Blogue da Biblioteca Escolar da Escola Básica Ferreira de Castro - Sintra

Aqui partilhamos tudo o que acontece na nossa Biblioteca.

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16 setembro, 2020

Regresso à escola em tempo de pandemia.

É FUNDAMENTAL QUE O REGRESSO À ESCOLA SE BASEIE NA PREMISSA QUE A ESCOLA É UM ESPAÇO SEGURO E PROTETOR, CUIDADOR E DE APOIO AO DESENVOLVIMENTO, À SAÚDE (FÍSICA E PSICOLÓGICA) E AO BEM-ESTAR DAS CRIANÇAS, JOVENS E DEMAIS COMUNIDADE EDUCATIVA  

UNICEF Portugal (2020). Medidas para a ação local - promoção de ambientes seguros e protetores para as crianças no pós-confinamento.

 https://www.unicef. pt/atualidade/publicacoes/medidas-para-a-acao-local/

 A Biblioteca Escolar Ferreira de Castro, partilha aqui as palavras escritas pala Ordem dos Psicólogos em parceria com a UNICEF Portugal, para o regresso à Escola em tempo de pandemia.

No último ano letivo, a pandemia COVID-19 obrigou a alterações nos contextos educativos e nos processos de ensino-aprendizagem, gerando novas interações entre os alunos, os pais/cuidadores, os professores/outros profissionais e a escola. A incerteza e as mudanças nas dinâmicas relacionais e de aprendizagem mantêm-se neste novo ano letivo de 2020/2021, que agora se inicia. Toda a comunidade educativa enfrenta desafios excecionais. 

No regresso à escola, acompanhando sentimentos de entusiasmo e algum alívio, é natural que predominem ainda sentimentos de incerteza e medo relativos à exposição ao vírus. Quer as crianças e jovens, quer os pais/cuidadores e educadores/professores, podem preocupar-se com o aumento da exposição ao risco que decorre da potencial necessidade de andar de transportes públicos, de estar em espaços fechados com proximidade a outras crianças e jovens, da dificuldade em controlar e garantir que todos adotam os comportamentos de proteção necessários para os manter em segurança. É natural que pais e cuidadores possam experienciar uma variedade de sentimentos (às vezes aparentemente opostos, tais como alívio e preocupação, culpa e confiança) face ao regresso à escola. É natural que se sintam ansiosos com planos de regresso que possam parecer vagos, ou céticos relativamente ao cumprimento de algumas medidas. 

É natural que se sintam preocupados, também, com novas possibilidades de encerramento das escolas, modelos de ensino mistos ou à distância, ou com a implementação de outras medidas. No caso das crianças e jovens, o período de encerramento das escolas significou novas barreiras ao seu desenvolvimento social, psicológico e educativo, agravando situações de desigualdade já existentes e colocando em causa dimensões fundamentais da sua vida (como a quebra de rotinas, brincadeiras e contactos sociais). 

 

A UNICEF Portugal tem estado a acompanhar a situação das crianças, desde a declaração do Estado de Emergência, e realizou um diagnóstico sobre os efeitos da pandemia no Bem-estar e Direitos da Criança. Neste inquérito (UNICEF Portugal, 2020), as crianças e jovens com idades compreendidas entre os 6 e os 17 anos manifestam as suas preocupações, reconhecendo que a situação atual obrigou a muitas mudanças na sua vida. 

No topo destas estão uma nova rotina associada a sentimentos de insegurança, alterações a nível escolar, o menor contacto com os seus pares e uma diferente utilização dos espaços público e privado. Deste modo, o regresso à escola poderá ser particularmente desafiante este ano letivo, exigindo medidas específicas de suporte, que promovam uma reintegração escolar que, por sua vez, assegure a Saúde Física, mas também Psicológica e garanta o Bem-estar da criança. 

A reabertura das escolas implica mudanças nos procedimentos anteriores, alterações nos hábitos sociais e nas emoções de todos os envolvidos. O impacto do vírus e da pandemia continua a depender também do comportamento de cada um de nós. Por isso, continuaremos a precisar de ser pacientes e resilientes, capazes de nos adaptarmos constantemente, nomeadamente à possibilidade de existirem alterações nas medidas e no que respeita aos comportamentos recomendados em contexto escolar.

