Blogue da Biblioteca Escolar da Escola Básica Ferreira de Castro - Sintra

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16 novembro, 2023

Coisas de Portugal dos anos 60/70 do século XX (9º C2)




É o 9ºC2 que divulgamos aqui em visita à exposição Coisas de Portugal dos anos 60/70 do século XX. A Biblioteca Escolar Ferreira de Castro continua a divulgar realidades das décadas anteriores à Revolução Portuguesa de 25 de Abril de 1974.


A professora Clara Gomes, adjunta da Direcção do agrupamento de escolas, também contribuiu com objetos para a exposição, e veio a esta sessão falar da realidade rural dos seus avós na zona saloia de Sintra.






Os brinquedos também foram tema, sobretudo na diferença de classes sociais em Portugal dos anos 60 e 70 do século XX.






No final da sessão, todos os alunos ouviram e acompanharam a letra do fado de Amália Rodrigues, Uma casa portuguesa, que interpretámos em seguida de acordo com o tema do ideário do Estado Novo em Portugal, relacionado com a exposição Coisas de Portugal dos anos 60/70 do século XX.


06 novembro, 2023

Coisas de Portugal dos anos 60/70 do século XX - Exposição (9ºA3 )

A Biblioteca Escolar Ferreira de Castro continua na sua missão de diversificar os recursos destinados a uma aprendizagem diferenciada e a promover um acesso à informação, alternativo ao digital. Queremos desenvolver várias formas de leitura. Ler objetos, descodificando função, material, configuração, concepção, elaboração, e descobrir uma época, uma realidade e as vivências associadas, são objetivos da exposição patente nesta biblioteca escolar, Coisas de Portugal dos anos 60/70 do século XX..

Para as equipas de 9º ano integramos a exploração desta exposição na parte do currículo de História que versa sobre o Estado Novo em Portugal. Desvendar a realidade económica e social de Portugal dos anos 60/70 do século XX, é conhecer o país anterior à Revolução de 25 de Abril de 1974.


A propósito da panela de ferro de três pés, onde se fazia o caldo no meio rural, falamos da pobreza em Portugal nas década de 60 e 70 do século XX e como em 1973 a pobreza continuava a ser uma realidade dura para muitos portugueses.

O caldo era feito com hortaliças, sobretudo couves galegas, relativamente fáceis de cultivar, resistentes e abundantes. A base podia ser a batata mas quando esta faltava substituía-se por farinha (se houvesse), por castanha ou por feijão, dependendo das zonas e do que se produzia. Por vezes cozia-se alguma carne de porco neste caldo.


Ø   Estes alunos do 9ºA3 ficaram a saber que no campo, a alimentação era manifestamente exígua, em termos proteicos. As galinhas eram um luxo para a maior parte dos camponeses. A sua carne só era consumida pelas parturientes e comia-se sobretudo carne de porco, conservada em sal ou em banha, mas em pouquíssima quantidade, atendendo a que a carne de um porco tinha de alimentar uma família, por vezes bastante numerosa, durante um ano, como nos diz  Maria Alice Samara Raquel Pereira Henriques em  Breves retratos de Portugal no tempo de Salazar.


Sobre a  loiça de esmalte explicamos como o aço esmaltado veio substituir as panelas de ferro, mas só para quem tinha fogão, a lenha ou a gás.

Pegando na malga de faiança, referimos que para além do caldo , a alimentação pobre, na maioria do meio rural, incluía por vezes também as sopas de cavalo cansado servidas nestas tigelas. O que estes alunos também não sabiam é que no interior, (Minho, Trás-os-Montes e Beiras Interiores) e em dias de trabalhos agrícolas em período de inverno, serviam-se estas sopas de vinho. Havia pouca variedade de alimentos para a maior parte da população e uma mistura de pão com vinho pela manhã ajudava a dar força para começar o dia no campo.



Olhando para a mesa posta na exposição, fazemos reparar que apesar da disposição que os objetos apresentam, pratos e copos individuais não eram frequentes no meio rural, e dos talheres, os garfos eram os menos abundantes. 


Exibimos também o  frasco de vidro com tampa em baquelite que nas merceeiras urbanas portuguesas dos anos 60/70, enchiam-se de rebuçados de funcho ou de coco, caramelos, pastilhas elásticas e amendoim. Em casa serviam para guardar alimentos na cozinha. São uma marca visual urbana das décadas de 60 e 70 do século XX.


