Blogue da Biblioteca Escolar da Escola Básica Ferreira de Castro - Sintra

Aqui partilhamos tudo o que acontece na nossa Biblioteca.

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26 abril, 2022

A Biblioteca Escolar como laboratório: a Geologia Forense na investigação


    A Biblioteca Escolar Ferreira de Castro continua integrada no Programa Cientificamente Provável com o Centro de Recursos Naturais e Ambiente (CERENA), e renova a atividade dedicada à Geologia Forense na investigação criminal.
    Desta vez com o 8ºA1 esta atividade começa com uma apresentação temática sobre a importância da geologia forense e é seguida de um conjunto de atividades experimentais.




    É o desafio de investigação criminal que motiva os alunos e os obriga a observar, analisar e comparar materiais geológicos de amostras e de vestígios dos locais do hipotético crime, para tirar conclusões quanto aos possíveis suspeitos.



    Mais uma vez a Biblioteca Escolar Ferreira de Castro se transformou num laboratório de pesquisa forense.
    Foi grande o entusiasmo destes alunos investigadores de 8º ano, que assim vão atingindo O Perfil dos Alunos à Saída da Escolaridade Obrigatória a caminho do Saber científico, técnico e tecnológico.




















     Agradecemos mais uma vez à Professora Doutora Maria Orquídea Teixeira Neves a disponibilidade e dedicação à Biblioteca Escolar Ferreira de Castro, em representação do Instituto Superior Técnico e do Centro de Recursos Naturais e Ambiente (CERENA).



25 abril, 2022

Mais cravos que ditadura - 25 DE ABRIL NUM MINUTO



No dia 25 de Abril de 1974 um grupo de militares derrubou a ditadura em Portugal e devolveu a liberdade à população. Num minuto saiba como funcionava o Estado Novo e o que aconteceu no dia da revolução.
Uma Produção da Academia RTP do ano de 2012 mostra aos mais novos num minuto o que se celebra hoje em Portugal, dia 25 de abril.

Clica no link indicado e vê o video num minuto.

24 abril, 2022

CONTOS TRADICIONAIS ILUSTRADOS ( O PEIXINHO ENCANTADO )


    A Biblioteca Escolar Ferreira de Castro continua a promover a ilustração como forma de interpretação da leitura e manifestação da expressão plástica. No projeto Lendas Lidas e Ilustradas Inês Rita do 8ºA1, foi a jovem que ilustrou mais um conto tradicional do Algarve que Teófilo Braga registou na sua obra Contos Tradicionais do Povo Português – volume 1. Deixamos aqui a ilustração e a respetiva história.

O PEIXINHO ENCANTADO  

    Era uma pobre mulher, que tinha um único filho, e demais parvo, e não queria
trabalhar. Coitadinha, não lhe servia senão para comer. Um dia que ia para o
mato buscar lenha viu um rapazinho da vizinhança, ela pediu-lhe para que levasse
consigo o tolinho, e lhe ensinasse a fazer um peixinho. Quando chegaram ao
monte, o rapaz foi cortar dois molhos de lenha, e o parvo pôs-se a brincar ao pé
de uma ribeira. Ali esteve sem pensar em nada, a ver os peixinhos na água; eis
senão quando salta um peixinho mesmo às abas do parvo, que lhe botou logo as
unhas. O peixinho assim que se viu nas mãos do parvo, disse-lhe
— Não me mates, que em paga, quando quiseres alguma coisa, basta dizeres:
«Peço a Deus e ao meu peixinho que me dê tal e tal, que tudo há de sair como
pedires.»
    O parvo, assustado, deixou o peixinho cair-lhe da mão, e logo desapareceu na
ribeira. O outro rapaz bem chamava por ele para vir erguer o seu molho; ele foi,
e quando viu que o molho era pesado disse:
— Peço a Deus e ao meu peixinho que me ponha a cavalo neste feixe de lenha.
Saltou para cima do molho, que o levou a galope pelo mato fora e por toda a
cidade até chegar a casa da mãe. O rei estava à janela do palácio, e ficou
admirado; chamou a filha:
— Vem ver o parvo a cavalo num feixe de lenha.
    A princesa desatou a rir, quando o viu; mas o parvo disse baixinho:
— Peço a Deus e ao meu peixinho, que a princesa tenha um menino meu.
    Tempo depois começou a princesa a padecer; todos os médicos foram de
opinião, que a princesa andava ocupada. O rei ficou desesperado e pedindo por
todos os santos à filha que lhe dissesse quem tinha sido o causador de uma tal
vergonha. A princesa jurava por tudo que não sabia explicar aquilo; o rei
mandou botar um pregão, de que quem viesse confessar que era pai do menino
casaria com a princesa.
    Depois de tempo, veio o parvo ao palácio para falar ao rei:
— Venho dizer a Vossa Real Majestade que eu é que sou o pai do menino da
princesa.
    O rei ficou espantado, a princesa não compreendia o que estava ouvindo. O
parvo contou então o acontecido. O rei para se confirmar, disse-lhe:
— Pois pede ao teu peixinho que te faça aparecer agora aqui muito dinheiro.
O dinheiro caiu-lhe de todos os lados.
— Pede agora ao teu peixinho que te faça um moço muito perfeito e esperto.
    O parvo ficou desde logo mais formoso que todos os príncipes; casou com a filha do rei, e pela sua grande esperteza ficou governando.
(Algarve)

