Blogue da Biblioteca Escolar da Escola Básica Ferreira de Castro - Sintra

Aqui partilhamos tudo o que acontece na nossa Biblioteca.

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12 maio, 2022

A Magia com Ferreira de Castro : O Museu Aqui e Agora e o Futuro que Lá Mora


    Integrado na abordagem ao Museu Ferreira de Castro, no projeto O Museu Aqui e Agora e o Futuro que Lá Mora, com o ilusionista, jornalista e professor Nuno André, a Biblioteca Escolar Ferreira de Castro apresentou um espetáculo de ilusionismo em que a magia se misturou com os livros. Falou-se da obra de Ferreira de Castro, ouviram-se excertos dos seus livros, tudo acompanhado de ilusionismo/paralelismo com a vida: a importância de sermos guiados pelos valores de esforço e resiliência.
A importância da leitura foi o tema central deste espetáculo que tanto alegrou os nossos alunos de 5ºano.
Tendo tido a simpática  companhia da equipa da direção e do diretor do agrupamento, este por último dirigiu-se aos nossos alunos e conversou com eles sobre a importância dos livros. Foi uma tarde em cheio!





















10 maio, 2022

Ferreira de Castro: ser escritor no Estado Novo (O Museu Aqui e Agora e o Futuro que Lá Mora)


    O nosso agrupamento, através da Biblioteca Escolar Ferreira de Castro, aderiu, neste ano letivo, ao Projeto O Museu Aqui e Agora e o Futuro que Lá Mora e a turma contemplada foi o 5ºC1.

    Muitos foram os museus que também aderiram à iniciativa, bem como alguns escritores que colaboraram na coleção de contos infantis sobre os Museus de Sintra cuja publicação teve subjacente o propósito de, à boleia da leitura, incrementar a sua visitação com a finalidade de valorizar o Património que é de todos. Por sorte ou coincidência, calhou-nos o Museu Ferreira de Castro, pelo que as atividades a desenvolver destinam-se a melhor conhecer o percurso de vida e obra do nosso estimado Patrono, incluindo a leitura e análise da obra “Não há borracha que apague o sonho” de Luísa Ducla Soares com ilustração de Danuta Wojciechowska.



    Ferreira de Castro viveu na época em que Salazar subiu ao poder, governou durante 40 anos (1928-1968) e ainda assistiu ao fim da Ditadura, com a Revolução 25 de Abril de 1974. Por isso, algumas das suas obras foram censuradas pela polícia política (PIDE), a representação de algumas das suas peças proibidas e vários dos seus projetos foram abortados.

    Para melhor perceber o contexto histórico em que viveu Ferreira de Castro, os alunos do 5º C foram convidados a realizar pequenos trabalhos de pesquisa sobre alguns aspetos do Estado Novo e da Revolução 25 de Abril. A turma foi dividida em dez grupos dos quais seis trabalharam temas relacionados com o Estado Novo e quatro sobre o 25 de Abril.



    A partir da leitura e análise do texto de apoio, da visualização de alguns vídeos da e sobre as duas épocas, da consulta dos livros selecionados pela Biblioteca Escolar e de sites sobre os temas, os alunos pesquisaram, selecionaram informação e elaboraram pequenos trabalhos sobre os pilares do Estado Novo, entre os quais, a PIDE e a Censura, e sobre a Revolução 25 de Abril e a biografia de dois dos seus protagonistas (Salgueiro Maia e Otelo Saraiva de Carvalho).



    Com esta atividade, os alunos compreenderam o quão difícil foi viver numa época de permanente controlo sobre as pessoas, incluindo os intelectuais, entre os quais Ferreira de Castro, em que o regime do Estado Novo procurou limitar a sua liberdade e a sua criatividade. Mas, como nos ensina o poeta Manuel Alegre, “Há sempre uma candeia que resiste/Dentro da própria desgraça” e Ferreira de Castro foi, certamente, uma “candeia”, entre outras, que contribuiu com a sua obra para Portugal sair da “desgraça”… Com esta atividade, os pequeninos e as pequeninas do 5ºC1 perceberam que mesmo nas situações mais difíceis vale a pena lutar para conseguir a liberdade desejada.














06 maio, 2022

Contos tradicionais ilustrados (DAR VISTA AOS CEGOS)


    Associar a leitura a projetos de criatividade visual é um objetivo constante da Biblioteca Escolar Ferreira de Castro. Com os seus  projetos Lendas lidas e ilustradas e Contos tradicionais ilustrados, a biblioteca escolar associou a leitura de textos de tradição popular à ilustração criativa realizada pelos nossos leitores. A Biblioteca Escolar Ferreira de Castro na sua obrigação de desenvolver o Perfil dos Alunos à Saída da Escolaridade Obrigatória, associa a sua função de promoção da leitura à implementação da compreensão no domínio de processos técnicos e performativos envolvidos na criação artística, possibilitando o desenvolvimento de critérios estéticos para o juízo crítico e para o gosto, numa vivência cultural informada.
    Hoje é o trabalho de Ana Carolina da equipa do 8ºA que divulgamos com o conto açoriano Dar Vista aos Cegos.



