Blogue da Biblioteca Escolar da Escola Básica Ferreira de Castro - Sintra

Aqui partilhamos tudo o que acontece na nossa Biblioteca.

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23 abril, 2022

Minerais e telemóveis

    Em mais um ano de parceria estabelecida com o Centro de Recursos Naturais e Ambiente (CERENA), integrada no Programa Cientificamente Provável da Rede de Bibliotecas Escolares, a Biblioteca Escolar Ferreira de Castro convidou no passado dia 21 de abril, turmas de 8º ano para participar na aula experimental sobre minerais e telemóveis.




    Desde tempos remotos que o Homem utilizou os recursos minerais colocados à sua disposição. As grandes inovações tecnológicas foram e continuam a ser baseadas na utilização destes recursos. Um desses exemplos é o telemóvel que se tornou parte integrante do nosso dia-a-dia.
    Com o 8ºA2 procurou-se partilhar a informação de que os minerais são fundamentais, pois, deles são extraídos alguns elementos químicos, utilizados no fabrico de vários componentes de um telemóvel, em função das suas propriedades.



    A questão fundamental mais abordada com os alunos do 8ºA2 foi o da sustentabilidade dos recursos minerais que são finitos. Agradecemos à Professora Doutora Amélia Dionísio  do Instituto Superior Técnico e do Centro de Recursos Naturais e Ambiente (CERENA). que mais uma vez trouxe ciência e preocupações ambientais aos nossos alunos do Ensino Básico.












CONTOS TRADICIONAIS ILUSTRADOS ( O SAL E A ÁGUA)


    Uma boa leitura depende da compreensão do leitor e da interpretação da informação contida no texto. Com o Projeto Lendas Lidas e Ilustradas, a Biblioteca Escolar Ferreira de Castro pretendeu promover a descodificação visual de leituras, associando a disciplina de Educação Visual à interpretação de contos tradicionais. Aqui fica o trabalho de Arilson Tomás do 8ºA1 sobre o conto O Sal e a Água.

O SAL E A ÁGUA

Um rei tinha três filhas; perguntou a cada uma delas por sua vez, qual era a mais
sua amiga? A mais velha respondeu:
— Quero mais a meu pai, do que à luz do Sol.
Respondeu a do meio:
— Gosto mais de meu pai do que de mim mesma.
A mais moça respondeu:
— Quero-lhe tanto, como a comida quer o sal.
O rei entendeu por isto que a filha mais nova o não amava tanto como as outras,
e pô-la fora do palácio. Ela foi muito triste por esse mundo, e chegou ao palácio
de um rei, e aí se ofereceu para ser cozinheira. Um dia veio à mesa um pastel
muito bem feito, e o rei ao parti-lo achou dentro um anel muito pequeno e de
grande preço. Perguntou a todas as damas da corte de quem seria aquele anel.
Todas quiseram ver se o anel lhes servia; foi passando, até que foi chamada a
cozinheira, e só a ela é que o anel servia. O príncipe viu isto e ficou logo
apaixonado por ela, pensando que era de família de nobreza.
Começou então a espreitá-la, porque ela só cozinhava às escondidas, e viu-a
vestida com trajos de princesa. Foi chamar o rei seu pai e ambos viram o caso. O
rei deu licença ao filho para casar com ela, mas a menina tirou por condição que
queria cozinhar pela sua mão o jantar do dia da boda. Para as festas do noivado
convidou-se o rei que tinha três filhas, e que pusera fora de casa a mais nova. A
princesa cozinhou o jantar, mas nos manjares que haviam de ser postos ao rei seu
pai não botou sal de propósito. Todos comiam com vontade, mas só o rei
convidado é que nada comia. Por fim perguntou-lhe o dono da casa, porque é
que o rei não comia? Respondeu ele, não sabendo que assistia ao casamento da
filha:
— É porque a comida não tem sal.
O pai do noivo fingiu-se raivoso, e mandou que a cozinheira viesse ali dizer
porque é que não tinha botado sal na comida. Veio então a menina vestida de
princesa, mas assim que o pai a viu, conheceu-a logo, e confessou ali a sua culpa,
por não ter percebido quanto era amado por sua filha, que lhe tinha dito, que
lhe queria tanto como a comida quer o sal, e que depois de sofrer tanto nunca se
queixara da injustiça de seu pai.
(Porto)

Título: Contos Tradicionais do Povo Português – volume 1
Autor: Teófilo Braga
Edição: Agrupamento de Escolas de Rio de Mouro
Coleção: Clássicos da literatura portuguesa
Adaptação, paginação e projeto gráfico: Carlos Pinheiro
1.ª edição: outubro de 2013
ISBN: 978-989-8671-16-5
Edição segundo as regras do Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa de
1990.


