Blogue da Biblioteca Escolar da Escola Básica Ferreira de Castro - Sintra

Aqui partilhamos tudo o que acontece na nossa Biblioteca.

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04 dezembro, 2023

Cria o teu ET (6ºA1)


Biblioteca Escolar Ferreira de Castro, integrada no Programa Cientificamente Provável da Rede de Bibliotecas Escolares, em parceria com o Instituto de Astrofísica e Ciências do Espaço,  teve o prazer de mais uma vez contar com a colaboração da Dr.ª Catarina Leote.
Com a  Oficina Cria o teu E.T. partimos do facto de que somos todos terráqueos e estamos perfeitamente adaptados às condições do planeta Terra, e sabemos que quando os astronautas viajam para o Espaço, os seus corpos modificam-se com a ausência de gravidade e perdem densidade óssea e massa muscular.
Até hoje, não se conhece vida fora da Terra, mas se ela existir terá certamente que estar adaptada ao seu planeta ou lua. Como seria um habitante da Lua, onde as temperaturas variam entre os − 173 °C e os 127 °C? Ou um habitante de Júpiter, um planeta gasoso? Ou de Encélado, lua de Saturno, que tem um oceano interior por baixo de uma crosta de gelo? Com base no que sabemos da vida na Terra e das suas estratégias adaptativas e nas características de outros corpos do Sistema Solar, propõe-se aos alunos um exercício criativo de produção de extraterrestres adaptados a planetas e luas específicos.

Para que esta tarefa seja executada os alunos são levados a conhecer outras realidades em outros planetas ou luas (Mercúrio, Vénus, Terra, Lua, Marte, Ceres, Júpiter, Europa, Saturno, Encélado, Titã, Úrano, Neptuno), para os quais terão que criar os seus seres capazes de sobreviverem no ambiente escolhido.
Nesta oficina associamos artes visuais a astrobiologia, libertando a imaginação que há em cada aluno.
Hoje é o grupo A1 do 6º ano  que divulgamos aqui em plena criatividade.















01 dezembro, 2023

Histórias e coisas - O banco

A exposição da Biblioteca Escolar Ferreira de Castro, Coisas de Portugal dos anos 60/70 do século XX, levou  os alunos de 20 turmas, de 7º e 9º anos, a perceber como os objetos transportam memórias e histórias, e nos ajudam a conhecer uma determinada realidade. Na atividade Histórias e Coisas são os alunos que nos trazem histórias  associadas a objetos  que fazem parte das memórias de família. Hoje é a Inês Casimiro que nos conta  um episódio que poderia ter corrido muito mal e que serviu de lição para o tio de Inês.
 

Histórias e coisas - A queda de mota de minha mãe


O Miguel Pereira visitou a Biblioteca Escolar Ferreira de Castro na exposição Coisas de Portugal dos anos 60/70 do século XX e viu muitos objetos que contam histórias e são ao mesmo tempo o retrato de uma época. O Miguel desafiou a mãe a contar-lhe uma história relacionada com um objeto e uma memória, e a mãe conta-nos a história de uma mota da qual caiu, episódio do qual nunca mais se esqueceu.É mais uma mãe a quem agradecemos a participação neste projeto da Biblioteca Escolar Ferreira de Castro, Histórias e Coisas.


30 novembro, 2023

Comportamentos de segurança (5ºA1,5ºA2)



Hoje continuamos a revelar a atividade Comportamentos de Segurança, proporcionada pela Biblioteca Escolar Ferreira de Castro em parceria com a Escola Segura da PSP de Algueirão Mem Martins. Os alunos das equipas de 5ºA1 e 5ºA2 ouviram recomendações para comportamentos seguros na escola e no percurso até à escola. Foram colocadas muitas dúvidas e ouvidas muitas regras.






Histórias e coisas - Um cofre



Mais uma família que partilha uma historia com a Biblioteca Escolar Ferreira de Castro. Mariana Rosa respondeu ao nosso desafio Histórias e Coisas, e depois de visitar a nossa exposição Coisas de Portugal dos anos 60/70 do século XX, descobriu uma memória de família que envolve um cofre.Grande mistério!


29 novembro, 2023

Visitas à Exposição Coisas de Portugal dos anos 60/70 do século XX


A Biblioteca Escolar Ferreira de Castro continua com a sua exposição Coisas de Portugal dos anos 60/70 do século XX. Os nossos alunos continuam a visitar-nos e a admirar-se com as realidades passadas. Poder teclar numa máquina de escrever Olivetti Lettera 22, desenhada por Marcello Nizzoli, criada em 1950, é uma sensação nova para quem está habituado ao computador. Uma fita, duas cores e letras que carimbam! E como era difícil apagar as letras com RADEX! Mas visitar esta exposição é também conhecer a realidade de Portugal anterior a 1974. Os alunos que nos visitam ficam a saber que a taxa de analfabetismo em 1970 situava-se nos 25,7%, e que poucos teriam máquinas de escrever.


Também o famoso livro Cozinheira Ideal, de Alda de Azevedo, l943, teve muitas edições e acompanhou algumas famílias portuguesas nos anos 60 e 70. Importante frisar que poucos em Portugal teriam condições para comprar este livro e muitos não o poderiam ler porque  o número de indivíduos residentes em Portugal, sem qualquer nível de ensino em 1970,  era de 5,2 milhões. E o  titulo do livro? Porquê cozinheira ideal? Só as mulheres iam para a cozinha? Outra realidade que explorámos com os nossos alunos, sobre o papel da mulher no Estado Novo.