Entre outros objetos também explorados com esta exposição, terminamos com o Tabuleiro TV produzido em Portugal pelas fábricas de plástico de Leiria, nos anos 70. Modelo importado dos EUA, este produto não teve muito sucesso porque muitas pessoas ainda não tinham televisão em casa e porque ninguém comia no sofá.




02 novembro, 2023

Coisas de Portugal dos anos 60/70 do século XX - Exposição (7ºB1)

 

Com os alunos da equipa do 7ºB1 viajámos mais uma vez pelas décadas de 60 e 70 do século XX, através da exposição Coisas de Portugal dos anos 60/70 do século XX, da Biblioteca Escolar Ferreira de Castro.

Foi uma aula de História diferente, com o recurso a objetos de época, em que através da observação e da interrogação, colocámos fontes materiais a falar.

Os objetos antigos são uma parte importante do património cultural de uma sociedade, e com eles é possível descobrir realidades históricas, e neste caso de Portugal  antes da Revolução de 25 de abril de 1974.

Estes alunos reconheceram o ferro de passar, a carvão, da casa dos avós, mas que agora só são para decorar a casa da aldeia. Descobriam como funcionavam e como eram pesados. Ficaram também a saber que mesmo já existindo os ferros eléctricos nos anos 60 do século XX em Portugal, estes eram caros e eram só para quem tinha eletricidade em casa, o que ainda era uma percentagem baixa no meio rural.


Outro objeto que estes alunos só conhecem dos irmãos mais novos, é o bacio. O que eles ficaram a saber é que uma grande percentagem da população rural portuguesa dos anos 60 e 70, ou dos bairros operários das cidades, não tinham casa de banho nas suas casas.


Também mostrámos brinquedos e a diferença entre os materiais com que eram produzidos. Dos mais simples e baratos de madeira às bonecas mais caras importadas.


Mais uma vez os alunos quiseram tocar nos talheres de alumínio e verificar como eram leves e bem diferentes dos de inox que têm em casa.





26 outubro, 2023

Coisas de Portugal dos anos 60/70 do século XX - Exposição ( 9ºA4 )


Desta vez são os alunos do 9º A4 que visitam a exposição Coisas de Portugal dos anos 60/70 do século XX, da Biblioteca Escolar Ferreira de Castro. Vêm com a professora de História Ana Aguiar, e fazem uma introdução à temática do Estado Novo em Portugal, na perspectiva económica e social das décadas de 60 e 70.

Pegamos no telefone de mesa AEP 7A criado em 1962, e revelamos como este modelo teve grande expansão nacional. Produzido pela Automática Eléctrica Portuguesa, foi um dos terminais que mais tempo persistiu nas redes urbanas e rurais, chegando em muitos casos até aos nossos dias. Estes alunos ficaram a  saber que, no entanto, na década de 60 não havia telefones em Portugal a não ser nos estabelecimentos comerciais e em casas com grande desafogo económico. Nos anos 70 Portugal tem cerca de 6,5 assinantes de telefone por 100 habitantes, estando Portugal muito abaixo da média europeia.


A leiteira é objeto que muitos alunos identificam e ficaram também a saber que a  população portuguesa que nos anos 60-70 do século XX podia beber leite, comprava-o fresco ao produtor que o vendia nestas leiteiras de alumínio. No entanto para a maioria da população portuguesa, sobretudo rural, ovos, leite, manteiga e queijo eram considerados artigos de luxos.


Estes alunos ficaram a saber o que é uma barra de sabão e que a fábrica mais antiga a produzir sabão azul e branco em Portugal, é a Saboaria e Perfumaria Confiança, em Braga, que foi fundada a 12 de outubro de 1894.

A propósito do sabão, falamos de como em 1972 33% da população de Portugal continental não tinha acesso a sistemas de distribuição de água, e que a água, mesmo abundante, não seria suficiente para lavar o corpo e assim o sabão era o elemento fundamental dessa lavagem. Com este sabão fazia-se a higiene pessoal, lavava-se a roupa e a loiça, sobretudo no meio rural.



Ficaram todos a saber que nos anos de 1920, a marca Confiança produzia sabonetes, pó de arroz, água-de-colónia, sabonetes medicinais, extratos extrafinos e óleos com origem na flora das antigas colónias portuguesas. Inicialmente o sabonete era acessível às famílias mais abonadas economicamente, mas democratizou-se à medida que o seu custo foi descendo de modo significativo.