Blogue da Biblioteca Escolar da Escola Básica Ferreira de Castro - Sintra

Aqui partilhamos tudo o que acontece na nossa Biblioteca.

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28 abril, 2022

Ciência e preocupações ambientais na Biblioteca Escolar


    Desta vez com o 8º A1, a Biblioteca Escolar Ferreira de Castro estabeleceu com o Centro de Recursos Naturais e Ambiente (CERENA), integrada no Programa Cientificamente Provável da Rede de Bibliotecas Escolares, mais uma parceria cientifica.






    Mais uma vez a questão fundamental foi o da sustentabilidade dos recursos minerais que são finitos, e as grandes inovações tecnológicas foram e continuam a ser baseadas na utilização destes recursos. Um desses exemplos é o telemóvel que absorve em grande quantidade recursos limitados.
    Agradecemos mais uma vez à Professora Doutora Amélia Dionísio do Instituto Superior Técnico e do Centro de Recursos Naturais e Ambiente (CERENA). que mais uma vez trouxe ciência e preocupações ambientais aos nossos alunos do Ensino Básico.



    A Biblioteca Escolar Ferreira de Castro coloca o saber no centro do processo educativo. É responsabilidade da escola desenvolver nos alunos a cultura científica que permite compreender, tomar decisões e intervir sobre as realidades naturais e sociais no mundo. Toda a ação deve ser sustentada por um conhecimento sólido e robusto, como defendem os princípios do Perfil dos Alunos à Saída da Escolaridade Obrigatória.





27 abril, 2022

CONTOS TRADICIONAIS ILUSTRADOS (O REI DE NÁPOLES)


    A Biblioteca Escolar Ferreira de Castro continua a divulgar a interpretação visual de contos e lendas tradicionais, em trabalhos realizados em parceria entre a biblioteca escolar e a disciplina de Educação Visual. Hoje é o desenho de Lua Brennan, do 8ºA1,  que nos mostra a ilustração de um conto tradicional da Ilha de S. Miguel — Açores.