Título: Contos Tradicionais do Povo Português – volume 1
Autor: Teófilo Braga
Edição: Agrupamento de Escolas de Rio de Mouro
Coleção: Clássicos da literatura portuguesa
Adaptação, paginação e projeto gráfico: Carlos Pinheiro
1.ª edição: outubro de 2013
ISBN: 978-989-8671-16-5
Edição segundo as regras do Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa de
1990.




23 abril, 2022

Minerais e telemóveis

    Em mais um ano de parceria estabelecida com o Centro de Recursos Naturais e Ambiente (CERENA), integrada no Programa Cientificamente Provável da Rede de Bibliotecas Escolares, a Biblioteca Escolar Ferreira de Castro convidou no passado dia 21 de abril, turmas de 8º ano para participar na aula experimental sobre minerais e telemóveis.




    Desde tempos remotos que o Homem utilizou os recursos minerais colocados à sua disposição. As grandes inovações tecnológicas foram e continuam a ser baseadas na utilização destes recursos. Um desses exemplos é o telemóvel que se tornou parte integrante do nosso dia-a-dia.
    Com o 8ºA2 procurou-se partilhar a informação de que os minerais são fundamentais, pois, deles são extraídos alguns elementos químicos, utilizados no fabrico de vários componentes de um telemóvel, em função das suas propriedades.



    A questão fundamental mais abordada com os alunos do 8ºA2 foi o da sustentabilidade dos recursos minerais que são finitos. Agradecemos à Professora Doutora Amélia Dionísio  do Instituto Superior Técnico e do Centro de Recursos Naturais e Ambiente (CERENA). que mais uma vez trouxe ciência e preocupações ambientais aos nossos alunos do Ensino Básico.












CONTOS TRADICIONAIS ILUSTRADOS ( O SAL E A ÁGUA)


    Uma boa leitura depende da compreensão do leitor e da interpretação da informação contida no texto. Com o Projeto Lendas Lidas e Ilustradas, a Biblioteca Escolar Ferreira de Castro pretendeu promover a descodificação visual de leituras, associando a disciplina de Educação Visual à interpretação de contos tradicionais. Aqui fica o trabalho de Arilson Tomás do 8ºA1 sobre o conto O Sal e a Água.

O SAL E A ÁGUA

Um rei tinha três filhas; perguntou a cada uma delas por sua vez, qual era a mais
sua amiga? A mais velha respondeu:
— Quero mais a meu pai, do que à luz do Sol.
Respondeu a do meio:
— Gosto mais de meu pai do que de mim mesma.
A mais moça respondeu:
— Quero-lhe tanto, como a comida quer o sal.
O rei entendeu por isto que a filha mais nova o não amava tanto como as outras,
e pô-la fora do palácio. Ela foi muito triste por esse mundo, e chegou ao palácio
de um rei, e aí se ofereceu para ser cozinheira. Um dia veio à mesa um pastel
muito bem feito, e o rei ao parti-lo achou dentro um anel muito pequeno e de
grande preço. Perguntou a todas as damas da corte de quem seria aquele anel.
Todas quiseram ver se o anel lhes servia; foi passando, até que foi chamada a
cozinheira, e só a ela é que o anel servia. O príncipe viu isto e ficou logo
apaixonado por ela, pensando que era de família de nobreza.
Começou então a espreitá-la, porque ela só cozinhava às escondidas, e viu-a
vestida com trajos de princesa. Foi chamar o rei seu pai e ambos viram o caso. O
rei deu licença ao filho para casar com ela, mas a menina tirou por condição que
queria cozinhar pela sua mão o jantar do dia da boda. Para as festas do noivado
convidou-se o rei que tinha três filhas, e que pusera fora de casa a mais nova. A
princesa cozinhou o jantar, mas nos manjares que haviam de ser postos ao rei seu
pai não botou sal de propósito. Todos comiam com vontade, mas só o rei
convidado é que nada comia. Por fim perguntou-lhe o dono da casa, porque é
que o rei não comia? Respondeu ele, não sabendo que assistia ao casamento da
filha:
— É porque a comida não tem sal.
O pai do noivo fingiu-se raivoso, e mandou que a cozinheira viesse ali dizer
porque é que não tinha botado sal na comida. Veio então a menina vestida de
princesa, mas assim que o pai a viu, conheceu-a logo, e confessou ali a sua culpa,
por não ter percebido quanto era amado por sua filha, que lhe tinha dito, que
lhe queria tanto como a comida quer o sal, e que depois de sofrer tanto nunca se
queixara da injustiça de seu pai.
(Porto)