Teremos que repensar a escola e a Biblioteca Escolar Ferreira de Castro  acompanhará todo este novo processo.

15 setembro, 2020

Dia Internacional da Democracia

   

Hoje, dia 15 de setembro, a UNESCO assinala o Dia Internacional da Democracia, e a Biblioteca Escolar Ferreira de Castro apresenta uma curta metragem sobre a importância em Democracia, da negociação de estratégias para um bem comum.
 
 As Nações Unidas através de António Guterres, alertam em ano de pandemia, para a fragilidade de algumas democracias que em período de crise aumentam as desigualdades e injustiças e chamam a atenção para como neste Dia Internacional da Democracia deveremos refletir sobre como podemos tornar o mundo mais igualitário e solidário com pleno respeito pelos direitos humanos.

14 setembro, 2020

#EscolaEmSegurança

O Governo divulga campanha de sensibilização sobre o regresso às aulas.

Na semana em que regressam as aulas presenciais, os Ministério da Saúde e da Educação lançam a campanha “#EscolaEmSegurança” para reforçar a importância de informar e sensibilizar toda a comunidade educativa para as regras de acesso e permanência nos estabelecimentos de educação e ensino.

Da campanha fazem parte vídeos, cartazes e infografias que reúnem toda a informação sobre as regras de segurança que os alunos não devem esquecer.

 https://www.sns.gov.pt/noticias/2020/09/14/escolaemseguranca/

A Biblioteca Escolar Ferreira de Castro divulga aqui alguma da informação da DGS para que o ano escolar comece em segurança.

 







05 julho, 2020

DIAS DE QUARENTENA - SETE RAZÕES PARA LER MAIS.


Terminamos esta semana de artigos ligados às vantagens da leitura e estratégias de mobilização em período de férias, com um artigo do Jornal Expresso intitulado Sete razões para ler mais.

Para aqueles que não acham graça à leitura, deixamos algumas boas razões para mudarem de opinião.

As vantagens de transformar a leitura num hábito diário são mais do que muitas. Conheça algumas das mais importantes que foram enumeradas pelo "Universia".

AGILIZA O CÉREBRO

O cérebro precisa de exercício para funcionar a 100% e a leitura é um dos melhores para o manter ativo e ágil.

AUMENTA O CONHECIMENTO

Tudo aquilo que lê, é catalogado pelo cérebro como 'novas informações'. E mesmo quando não lhe parecem muito relevantes, é provável que em algum momento da vida elas se tornem úteis - numa entrevista de emprego, num debate na faculdade ou simplesmente para quebrar o gelo num momento mais tenso.

EXERCITA A MEMÓRIA

Enquanto lê um livro não se pode esquecer das personagens, dos contextos em que cada uma se move, da trama. E enquanto o faz naturalmente e sem esforço, está a exercitar a sua memória. Quanto mais informação apreende e retém mais facilmente consegue recorda os acontecimentos do dia-a-dia.

ALARGA O VOCABULÁRIO

Esta é uma das razões porque os professores e os seus pais sempre insistiram para que lesse mais. A leitura coloca-o em contacto com novas palavras a todo o momento, e o seu cérebro regista-as imediatamente. Alargar o seu léxico é fundamental para melhorar a forma como comunica, ajudando-o a exprimir melhor as suas ideias e a conseguir melhores notas nos trabalhos. 

DESENVOLVE O PENSAMENTO CRÍTICO

Quando consegue desvendar o mistério antes de o escritor o oferecer de bandeja no final do livro é um sinal de que tem um pensamento ágil e crítico. Este talento é mais facilmente desenvolvido através da leitura, porque quanto mais lê, mais estimula a capacidade de estabelecer conexões.

REDUZ O STRESSE

Ao desviar o foco dos seus problemas, embrenhando-se numa história diferente da sua, reduz o nível de stresse. Um bom livro ajuda-o a abstrair-se e, por vezes, até a olhar a sua realidade sob uma perspetiva mais positiva e estimulante.