O REI DE NÁPOLES

Um rei tinha um filho, e como era o único, queria que ele se casasse; mas o
príncipe respondia-lhe sempre que não se casaria senão com uma filha do rei de
Nápoles se ele tivesse alguma.
O príncipe tratou logo de indagar bem se o rei de Nápoles tinha alguma filha;
mas não achava pessoa que lhe desse a certeza. Depois de muitas indagações
partiu para Nápoles, e armou-se a deitar um pregão, dizendo que dava esmolas
a todos os velhos que quisessem lá ir. Era para ver se algum lhe dava notícias se o
rei tinha alguma filha. Todos com quem ele falava lhe diziam que tinham sido
nados e criados e que tal coisa nunca tinham ouvido. Indo um dia à esmola a casa
do príncipe uma velha, perguntou-lhe se ela sabia de o rei ter alguma filha?
Respondeu a velha:
— Oh senhor, eu aqui nasci e daqui sou, mas nunca ouvi de ele ter nenhuma
filha. Agora, passando eu o outro dia por uma esquina do palácio, vi de dentro de
uma fresta uma cara tão linda, que me pareceu ser de princesa. Mas não posso
dar maior certeza.
O príncipe prometeu à velha de lhe pagar bem, se ela descobrisse que era a
princesa. Um dia indo a velha pela esquina, viu à fresta a tal cara linda e
chamou-a para lhe vir falar. Ela veio; perguntou-lhe a velha se queria comprar
joias, que sabia quem as tinha bem boas.
A princesa disse que sim, e combinou a hora em que iriam ter à fresta. A velha
foi muito contente dizer tudo ao príncipe. Como tinha visto a princesa, que
tinha falado com ela, e combinado a hora de ele ir com as joias. O príncipe
vestiu-se em trajo de adelo, e chegou à esquina a apregoar joias.
Neste tempo ouve uma voz, que vinha da fresta, chamar:
— Ó homem das joias!
O príncipe voltou para trás muito contente, e a princesa disse-lhe que entrasse
por aquela escadinha. Assim fez; mostrou-lhe as joias, ela estava satisfeita, e
disse depois de escolher:
— Vamos agora ao preço.
— Se a senhora está contente com essas, em casa tenho outras ainda melhores, e
trago-as cá amanhã.
Quando chegou a casa a velha aconselhou-o a que vestisse por baixo os seus
fatos de príncipe, e por cima com o trajo de vendilhão das joias, para quando
chegasse às escadinhas despir-se e falar à princesa como quem era. Assim fez; a
princesa quando o viu feito príncipe assustou-se; mas ele expôs-lhe a sua prática
e a diligência que tinha feito para chegar àquele lugar, e que o seu sentido era
casar com ela.
A princesa aceitou o pedido, e assentou a hora da noite muito em segredo em
que ele a iria buscar, porque o rei seu pai não queria que ela se casasse. O
príncipe, pelo muito desejo que tinha de a ir buscar, foi logo de serão para o
lugar da escadinha; mas cansado de esperar, encostou o cotovelo sobre a sela do
cavalo e pegou a dormir.
Neste tempo passou um homem de meia-tigela pelo pé do príncipe, e quis ver se
o conhecia; nisto ouviu uma voz que dizia:
— Vamos, vamos! que já está o escaler na água à nossa espera.
O tal homem viu descer uma donzela muito linda, e pegou nela com toda a
riqueza que trazia; meteram-se no escaler e partiram.
O pobre do príncipe ficou ali até amanhecer. Quando acordou julgou que a
princesa o tinha enganado, e foi para outra terra, e quando lá chegou começou
outra vez a dar esmolas aos pobres para descobrir por algum se o rei de Nápoles
tinha alguma filha.
A princesa, quando amanheceu, que se viu com aquele homem, disse consigo:
— A primeira vista não é vista; mas isto não é o príncipe meu senhor.
O ladrão do homem, como a via desgostosa, perguntou-lhe:
— Sabe a menina com quem vai?
— Com o príncipe meu senhor.
— Pois saiba que vai com um ladrão.
A princesa começou a chorar, e foram andando, andando e chegaram lá a uma
terra chamada das Junqueiras.
Ele varou a lancha, deixou ficar ali a princesa e foi-se embora; havia ali só uma
mulher viúva com a sua filha.
A princesa ficou a chorar muito naquele escampado, por se ver sozinha, e tudo
isto era de noite. Disse a filha à mãe:
— Estou ouvindo chorar; e parece-me ser mulher.
— Não, filha; isso podem ser os ladrões, para nos enganarem e virem roubarnos.
Tornou a dizer a filha:
Será tudo o que Deus quiser;
Mas aquele chorar é de mulher.
Foram ambas, e deram com a princesa, que elas não conheciam, e tomaram-na
para a sua companhia.
O príncipe continuava a dar esmolas aos pobres, e perguntava a todos se o rei de
Nápoles tinha alguma filha. Todos diziam que não, que nunca tal tinham
ouvido.
Afinal foi lá um velho e fez-lhe esmola, e repetiu a pergunta do costume; o velho
respondeu:
— Se o senhor soubesse o que eu passei com ela! sempre se havia de rir um
bocado.
O príncipe puxa uma cadeira e senta o velho ao pé de si. O velho contou:
— Eu vinha um dia do jogo das távolas; e passei pelo palácio do rei; estava lá
numa esquina um cavaleiro dormindo, por sinal com o cotovelo na sela do
cavalo; fui ao pé dele para ver se o conhecia, e a este tempo ouvi dizer: «Vamos!
que já está o escaler na água à nossa espera.»
E foi contando tintim por tintim o caso do roubo da princesa até a ir deitar na
terra das Junqueiras.
Assim que chegou a este ponto, o príncipe não se teve em si, puxa de um punhal
e crava-o na cabeça do velho e matou-o. Os outros velhos que estavam ali,
gritaram logo:
— Aqui d'el-rei, que mataram o nosso irmão.
Acudiu logo a Justiça para levarem o príncipe para o Limoeiro; chegou o dia em
que ia a enforcar, e ele pediu mais uma hora de vida. Chamou um dos homens
que ali estava, que fosse ao palácio pedir ao rei um livro de pastas vermelhas, que
estava à cabeceira do príncipe. O rei assim que ouviu isto deu-lhe um baque o
coração, e conheceu que só o príncipe é que podia fazer aquele pedido. E como
já havia muitos anos andava ausente do reino, foi ver se seria ele; meteu-se na
carruagem e foi ter com ele, trouxe logo para o palácio o filho, que lhe contou
todos os seus trabalhos:
— Agora, meu pai, dê-me licença para ir à terra das Junqueiras buscar a princesa.
O pai mandou aprontar uma das melhores naus, e o príncipe assim que chegou à
terra das Junqueiras e viu uma casinha, bateu e quem lhe veio falar foi a dona. Às
perguntas do príncipe, disse que morava com duas filhas. O príncipe disse se ela
dava licença, que as queria ver. E ela disse, que não tinham roupinha capaz de
aparecerem a Sua Alteza. Tanto teimou que elas apareceram, e o príncipe logo a
reconheceu, e disse que ia por causa dela, para a levar para o palácio. A princesa
disse que estava bem, e que para enganos só bastava uma vez. Ele disse que
levaria também para o palácio as suas companheiras, que seriam tratadas como
pessoas reais. Foram-se embora e casaram, e ficaram vivendo todos como Deus
com os anjos.

