolar Ferreira de Castro e professores de Educação Visual de alunos de 8º e 9º anos. Estes nossos alunos depois de uma visita à exposição e de uma aula dada pela professora bibliotecária sobre Ex Libris, irão elaborar os seus próprios Ex Libris. O Ex Libris promove a expressão artística, convidando os alunos a desenhar símbolos que representem quem são, o que valorizam ou o que os inspira. Integrar esta prática na sala de aula estimula a criatividade, o pensamento simbólico e a sensibilidade estética. Paralelamente, reforça a importância do livro como suporte material de conhecimento, mostrando que o objeto físico pode ser também espaço de arte e personalização.


Cada livro transporta consigo uma parte da cultura de um povo, de uma época ou de uma comunidade. Valorizar o livro como objeto cultural permite aos alunos compreender tradições, modos de pensar e expressões artísticas. Esta valorização cria pontes entre gerações e estimula o sentido de pertença, reforçando a identidade individual e coletiva. Na escola, este reconhecimento é fundamental para formar cidadãos informados e culturalmente conscientes.
Esta exposição contou também com o contributo da Academia Portuguesa de Ex Libris, que tão gentilmente nos emprestou algumas das suas publicações.
"Embrenhar-se no universo do ex-líbris abre oportunidade de
admirar as pequenas gravuras de uma época, coladas em obras invulgares. É a
fruição da arte de “personalizar” livros, da arte visual de gosto e temas
diversificados, a associação realizadora de notáveis artistas capazes de
concretizar as aspirações do bibliófilo. É a inserção da “arte-miniatura”.
(SILVA; MACIEL, 2014)⠀
https://www.cacadoradeexlibris.com/reflex%C3%A3o-ex-librista