MELHORA A CONCENTRAÇÃO

A leitura pode ser uma das poucas alturas do dia em que consegue abstrair-se do que se passa à sua volta e mergulhar a fundo na história. E o facto de se conseguir concentrar enquanto a lê vai ajudá-lo a melhorar o nível de concentração em outras situações.
(WWW.EXPRESSO.PT)
https://expresso.pt/queroestudarmelhor
/sete-razoes-para-ler-mais=f848113

03 julho, 2020

DIAS DE QUARENTENA - INCENTIVAR A LEITURA NAS FÉRIAS


Continuamos a partilhar alguns artigos que possam ser úteis nas férias em família, que se aproximam.

Para as crianças, as leituras de férias devem estar associadas ao tempo livre, à partilha de experiências com a família e amigos, ao usufruir das coisas significativas da vida. Esqueça, por umas semanas, os programas e as metas escolares. A meta mais importante passa por se conhecerem, ter curiosidade por tudo e procurar ligações menos óbvias na diversidade do mundo. Os bons livros fazem parte do caminho.
Carla Maia de Almeida

1. Prepare uma ida à livraria

Antes das férias, há um sentimento colectivo de entusiasmo, novidade e expectativa. Estes momentos têm sempre mais impacto e adesão emocional quando são acompanhados por rituais. Ir a uma livraria (e não a um hipermercado...) com o propósito único de escolher um livro para as férias pode ser uma festa. Com as crianças, marque um dia, uma hora, uma loja. A aventura começa aí.

2. Saiba quais são os interesses delas

Muitos adultos queixam-se de que as crianças não leem, ou não leem o suficiente. Há uma abordagem que costuma resultar: dar-lhes livros que vão ao encontro dos seus interesses e gostos. Futebol? Pintura? História? Ciência? Matemática? Egiptologia? Animais? Invenções? Magia? Tubarões?... Existem livros sobre tudo. Evite, durante algum tempo, a tentação de pensar que há temas «maiores» e «menores».

3. Escolha livros de que também goste

As crianças devem ser encorajadas a escolher os seus livros, mas os adultos têm uma palavra a dizer. Um bom livro para crianças é aquele de que os adultos também gostam; de outro modo, que sentido faz a leitura partilhada? Há autores que agradam a ambos os lados: Roald Dahl, Oliver Jeffers, Emily Gravett, Judith Viorst, Lewis Carroll, Saint-Exupéry e muitos outros. Pode-se escolher um livro pelo autor, pelo tema, pelas ilustrações, pelo texto, pela coleção, pela editora... Tudo isso são critérios. Mas a responsabilidade de uma escolha acertada – que nem sempre é possível – cabe ao adulto. Ao selecionar um livro, convoque os seus valores, a sua informação, a sua sabedoria e experiência de vida.

4. Evite os lugares previsíveis

Se durante o resto do ano costuma ler-lhes uma história antes de adormecerem, as férias são a oportunidade para quebrar a rotina. Explore outros lugares, fuja dos horários certos, associe a leitura aos cinco sentidos. Não lemos só «do pescoço para cima». Partilhar um livro na praia, debaixo de um guarda-sol, enquanto se espera pela hora do banho, pode ter um efeito duradouro na memória dos pequenos leitores.

5. Leiam juntos e em voz alta

Os bons livros para crianças têm ritmo e musicalidade na leitura em voz alta. Esta é uma característica que os distingue dos livros «para os adultos». Ler em voz alta não é só para bebés e pré-leitores. É para todos. A voz humana chama emoções e um sentido de comunidade e pertença à família. Como escreveu Rodolfo Castro, escritor e contador de histórias, «ler em voz alta é fazer ressoar o nosso interior».

6. Explore outros géneros literários

As crianças não resistem a uma boa história, mas as leituras de férias podem arriscar outros géneros literários. Porque não explorar um atlas, um guia de viagem, um livro informativo sobre... florestas tropicais? Se quiser ir mais longe, «leia» um álbum sem texto. Raymond Briggs, Istvan Banyai e Thé Tjong-Khing estão entre os autores que construíram belas narrativas só com imagens. Deixe que sejam as crianças a contar a história.