(Ilha de S. Miguel — Açores)

Título: Contos Tradicionais do Povo Português – volume 1
Autor: Teófilo Braga
Edição: Agrupamento de Escolas de Rio de Mouro
Coleção: Clássicos da literatura portuguesa
Adaptação, paginação e projeto gráfico: Carlos Pinheiro
1.ª edição: outubro de 2013
ISBN: 978-989-8671-16-5
Edição segundo as regras do Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa de
1990.




26 abril, 2022

A Biblioteca Escolar como laboratório: a Geologia Forense na investigação


    A Biblioteca Escolar Ferreira de Castro continua integrada no Programa Cientificamente Provável com o Centro de Recursos Naturais e Ambiente (CERENA), e renova a atividade dedicada à Geologia Forense na investigação criminal.
    Desta vez com o 8ºA1 esta atividade começa com uma apresentação temática sobre a importância da geologia forense e é seguida de um conjunto de atividades experimentais.




    É o desafio de investigação criminal que motiva os alunos e os obriga a observar, analisar e comparar materiais geológicos de amostras e de vestígios dos locais do hipotético crime, para tirar conclusões quanto aos possíveis suspeitos.



    Mais uma vez a Biblioteca Escolar Ferreira de Castro se transformou num laboratório de pesquisa forense.
    Foi grande o entusiasmo destes alunos investigadores de 8º ano, que assim vão atingindo O Perfil dos Alunos à Saída da Escolaridade Obrigatória a caminho do Saber científico, técnico e tecnológico.




















     Agradecemos mais uma vez à Professora Doutora Maria Orquídea Teixeira Neves a disponibilidade e dedicação à Biblioteca Escolar Ferreira de Castro, em representação do Instituto Superior Técnico e do Centro de Recursos Naturais e Ambiente (CERENA).



25 abril, 2022

Mais cravos que ditadura - 25 DE ABRIL NUM MINUTO



No dia 25 de Abril de 1974 um grupo de militares derrubou a ditadura em Portugal e devolveu a liberdade à população. Num minuto saiba como funcionava o Estado Novo e o que aconteceu no dia da revolução.
Uma Produção da Academia RTP do ano de 2012 mostra aos mais novos num minuto o que se celebra hoje em Portugal, dia 25 de abril.

Clica no link indicado e vê o video num minuto.

24 abril, 2022

CONTOS TRADICIONAIS ILUSTRADOS ( O PEIXINHO ENCANTADO )


    A Biblioteca Escolar Ferreira de Castro continua a promover a ilustração como forma de interpretação da leitura e manifestação da expressão plástica. No projeto Lendas Lidas e Ilustradas Inês Rita do 8ºA1, foi a jovem que ilustrou mais um conto tradicional do Algarve que Teófilo Braga registou na sua obra Contos Tradicionais do Povo Português – volume 1. Deixamos aqui a ilustração e a respetiva história.