 
A propósito da máquina de moer a carne e das diferenças alimentares entre o campo e a cidade nos anos 60/70 em Portugal,  os nossos alunos também ficaram  a  saber que a pobreza também era urbana e que segundo Leonardo Aboim Pires,  no seu estudo As mudanças económicas do pós-guerra e a questão alimentar em Portugal: padrões de consumo, nas classes operárias a pobreza alimentar também se fazia sentir: na zona industrial de Alcântara, no final da década de 1960, a base da alimentação partia do consumo de batata e arroz, uma quase inexistência de gorduras, vitaminas e proteínas, onde os fracos recursos da população permitiam, na sua maioria, uma refeição diária. Então ter esta máquina significava pelo menos comer carne. Podemos assim mostrar mais uma vez como um objeto colocado no seu contexto, é portador de História.





Como nos diz Amália Rodrigues no seu fado Uma casa portuguesa, que ouvimos e interpretámos com os nossos alunos, Numa casa portuguesa fica bem/ Pão e vinho sobre a mesa, e também sem esquecer que Basta pouco poucochinho pra alegrar/ Uma existência singela/ É só amor pão e vinho/ E um caldo verde verdinho/ A fumegar na tigela. A alegria na pobreza, como canta este fado, faz parte do ideário do Estado Novo. Como nos diz Maria Alice Samara e Raquel Pereira Henriques no seu estudo Contributos da história oral. A questão da fome no Estado Novo, as difíceis condições de vida das pessoas economicamente desfavorecidas eram exatamente o oposto da propaganda salazarista que erigia a pobreza como virtude.



Em Portugal dos anos 60/70, poucas eram as famílias que poderiam comprar brinquedos importados e ter televisão era uma realidade que a poucos chegava. Como nos dizem os dados de José Ricardo Carvalheiro no seu trabalho Elementos sobre a ideia de audiência nos inícios da TV portuguesa,  em 1969 eram apenas 39 televisores por 1000 habitantes. O aparelho televisivo era um relativo privilégio e requeria estratégias de visionamento coletivo no seio das classes populares, que iam ao café ou se juntavam na casa de alguém que tivesse televisão.
Mais uma vez colocamos os objetos a falar e levamos os nossos alunos a aprender sobre uma realidade que desconhecem. Ensina-se e aprende-se História, de forma diferente, na Biblioteca Escolar Ferreira de Castro.




Os nossos alunos quiseram tocar numa câmara fotográfica analógica e ficaram a saber como tudo funcionava com o rolo KODAK. Só podemos tirar 36 fotografias? E depois, como era? São algumas questões que nos colocam, muito admirados.


Os nossos alunos desconheciam também o que eram as fotonovelas e que estas surgiram em Itália em 1947, como foto romances herdeiros da popularidade do cinema. O público da fotonovela era um público maioritariamente feminino, com fraca escolaridade e um baixo poder económico.  Nesta exposição foi possível mostrar uma  matriz de uma fotonovela e os alunos viram como as legendas eram escritas à máquina e coladas nas fotografias. Tão longe do digital!

Os objetos funcionam como mediadores das relações sociais e os seus percursos podem revelar aspectos da sociedade do seu tempo. Debater com os nossos alunos sobre a importância dos objetos para o estudo da História ou sobre como era a realidade portuguesa nos anos 60/70 do século XX, é também lembrar a importância da Revolução Portuguesa de 1974.





Histórias e coisas - O chapéu

Mais uma história de família que desta vez envolve um chapéu. A Biblioteca Escolar Ferreira de Castro colocou a família à conversa na troca de memórias e histórias. Sara Sá, que também visitou a exposição da biblioteca escolar Coisas de Portugal dos anos 60/70 do século XX, conta-nos a sua história neste pequeno postal.
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28 novembro, 2023

Histórias e coisas - O meu balão rosa

Hoje o que trazemos é a história da mãe do Diogo e do seu balão cor de rosa. Em resposta ao desafio da Biblioteca Escolar Ferreira de Castro, mais uma memória nos é contada associada a um objeto. Também Diogo visitou a exposição  Coisas de Portugal dos anos 60/70 do século XX e percebeu como os objetos carregam memórias e nos revelam histórias.


Visitas à Exposição Coisas de Portugal dos anos 60/70 do século XX


As bibliotecas escolares são espaços que promovem múltiplas literacias para as quais mobilizam variados recursos como forma de promover atividades transversais que possam  implementar práticas que incorporem saberes de diversas áreas do conhecimento. A Biblioteca Escolar Ferreira de Castro, com a exposição Coisas de Portugal dos anos 60/70 do século XX, pretendeu dar aos seus alunos uma forma de aprendizagem através dos objetos em presença. 


Os nossos jovens visitantes descobrem outras formas de viver e conhecem um pouco de Portugal dos anos 60/70 do século  XX. Talvez não imaginassem que uma percentagem grande de lares portugueses não beneficiavam de eletricidade, ou que a maioria das famílias no campo não tinha acesso ao bife que eles conhecem, ou ainda que o poder de compra dos portugueses (PIB per capita) em 1970, medido em paridades de poder de compra, situava-se em cerca de metade da média europeia, e que  Portugal em 1970 tinha cerca de 6,5 assinantes de telefone por 100 habitantes, estando Portugal muito abaixo da média europeia.