22 abril, 2022

Mais cravos que ditadura – A CENSURA NO ESTADO NOVO


    Mais um dia de abril a caminho de 25. A Revolução Portuguesa de 25 de abril de 1974 significou para Portugal a conquista da democracia. Fica aqui mais uma publicação sobre o que foi viver no Estado Novo e uma das conquistas desta revolução: a liberdade de expressão.


Durante mais de 40 anos, nada seria publicado em Portugal sem que passasse primeiro pela censura. O conhecido "lápiz azul", tantas vezes usado noutras cores, abateu-se sobre milhares de livros, sobre a imprensa e sobre qualquer manifestação cultural. 

Mais de duas décadas depois do 25 de Abril, Mário Zambujal fala-nos, em estúdio, daquilo que foi o fim da censura. 

Chefe de redacção de O Século à altura, recorda os primeiros dias de liberdade de expressão, quando fazer edições contínuas com tudo o que durante tanto tempo tinha sido silenciado era a única forma de celebrar devidamente essa possibilidade ansiada, sem cuidar de ir a casa, tomar banho ou dormir. 

Aceitando como óbvio o facto de haver censura num regime ditatorial, Mário Zambujal alude ironicamente à sujeição prática do jornalismo de então aos moldes que lhe foram impostos. “Era tudo à mão e a pé”, diz, e terá sido por isso, defende, que a maior e mais relevante parte dos jornais se instalava no Bairro Alto, de onde era mais fácil chegar às instalações oficiais onde o lápis azul actuava, fazendo posteriormente sair as provas, já censuradas, para publicação.

Este texto e uma pequena reportagem podem ser visionados em:






Ainda podes visitar a Galeria Virtual da Censura do Museu Nacional da Imprensa onde podemos ler por Luís Humberto Marcos, Director do Museu Nacional da Imprensa, a seguinte apresentação: 



Esta GALERIA VIRTUAL DA CENSURA começa com uma delimitação temporal precisa:o período da ditadura que vigorou em Portugal entre 1926 e 1974.
Os restantes tempos de censura da história portuguesa – e foram muitos desde a Inquisição - não são contemplados nesta primeira fase da GALERIA. Começando pela censura instaurada menos de um mês após o golpe militar de 28 de Maio de 1926, e que se foi apurando com a mestria do ditador Salazar, estaremos a falar de um dos processos censórios mais bem urdidos da história repressiva da humanidade.
Engenhosamente, diversos mecanismos estavam articulados de forma a “proteger” a ideologia do regime, de maneira aparentemente invisível e estimulando a autocensura.
Tratou-se de uma máquina censória que durou cerca de 48 anos e que se inculcou nos interstícios da sociedade portuguesa. Grande parte das provas desapareceu, mas o que ficou é suficiente para dar a noção da monstruosidade praticada. Na GALERIA podem ser apreciadas muitas provas censuradas, a par da legislação e de uma cronologia com os principais factos. Os cibernautas poderão ainda ter acesso a testemunhos, a protestos em favor da abolição da censura e à imprensa clandestina que de 1926 a 1974 se produziu, numa resistência continuada.
O fim da Censura, com o 25 de Abril de 1974, abriu o maior período de liberdade de expressão da história portuguesa.
Porque se sabe existirem muitas provas e histórias esquecidas, faz-se apelo a contributos e comentários que tornem a história da censura mais documentada.


Boa Visita!

A Geologia forense na investigação


    No passado dia 21 de abril tivemos mais uma vez, com a Biblioteca Escolar Ferreira de Castro, o Centro de Recursos Naturais e Ambiente (CERENA), integrada no Programa Cientificamente Provável, desta vez para uma atividade dedicada à Geologia Forense na investigação criminal.
    Esta atividade começou com uma apresentação temática sobre a importância da geologia forense e é seguida de um conjunto de atividades experimentais.




    Desta vez com o 8ºA2, cada grupo de alunos responde a um desafio de investigação criminal, no qual tem que observar, analisar e comparar materiais geológicos de amostras e de vestígios dos locais do hipotético crime, para tirar conclusões quanto aos possíveis suspeitos.











    Mais um ano em que a Biblioteca Escolar Ferreira de Castro se transformou na série CSI e trabalhou em investigação criminal, transformando o seu espaço num laboratório de pesquisa forense.
    Foi grande a animação destes nossos jovens investigadores de 8º ano, que assim vão atingindo O Perfil dos Alunos à Saída da Escolaridade Obrigatória a caminho do Saber científico, técnico e tecnológico.



    Agradecemos à Professora Doutora Maria Orquídea Teixeira Neves a disponibilidade e dedicação aos nossos alunos, em representação do Instituto Superior Técnico e do Centro de Recursos Naturais e Ambiente (CERENA).




