Blogue da Biblioteca Escolar da Escola Básica Ferreira de Castro - Sintra

Aqui partilhamos tudo o que acontece na nossa Biblioteca.

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13 fevereiro, 2019

Fake News



Na sequência da Semana da Internet Segura e no objetivo do contributo da biblioteca escolar na vertente pedagógica e curricular, através do enriquecimento e diversificação de práticas, da exploração de ambientes, recursos e estratégias de ensino variados e da integração nas atividades escolares das literacias digitais, da informação e dos média, a Biblioteca Escolar Ferreira de Castro iniciou uma formação para todos os alunos de 8º ano sobre Fake News.


Vivemos num mundo dominado pela tecnologia. Cabe à escola, enquanto gestora do processo de ensino-aprendizagem, acompanhar esta nova realidade social. Atualmente, os jovens encontram-se imersos em ambientes multimédia e digitais – são nativos digitais[1]. As redes sociais são a sua ferramenta mais comum de comunicação, movendo-se muito habilmente pelo número de likes, pelo número de amigos/seguidores e pela grande e rápida partilha da informação. Também na escola, as tecnologias de informação e comunicação ganharam definitivamente o seu espaço, expandindo o conceito de sala de aula e permitindo que o processo de ensino/aprendizagem atinja níveis cada vez mais abrangentes e mais aliciantes, privilegiando a ação do aluno e promovendo o desenvolvimento das competências inscritas no Perfil do Aluno à Saída da Escolaridade Obrigatória e requeridas para o século XXI, de acordo com o Quadro de Referência Europeu. Não obstante, embora o acesso à informação esteja à distância de um clique, nem toda a informação disponibilizada tem origem em fontes fidedignas. As notícias falsas – Fake News – proliferam na internet e nos meios de comunicação social e passam despercebidas a um olhar menos atento, na medida em que aparentam ser verdadeiras revestindo-se de artifícios que lhes conferem a aparência de verdade, mostrando-se assim confiáveis. A faixa etária dos nossos jovens é muito permeável a este tipo de notícias, já que elas são geralmente muito simples, diretas, claras e apelam aos sentimentos mais básicos do ser humano. Vão muitas vezes ao encontro do que eles querem ouvir, sendo potencialmente perigosas pois estão na base da desinformação e de movimentos que podem conduzir à polarização política e social. Não existe uma fórmula para identificar as notícias falsas que circulam na internet, nas redes sociais e em alguns meios de comunicação social. No entanto, é também função da escola, alertar os alunos para a necessidade de serem mais informados e críticos em relação a todas as informações a que, voluntária ou involuntariamente têm acesso. Só assim estão aptos a travar a sua disseminação.


Foi neste contexto que surgiu a proposta desta atividade, integrada na dinâmica da biblioteca escolar da Escola Básica Ferreira de Castro. É dirigida a todos os alunos de 8º ano e prolongar-se-á pelos meses de fevereiro e março, às segundas-feiras, num total de 10 sessões.
Tem como principais objetivos:
-    Alertar os alunos para a existência de notícias falsas a circularem na internet.
-    Sensibilizar os alunos para a necessidade de estarem mais atentos às informações disseminadas pela internet.
-  Tornar os alunos mais aptos a distinguir as notícias verdadeiras das notícias falsas.
-     Desenvolver o espírito crítico na leitura dos conteúdos online.
-   Divulgar alguns cuidados a ter com a informação que consomem online e que replicam a partir das suas partilhas.
- Saber utilizar instrumentos diversificados para pesquisar, descrever, avaliar, validar e mobilizar informação, de forma crítica e autónoma, verificando diferentes fontes documentais e a sua credibilidade (PASEO- competências na área de Informação e comunicação).
- Desenvolver a cidadania digital.

A metodologia adotada passa por um conjunto de palestras/turma com a duração de 50 minutos cada. A sua dinamização, no espaço da biblioteca e sala AV, teve como base um powerpoint e, para além de uma componente expositiva, teve uma componente interativa, em que os alunos são convidados a intervir, partilhando opiniões e experiências ou vivências que vão enriquecendo a atividade e prendendo a atenção de todos. Adicionalmente, visionam-se dois filmes[2] e proporciona-se um momento mais lúdico de aplicação da informação adquirida, através da projeção de algumas notícias que lhes permite verificar e distinguir as verdadeiras das falsas (Fake News). Para tal, os alunos têm de estar atentos à credibilidade da fonte, ao modo como estava escrita e construída e ao seu autor. Ainda assim, são alertados para o facto de a habilidade na elaboração de uma informação poder mascarar a sua fiabilidade, pelo que deveriam sempre confirmar a mesma noutras fontes ou procurar ajuda.  Esta confirmação de veracidade, aplica-se também aos momentos de pesquisa da informação na internet, necessária ao desenvolvimento dos trabalhos escolares e dos projetos em que estão envolvidos. Foram ainda alertados para a sua responsabilidade na partilha de informações sem antes terem confirmado a sua veracidade.
A Biblioteca Escolar da Escola Básica Ferreira de Castro, como “espaço educativo integrador de múltiplas literacias” mais uma vez cumpre o seu objetivo, promovendo uma atividade que contribui para a capacitação dos seus jovens na área da literacia digital e para o seu sucesso escolar e desenvolvimento pessoal e social.

                                                                                                   A professora responsável 
pela atividade
                                                                                          Maria Teresa  Relvas


                                                                                         [1]Mark Prensky (2001) - Digital Natives, Digital Immigrants, em Mendonça, L. (2013).
Nativos Digitais em Portugal Um motivo de preocupação para as organizações?
 Tese de Mestrado, Instituto Superior de Línguas e Administração.