O PEIXINHO ENCANTADO  

    Era uma pobre mulher, que tinha um único filho, e demais parvo, e não queria
trabalhar. Coitadinha, não lhe servia senão para comer. Um dia que ia para o
mato buscar lenha viu um rapazinho da vizinhança, ela pediu-lhe para que levasse
consigo o tolinho, e lhe ensinasse a fazer um peixinho. Quando chegaram ao
monte, o rapaz foi cortar dois molhos de lenha, e o parvo pôs-se a brincar ao pé
de uma ribeira. Ali esteve sem pensar em nada, a ver os peixinhos na água; eis
senão quando salta um peixinho mesmo às abas do parvo, que lhe botou logo as
unhas. O peixinho assim que se viu nas mãos do parvo, disse-lhe
— Não me mates, que em paga, quando quiseres alguma coisa, basta dizeres:
«Peço a Deus e ao meu peixinho que me dê tal e tal, que tudo há de sair como
pedires.»
    O parvo, assustado, deixou o peixinho cair-lhe da mão, e logo desapareceu na
ribeira. O outro rapaz bem chamava por ele para vir erguer o seu molho; ele foi,
e quando viu que o molho era pesado disse:
— Peço a Deus e ao meu peixinho que me ponha a cavalo neste feixe de lenha.
Saltou para cima do molho, que o levou a galope pelo mato fora e por toda a
cidade até chegar a casa da mãe. O rei estava à janela do palácio, e ficou
admirado; chamou a filha:
— Vem ver o parvo a cavalo num feixe de lenha.
    A princesa desatou a rir, quando o viu; mas o parvo disse baixinho:
— Peço a Deus e ao meu peixinho, que a princesa tenha um menino meu.
    Tempo depois começou a princesa a padecer; todos os médicos foram de
opinião, que a princesa andava ocupada. O rei ficou desesperado e pedindo por
todos os santos à filha que lhe dissesse quem tinha sido o causador de uma tal
vergonha. A princesa jurava por tudo que não sabia explicar aquilo; o rei
mandou botar um pregão, de que quem viesse confessar que era pai do menino
casaria com a princesa.
    Depois de tempo, veio o parvo ao palácio para falar ao rei:
— Venho dizer a Vossa Real Majestade que eu é que sou o pai do menino da
princesa.
    O rei ficou espantado, a princesa não compreendia o que estava ouvindo. O
parvo contou então o acontecido. O rei para se confirmar, disse-lhe:
— Pois pede ao teu peixinho que te faça aparecer agora aqui muito dinheiro.
O dinheiro caiu-lhe de todos os lados.
— Pede agora ao teu peixinho que te faça um moço muito perfeito e esperto.
    O parvo ficou desde logo mais formoso que todos os príncipes; casou com a filha do rei, e pela sua grande esperteza ficou governando.
(Algarve)

Título: Contos Tradicionais do Povo Português – volume 1
Autor: Teófilo Braga
Edição: Agrupamento de Escolas de Rio de Mouro
Coleção: Clássicos da literatura portuguesa
Adaptação, paginação e projeto gráfico: Carlos Pinheiro
1.ª edição: outubro de 2013
ISBN: 978-989-8671-16-5
Edição segundo as regras do Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa de
1990.




23 abril, 2022

Minerais e telemóveis

    Em mais um ano de parceria estabelecida com o Centro de Recursos Naturais e Ambiente (CERENA), integrada no Programa Cientificamente Provável da Rede de Bibliotecas Escolares, a Biblioteca Escolar Ferreira de Castro convidou no passado dia 21 de abril, turmas de 8º ano para participar na aula experimental sobre minerais e telemóveis.




    Desde tempos remotos que o Homem utilizou os recursos minerais colocados à sua disposição. As grandes inovações tecnológicas foram e continuam a ser baseadas na utilização destes recursos. Um desses exemplos é o telemóvel que se tornou parte integrante do nosso dia-a-dia.
    Com o 8ºA2 procurou-se partilhar a informação de que os minerais são fundamentais, pois, deles são extraídos alguns elementos químicos, utilizados no fabrico de vários componentes de um telemóvel, em função das suas propriedades.



    A questão fundamental mais abordada com os alunos do 8ºA2 foi o da sustentabilidade dos recursos minerais que são finitos. Agradecemos à Professora Doutora Amélia Dionísio  do Instituto Superior Técnico e do Centro de Recursos Naturais e Ambiente (CERENA). que mais uma vez trouxe ciência e preocupações ambientais aos nossos alunos do Ensino Básico.