No passado dia 18 de maio, doze turmas de oitavo e nono anos escutaram Rodolfo Castro e os seus contos. Contador de histórias, escritor, mediador de leitura e leitor em voz alta, este melhor contador de histórias argentino fez-nos viajar pelos contos tradicionais nas suas versões originais, e com isso apreender a cultura e a simbologia de cada conto de outros tempos e paragens. Com a comicidade que lhe é característica, Rodolfo Castro dirigiu-se aos adolescentes na linguagem que estes entendem, e cada sessão de cinquenta minutos pedia mais.
Foi uma atividade realizada em parceria entre a Biblioteca Escolar Ferreira de Castro e o grupo disciplinar de Espanhol."Chega-se a ser grande por aquilo que se lê e não por aquilo que se escreve." Autor: José Luís Borges
Blogue da Biblioteca Escolar da Escola Básica Ferreira de Castro - Sintra
Aqui partilhamos tudo o que acontece na nossa Biblioteca.
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19 maio, 2022
12 maio, 2022
A Magia com Ferreira de Castro : O Museu Aqui e Agora e o Futuro que Lá Mora
Integrado na abordagem ao Museu Ferreira de Castro, no projeto O Museu Aqui e Agora e o Futuro que Lá Mora, com o ilusionista, jornalista e professor Nuno André, a Biblioteca Escolar Ferreira de Castro apresentou um espetáculo de ilusionismo em que a magia se misturou com os livros. Falou-se da obra de Ferreira de Castro, ouviram-se excertos dos seus livros, tudo acompanhado de ilusionismo/paralelismo com a vida: a importância de sermos guiados pelos valores de esforço e resiliência.
A importância da leitura foi o tema central deste espetáculo que tanto alegrou os nossos alunos de 5ºano.
Tendo tido a simpática companhia da equipa da direção e do diretor do agrupamento, este por último dirigiu-se aos nossos alunos e conversou com eles sobre a importância dos livros. Foi uma tarde em cheio!
10 maio, 2022
Ferreira de Castro: ser escritor no Estado Novo (O Museu Aqui e Agora e o Futuro que Lá Mora)
O nosso agrupamento, através da Biblioteca Escolar Ferreira de Castro, aderiu, neste ano letivo, ao Projeto O Museu Aqui e Agora e o Futuro que Lá Mora e a turma contemplada foi o 5ºC1.
Muitos foram os museus que também aderiram à iniciativa, bem como alguns escritores que colaboraram na coleção de contos infantis sobre os Museus de Sintra cuja publicação teve subjacente o propósito de, à boleia da leitura, incrementar a sua visitação com a finalidade de valorizar o Património que é de todos. Por sorte ou coincidência, calhou-nos o Museu Ferreira de Castro, pelo que as atividades a desenvolver destinam-se a melhor conhecer o percurso de vida e obra do nosso estimado Patrono, incluindo a leitura e análise da obra “Não há borracha que apague o sonho” de Luísa Ducla Soares com ilustração de Danuta Wojciechowska.
Ferreira de Castro viveu na época em que Salazar subiu ao poder, governou durante 40 anos (1928-1968) e ainda assistiu ao fim da Ditadura, com a Revolução 25 de Abril de 1974. Por isso, algumas das suas obras foram censuradas pela polícia política (PIDE), a representação de algumas das suas peças proibidas e vários dos seus projetos foram abortados.
Para melhor perceber o contexto histórico em que viveu Ferreira de Castro, os alunos do 5º C foram convidados a realizar pequenos trabalhos de pesquisa sobre alguns aspetos do Estado Novo e da Revolução 25 de Abril. A turma foi dividida em dez grupos dos quais seis trabalharam temas relacionados com o Estado Novo e quatro sobre o 25 de Abril.