Título: Contos Tradicionais do Povo Português – volume 1
Autor: Teófilo Braga
Edição: Agrupamento de Escolas de Rio de Mouro
Coleção: Clássicos da literatura portuguesa
Adaptação, paginação e projeto gráfico: Carlos Pinheiro
1.ª edição: outubro de 2013
ISBN: 978-989-8671-16-5
Edição segundo as regras do Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa de
1990.


22 abril, 2022

Mais cravos que ditadura – A CENSURA NO ESTADO NOVO


    Mais um dia de abril a caminho de 25. A Revolução Portuguesa de 25 de abril de 1974 significou para Portugal a conquista da democracia. Fica aqui mais uma publicação sobre o que foi viver no Estado Novo e uma das conquistas desta revolução: a liberdade de expressão.


Durante mais de 40 anos, nada seria publicado em Portugal sem que passasse primeiro pela censura. O conhecido "lápiz azul", tantas vezes usado noutras cores, abateu-se sobre milhares de livros, sobre a imprensa e sobre qualquer manifestação cultural. 

Mais de duas décadas depois do 25 de Abril, Mário Zambujal fala-nos, em estúdio, daquilo que foi o fim da censura. 

Chefe de redacção de O Século à altura, recorda os primeiros dias de liberdade de expressão, quando fazer edições contínuas com tudo o que durante tanto tempo tinha sido silenciado era a única forma de celebrar devidamente essa possibilidade ansiada, sem cuidar de ir a casa, tomar banho ou dormir. 

Aceitando como óbvio o facto de haver censura num regime ditatorial, Mário Zambujal alude ironicamente à sujeição prática do jornalismo de então aos moldes que lhe foram impostos. “Era tudo à mão e a pé”, diz, e terá sido por isso, defende, que a maior e mais relevante parte dos jornais se instalava no Bairro Alto, de onde era mais fácil chegar às instalações oficiais onde o lápis azul actuava, fazendo posteriormente sair as provas, já censuradas, para publicação.

Este texto e uma pequena reportagem podem ser visionados em:






Ainda podes visitar a Galeria Virtual da Censura do Museu Nacional da Imprensa onde podemos ler por Luís Humberto Marcos, Director do Museu Nacional da Imprensa, a seguinte apresentação: 



Esta GALERIA VIRTUAL DA CENSURA começa com uma delimitação temporal precisa:o período da ditadura que vigorou em Portugal entre 1926 e 1974.
Os restantes tempos de censura da história portuguesa – e foram muitos desde a Inquisição - não são contemplados nesta primeira fase da GALERIA. Começando pela censura instaurada menos de um mês após o golpe militar de 28 de Maio de 1926, e que se foi apurando com a mestria do ditador Salazar, estaremos a falar de um dos processos censórios mais bem urdidos da história repressiva da humanidade.
Engenhosamente, diversos mecanismos estavam articulados de forma a “proteger” a ideologia do regime, de maneira aparentemente invisível e estimulando a autocensura.
Tratou-se de uma máquina censória que durou cerca de 48 anos e que se inculcou nos interstícios da sociedade portuguesa. Grande parte das provas desapareceu, mas o que ficou é suficiente para dar a noção da monstruosidade praticada. Na GALERIA podem ser apreciadas muitas provas censuradas, a par da legislação e de uma cronologia com os principais factos. Os cibernautas poderão ainda ter acesso a testemunhos, a protestos em favor da abolição da censura e à imprensa clandestina que de 1926 a 1974 se produziu, numa resistência continuada.
O fim da Censura, com o 25 de Abril de 1974, abriu o maior período de liberdade de expressão da história portuguesa.
Porque se sabe existirem muitas provas e histórias esquecidas, faz-se apelo a contributos e comentários que tornem a história da censura mais documentada.


Boa Visita!