As Bibliotecas Escolares são ambientes de convívio e de trabalho onde se realizam percursos formativos e de aprendizagem que estimulam a interação dos alunos com tecnologias e fontes de informação diversificadas. Ocupam um lugar imprescindível na escola, na medida em que fomentam o treino e a formação para as literacias digitais, dos média e da informação, preparando os alunos para a pesquisa, uso, produção e comunicação da informação e para a participação segura e informada nas redes sociais.
Programa Rede de Bibliotecas Escolares
- Quadro estratégico 2014-2020

Mais uma vez a implementação do Perfil dos Alunos à Saída da Escolaridade Obrigatória ao nível das competências na Informação e comunicação e Pensamento crítico e pensamento criativo.

12 fevereiro, 2019

A geologia forense na investigação criminal - Programa Cientificamente Provável



No passado dia 11 pudemos ter mais uma vez com a Biblioteca Escolar Ferreira de Castro, o Centro de Recursos Naturais e Ambiente (CERENA), integrada no Programa Cientificamente Provável  desta vez para uma atividade dedicada à Geologia Forense na investigação criminal.



Esta atividade começa com uma palestra temática sobre a importância da geologia forense e é seguida de um conjunto de atividades experimentais.



Geologia Forense está relacionada com a utilização de princípios, práticas e procedimentos geológicos no âmbito da investigação criminal. Para o efeito, um geólogo forense identifica, analisa e compara materiais geológicos, tais como o solo, rochas, minerais e fósseis encontrados num recetor (e.g. um suspeito, um veículo ou outro meio de transferência, tal como a água) para possíveis áreas de origem (e.g. uma cena de crime ou um local de álibi). O objetivo deste tipo de comparações é estabelecer o grau de probabilidade do local de origem do material; e assim, associar ou desassociar uma pessoa ou objeto com determinada localização. Noutros casos, a comparação dos materiais geológicos ou seus derivados é utilizada para determinar o tempo, a causa ou a responsabilidade dum incidente. Daí que a geologia forense seja uma excelente ferramenta auxiliar da investigação criminal e, como tal, todas as subdisciplinas das geociências têm uma potencial aplicação forense. Porém, a sedimentologia, a mineralogia, a petrologia, a geoquímica, a paleontologia e a geofísica, foram as que deram maiores contributos até este momento. Os métodos de prospeção geofísica têm sido amplamente utilizados por arqueólogos forenses para localizar e caracterizar sepulturas clandestinas e objetos enterrados, tais como drogas e armas. Contudo, a aplicação mais amplamente reconhecida da geologia forense é o uso dos materiais geológicos como vestígios que podem ser utilizados para ligar um suspeito a uma cena de crime. Na literatura forense e legal, os sedimentos, o solo, a poeira e os fragmentos de rochas têm sido frequentemente agrupados num único termo: “vestígio geológico”.

https://segurancaecienciasforenses.com/2012/03/13/
a-geologia-forense-como-ferramenta-auxiliar-da-investigacao-criminal/




Cada grupo de alunos responde a um desafio de investigação criminal, no qual tem que observar, analisar e comparar materiais geológicos de amostras e de vestígios dos locais do hipotético crime, para tirar conclusões quanto aos possíveis suspeitos.









Foi grande a animação destes nossos jovens investigadores de 8º ano, que assim vão atingindo O Perfil dos Alunos à Saída da Escolaridade Obrigatória a caminho do Saber científico, técnico e tecnológico.

11 fevereiro, 2019

Matérias Primas nos Telemóveis - Programa Cientificamente Provável


Na parceria estabelecida com o Centro de Recursos Naturais e Ambiente (CERENA), integrada no Programa Cientificamente Provável, hoje a Biblioteca Escolar Ferreira de Castro pôde convidar turmas de 8º ano para participar no workshop sobre minerais e telemóveis.



Desde tempos remotos que o Homem utilizou os recursos minerais colocados à sua disposição. As grandes inovações tecnológicas foram e continuam a ser baseadas na utilização destes recursos. Um desses exemplos é o telemóvel que se tornou parte integrante do nosso dia-a-dia.




Assim, nesta atividade procurou-se perceber que os minerais são fundamentais, pois, deles são extraídos alguns elementos químicos, utilizados no fabrico de vários componentes de um telemóvel (função das suas propriedades).




A questão da sustentabilidade dos recursos minerais foi também abordada pois quando compramos um telemóvel e colocamos de parte o mais antigo, estamos a desperdiçar recursos, que são finitos.



O nosso desafio consistiu em tentar associar imagens de alguns dos minerais, dos quais são extraídos alguns elementos químicos, utilizados em vários componentes de um telemóvel.

O trabalho para atingir O Perfil dos Alunos à Saída da Escolaridade Obrigatória esteve presente nesta atividade, nos valores de Cidadania e Participação no respeito pela sustentabilidade ecológica.

09 fevereiro, 2019

O livro e a paisagem em Ferreira de Castro


Ainda o escritor da paisagem: Ferreira de Castro


Ao fim da Avenida, meteu ao parque público. A terra, exibia-se garbosamente, com os seus canteiros floridos e as árvores dum verde tenro de primavera. O sol, filtrando-se por entre as comas, pintava, nas alamedas, arabescos de sombras e claridade. Através do arbustedo divisava-se, por todos os lados, a policromia das flores e um perfume intenso de jardim apossara-se da atmosfera.
Ela procurou sítio a seu gosto. Havia pouca gente naquele trecho do parque: dois velhos tomando sol, umas crianças que brincavam. Mais além, um homem novo, lendo um jornal. Sentou-se num dos bancos. Em frente estendia-se o lago, onde vogava uma pata e sua copiosa prol. Q brinquedos de feltro sobre a água fulgindo ao sol.
Ferreira de Castro, A Tempestade (1940)
(BEFC 82-3 – CAS – TEM)
pág. 79