A partir da leitura e análise do texto de apoio, da visualização de alguns vídeos da e sobre as duas épocas, da consulta dos livros selecionados pela Biblioteca Escolar e de sites sobre os temas, os alunos pesquisaram, selecionaram informação e elaboraram pequenos trabalhos sobre os pilares do Estado Novo, entre os quais, a PIDE e a Censura, e sobre a Revolução 25 de Abril e a biografia de dois dos seus protagonistas (Salgueiro Maia e Otelo Saraiva de Carvalho).
Com esta atividade, os alunos compreenderam o quão difícil foi viver numa época de permanente controlo sobre as pessoas, incluindo os intelectuais, entre os quais Ferreira de Castro, em que o regime do Estado Novo procurou limitar a sua liberdade e a sua criatividade. Mas, como nos ensina o poeta Manuel Alegre, “Há sempre uma candeia que resiste/Dentro da própria desgraça” e Ferreira de Castro foi, certamente, uma “candeia”, entre outras, que contribuiu com a sua obra para Portugal sair da “desgraça”… Com esta atividade, os pequeninos e as pequeninas do 5ºC1 perceberam que mesmo nas situações mais difíceis vale a pena lutar para conseguir a liberdade desejada.
06 maio, 2022
Contos tradicionais ilustrados (DAR VISTA AOS CEGOS)
Associar a leitura a projetos de criatividade visual é um objetivo constante da Biblioteca Escolar Ferreira de Castro. Com os seus projetos Lendas lidas e ilustradas e Contos tradicionais ilustrados, a biblioteca escolar associou a leitura de textos de tradição popular à ilustração criativa realizada pelos nossos leitores. A Biblioteca Escolar Ferreira de Castro na sua obrigação de desenvolver o Perfil dos Alunos à Saída da Escolaridade Obrigatória, associa a sua função de promoção da leitura à implementação da compreensão no domínio de processos técnicos e performativos envolvidos na criação artística, possibilitando o desenvolvimento de critérios estéticos para o juízo crítico e para o gosto, numa vivência cultural informada.
Hoje é o trabalho de Ana Carolina da equipa do 8ºA que divulgamos com o conto açoriano Dar Vista aos Cegos.
DAR VISTA AOS CEGOS
Um cego tinha uma filha muito linda, que o acompanhava para toda a parte,
julgando assim defender a sua honra. A rapariga combinou com o namorado um
estratagema: em um caminho estava uma cerejeira, e ele devia esconder-se aí, e
quando passasse com o pai arranjaria as cousas de modo a poderem abraçar-se.
As cousas dispuseram-se a seu talante.
Ao passar perto da cerejeira, diz a rapariga:
— Ó pai, está ali uma cerejeira, tão carregadinha, que parece um andor. Deixe-me
apanhar algumas?
O cego concordou, e depois que a filha subiu à cerejeira, ficou agarrado ao
tronco, para, segundo seu intento, guardar a honra da filha.
Os namorados não perderam tempo; mas no seu enlevo, passavam dois
peregrinos, que eram Jesus Cristo e São Pedro, que andavam pelo mundo.
— Divino Mestre! — exclamou São Pedro —, como é louvável um pai que
guarda a honra da filha.
Por um ar do divino Mestre o cego recuperou subitamente a vista; e espantado
de ver a filha entre a ramagem da cerejeira abraçada pelo namorado, ela com
toda a frescura acudiu de pronto:
— Não se zangue comigo pai: o que fiz foi para lhe dar vista.
São Pedro olhou para o divino Mestre, que na sua infinita bondade, disse
sorrindo: Mulheres hão de ser sempre mulheres.
(Açores)
Título: Contos Tradicionais do Povo Português – volume 1
Autor: Teófilo Braga
Edição: Agrupamento de Escolas de Rio de Mouro
Coleção: Clássicos da literatura portuguesa
Adaptação, paginação e projeto gráfico: Carlos Pinheiro
1.ª edição: outubro de 2013
ISBN: 978-989-8671-16-5
Edição segundo as regras do Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa de
1990.
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