21 abril, 2022

CONTOS TRADICIONAIS ILUSTRADOS (AS CRIANÇAS ABANDONADAS)

    
    Criar imagens, desenhos, pinturas ou quaisquer representações gráficas que procurem transmitir uma mensagem, contar uma história ou contribuir para a construção de significados, é o que se pretende com os trabalhos dos jovens ilustradores nos projetos Lendas Lidas e Ilustradas  e Contos tradicionais ilustrados da Biblioteca Escolar Ferreira de Castro, associado à ilustração de contos tradicionais integrado no desafio do Mês Internacional das Bibliotecas Escolares,
Hoje temos a interpretação gráfica de Luna Soares do 8ºA1, do conto As crianças abandonadas.
Mais uma vez agradecemos a adesão de alunos e professores ao desafio lançado pela biblioteca escolar.

AS CRIANÇAS ABANDONADAS

    
Um pobre homem casado tinha muitos filhos, sem ter que lhes dar a comer; de uma vez, quando os pequenos já estavam deitados, disse ele para a mulher:
— O melhor é levá-los comigo para o monte quando for à lenha, e deixá-los lá.
    O filho mais novo apanhou a conversa e levantou-se sorrateiro, e foi à ribeira e trouxe para casa muitos seixinhos. Ao outro dia pela madrugada o homem saiu com os filhos para o monte, e o mais novo foi espalhando os seixos pelo caminho.
    Ao cair da tarde o homem carregou a lenha e disse aos filhos que ficassem guardando o resto, que já vinha por eles. Mas, voltou o pai? Assim que anoiteceu, os pequenos começaram a chorar; ora o mais novo, disse:
— Eu sei o caminho.
    E foi procurando os seixinhos brancos que tinha deixado cair pelo caminho; o que é certo é que deu com o caminho de casa, mais os irmãos. Estava porta fechada e estava-se à ceia. Dizia a mulher:
— Está este caldinho tão bom. Quem me dera aqui agora os nossos filhos! Onde estarão a estas horas?
— Estamos aqui, mãezinha.
    A mãe foi abrir-lhes a porta. Passaram tempos, a pobreza aumentou, e o pai combinou outra vez em deixá-los no monte; assim fez. O pequeno apanhou a conversa, e desta vez, como não pôde ir buscar os seixos, encheu uma algibeira de tremoços, e foi-os espalhando. À noite quando o pai se veio embora, o pequeno começou a procurar os tremoços, e os pássaros tinham-nos comido, e não pôde achar o caminho. Ele mais os irmãozinhos perderam-se no descampado, até que foram dar a uma casa onde morava um homem ruim; a mulher assim que os viu, disse:
— Ai meninos, que vindes aqui fazer, que o meu homem come gente!
— O que nós queríamos era comer alguma coisinha, disse o mais esperto.
    Entraram; a mulher deitou os seus filhos em uma cama, e pôs-lhes umas
carapucinhas e levou os pequenos perdidos, para outra cama. O pequeno mais esperto não pregava olho, e lá pela noite adiante, viu entrar o homem ruim, de dentes arreganhados:
— Cheira-me aqui a gente nova!
    A mulher confessou-lhe tudo; ora o pequeno tinha ido tirar as carapucinhas aos outros e tinha-as metido nas cabeças dos irmãos e da sua. O homem mal passou pela cama das crianças, e pensando que eram os seus filhos foi ter à outra cama, e como os não viu com as carapucinhas, degolou-os logo a todos, e começou a comer neles. Os pequenos pelo aviso do irmão escapuliram-se, e quando já iam muito longe é que o homem ruim deu pelo engano; calçou umas botas de sete léguas, e tal passada deu que os pequenos lhe ficaram atrás; andou, andou e de cansado voltou a adormecer no caminho. O pequeno roubou-lhe as botas de sete léguas, e assim pôs-se a salvamento mais os irmãos, e como o rei tinha guerras muito longe, ele levava as ordens, e trazia as notícias, e assim ganhou muito dinheiro com que tirou toda a sua família da pobreza.

(Airão)

Título: Contos Tradicionais do Povo Português – volume 1
Autor: Teófilo Braga
Edição: Agrupamento de Escolas de Rio de Mouro
Coleção: Clássicos da literatura portuguesa
Adaptação, paginação e projeto gráfico: Carlos Pinheiro
1.ª edição: outubro de 2013
ISBN: 978-989-8671-16-5
Edição segundo as regras do Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa de
1990.





Mais cravos que ditadura e a Biblioteca Escolar


    Mais uma vez os livros da Biblioteca Escolar Ferreira de Castro viajaram até às salas de aula. Hoje foram alunos de 9º ano, na disciplina de História, que abordaram o tema da Revolução Portuguesa de 25 de Abril de 1974 através da consulta do acervo da biblioteca escolar. São as nossas Leituras+ em Rota Livre.