DAR VISTA AOS CEGOS

Um cego tinha uma filha muito linda, que o acompanhava para toda a parte,
julgando assim defender a sua honra. A rapariga combinou com o namorado um
estratagema: em um caminho estava uma cerejeira, e ele devia esconder-se aí, e
quando passasse com o pai arranjaria as cousas de modo a poderem abraçar-se.
As cousas dispuseram-se a seu talante.
Ao passar perto da cerejeira, diz a rapariga:
— Ó pai, está ali uma cerejeira, tão carregadinha, que parece um andor. Deixe-me
apanhar algumas?
O cego concordou, e depois que a filha subiu à cerejeira, ficou agarrado ao
tronco, para, segundo seu intento, guardar a honra da filha.
Os namorados não perderam tempo; mas no seu enlevo, passavam dois
peregrinos, que eram Jesus Cristo e São Pedro, que andavam pelo mundo.
— Divino Mestre! — exclamou São Pedro —, como é louvável um pai que
guarda a honra da filha.
Por um ar do divino Mestre o cego recuperou subitamente a vista; e espantado
de ver a filha entre a ramagem da cerejeira abraçada pelo namorado, ela com
toda a frescura acudiu de pronto:
— Não se zangue comigo pai: o que fiz foi para lhe dar vista.
São Pedro olhou para o divino Mestre, que na sua infinita bondade, disse
sorrindo: Mulheres hão de ser sempre mulheres.
(Açores)

Título: Contos Tradicionais do Povo Português – volume 1
Autor: Teófilo Braga
Edição: Agrupamento de Escolas de Rio de Mouro
Coleção: Clássicos da literatura portuguesa
Adaptação, paginação e projeto gráfico: Carlos Pinheiro
1.ª edição: outubro de 2013
ISBN: 978-989-8671-16-5
Edição segundo as regras do Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa de
1990.



05 maio, 2022

Visita de Estudo ao Museu Ferreira de Castro: O Museu Aqui e Agora e o Futuro que Lá Mora


    No âmbito do Projeto O Museu Aqui e Agora e o Futuro que Lá Mora, associado à Biblioteca Escolar Ferreira de Castro, os alunos do 5º C1 realizaram uma visita de estudo que ao museu dedicado ao patrono do nosso Agrupamento – Museu Ferreira de Castro – no passado dia 5 de maio, onde foram recebidos pelo próprio Diretor do Museu, Doutor Ricardo Alves.




A visita de estudo começou no átrio onde o Doutor Ricardo Alves falou sobre o percurso de vida e obras do escritor Ferreira de Castro desde a sua infância (local de nascimento, família, formação), à emigração para o Brasil aos 11/12 anos (a vida difícil que aí viveu, as suas descobertas, o seu amor pela escrita e o sonho de ser escritor e as suas primeiras obras) o seu regresso a Portugal, a sua experiência no jornalismo e as dificuldades pelas quais passou, incluindo a Censura, até conseguir publicar as suas obras e triunfar no meio literário. Atentos e entusiasmados, os alunos foram participando e “bombardearam” o senhor Diretor com questões e dúvidas que com muito gosto foi respondendo aos alunos.


Depois da introdução inicial do Diretor, os alunos tiveram a oportunidade de participar numa oficina de Artes Plásticas, orientada pela pintora Danuta Wojciechowska (que ilustrou a obra Não há borracha que apague o sonho de Luísa Ducla Soares), que a turma leu e explorou nas aulas.

A oficina consistiu na ilustração de vários temas ligados ao percurso do escritor no Brasil: retratos, objetos, livros, Brasil e quadros. Os alunos foram distribuídos em cinco grupos, cabendo a cada grupo um tema. Sempre com a orientação da Danuta, os alunos percorrerem as salas do museu, para descobrirem retratos, objetos, livros, paisagens do Brasil e quadros e desenharem em folhas previamente recortadas (em forma de folha).

Os alunos aderiram muito bem à atividade e foram melhorando os seus trabalhos com a orientação da Danuta.

No fim, na escadaria da entrada do museu, cada grupo apresentou os seus trabalhos.








    Na última parte da visita, os alunos, a partir de um Guião – Kit Pedagógico, tiveram a oportunidade de percorrer o museu por ordem cronológica para aprofundar o seu conhecimento relativamente à vida e à obra do seu patrono, desde a sua infância, a sua viagem ao Brasil e as suas vivências nesse território, o seu regresso a Portugal e a publicação das suas obras, muitas delas traduzidas em várias línguas, sendo um dos autores mais lidos na época. À medida que iam percorrendo as salas, os alunos iam preenchendo o Kit Pedagógico, foram sendo acompanhados pelo senhor Diretor do museu que lhes foi respondendo às questões.

Foi um orgulho observar o interesse, a dedicação e o empenho demonstrados pelos alunos.

Apesar de cansados, a viagem de regresso foi muito animada com canções até à porta da escola.
Os nossos alunos estão de Parabéns!