Na Semana da Leitura 2017 a Biblioteca Escolar Ferreira de Castro proporcionou à comunidade educativa inúmeras atividades de incentivo à leitura.
No dia 27 de março tivemos a atividade Leituras Vendadas. Alunos de 5º ano ouviram ler de olhos vendados, lendo sem ver, lendo escutando, lendo para dentro imaginando.
Focar a atenção no que
se ouve ler e transformar o que se escuta em imagens cerebrais, faz de cada
ouvinte um genuíno construtor de histórias capaz de entender emoções.
Após três anos de ter recebido o Prémio
Nobel da Literatura, José Saramago publica o conto A maior Flor do Mundo. É precisamente este conto que os alunos ouviram ler de olhos vendados, lido pelas
professoras Rita Proença e Anabela Carvalho, tendo como fundo um tema musical.
Esta é a história de um menino que se
torna um herói quando arrisca tudo para salvar uma flor que estava a morrer.
Parece ser a medo que José Saramago
escreve esta história e confessa :
As histórias para crianças devem ser
escritas com palavras muito simples…
Quem me dera saber escrever essas
histórias…
José
Saramago
Este é um conto de uma subtileza tal
que toca todos os corações de olhos vendados. O protagonista da história
enfrenta todas as limitações e dificuldades para ajudar uma pequena flor que se
torna muito maior que o menino. Como diz Saramago: o menino tinha sido capaz de
fazer uma coisa
que era muito maior do que o seu tamanho e do que todos os tamanhos.
Valemos pelo que fazemos e não pelo
nosso tamanho, é o que concluem os alunos depois de terem tirado a venda e
debatido a moral da história.
Depois de escutarem a história e de a
discutirem em grupo revelando o que imaginaram ser este conto, os alunos
visionaram um filme de animação de Juan Pablo Etcheverry , baseado neste conto,
e em que José Saramago aparece como personagem e é o narrador.
Este era o conto que eu
queria contar. Tenho muita pena de não saber escrever histórias para crianças.
Mas ao menos ficaram sabendo como a história seria, e poderão contá-la doutra
maneira, com palavras mais simples do que as minhas, e talvez mais tarde venham
a saber escrever histórias para crianças…
José Saramago
E se as histórias para crianças passassem a ser de leitura
obrigatória para os adultos?
Seriam eles capazes de aprender realmente o que
há tanto tempo têm andado a ensinar?