7. Dê-lhes o direito de não acabar o livro

Faz parte dos dez direitos do leitor, segundo o best-seller de Daniel Pennac: «o direito de não acabar o livro». As férias são um tempo de liberdade, de alegria e vitalidade. Usar a leitura como castigo («Se não acabares esse livro não te compro outro») ou como meio para chegar a um fim («Se vieres para a mesa leio-te uma história») não é boa política. Porquê? Porque os adultos acabam por dar mais importância à educação do que à literatura. E isso é meio caminho andado para não escolher os melhores livros.

Carla Maia de Almeida
Escritora e jornalista, escreve atualmente na revista LER sobre livros infantojuvenis, área em que também faz traduções e formação. Licenciada e pós-graduada em Comunicação Social pela Universidade Nova de Lisboa, tem uma pós-graduação em Livro Infantil pela Universidade Católica Portuguesa. Para crianças, adolescentes (e leitores de todas as idades), publicou até agora doze livros, quase todos recomendados pelo Plano Nacional de Leitura. Desde 2008, escreve sobre livros infantojuvenis (e não só) no blogue O Jardim Assombrado.

https://www.portoeditora.pt/paisealunos/pais-and-alunos/

01 julho, 2020

DIAS DE QUARENTENA - DIA MUNDIAL DAS BIBLIOTECAS


A Biblioteca Escolar Ferreira de Castro para lembrar este Dia Mundial das Bibliotecas, trás aqui uma história de um verdadeiro milagre numa biblioteca.

O Dia Mundial das Bibliotecas celebra-se a 1 de julho.
Embora a comemoração não seja oficial, esta data visa enaltecer a importância da leitura na educação e formação das pessoas, tal como é referido no Manifesto da UNESCO sobre Bibliotecas Públicas.


Em vários países do mundo se realizam atividades que promovem a leitura na população e o desenvolvimento cultural. Entre estas iniciativas destacam-se as bibliotecas itinerantes, móveis, que possibilitam o livre acesso a livros, revistas e jornais em locais públicos, as sessões de leituras e os encontros de autores e leitores.

O Dia Mundial das Bibliotecas é o dia ideal para se dirigir a uma biblioteca e requisitar um livro ou então para partilhar o livro da sua vida com outras pessoas e para conhecer novos livros pelos quais se pode apaixonar.

https://www.calendarr.com/portugal/dia-mundial-das-bibliotecas/

Podes ouvir a história 
Uma Biblioteca Pode Fazer Milagres
e imaginares que outros milagres uma biblioteca poderia fazer por ti!


Diverte-te! 


30 junho, 2020

DIAS DE QUARENTENA - AVENTURA LITERÁRIA


Continuando a caminhar nas férias escolares, deixamos aqui mais um artigo sobre como envolver os jovens leitores nos livros.

1 - Observar a Capa

Não é por acaso que os livros infantis costumam ter capas bonitas, coloridas, atraentes. Por isso, é importante observar bem os detalhes que os ilustradores quiseram mostrar na capa. Será uma boa pista para começar a desvendar o seu conteúdo.

2 - Abrir o livro

Sim, esse grande momento, esse primeiro mergulho na história que os miúdos estarão ansiosos por descobrir… deve ser feito devagar, para aumentar o suspense.

3 - Falar sobre as ilustrações

Os livros do Clube de LeYtura são escolhidos a dedo pelos seus textos mas, também, pelas suas ilustrações, que são na maior parte dos casos, assinadas por grandes artistas. Merecem, tal como as palavras, especial atenção e reflexão.

4 - Deixar a criança virar a página

Afinal de quem é o livro? Darmos aos pequenos leitores a iniciativa de mudar a página é uma ótima forma de os interessar pela história e de deixar que seja lida ao seu ritmo.

5 - Ler as palavras indicando com o dedo

Porque em muitos casos ainda estão a dar os primeiros passos na leitura, este velho truque ajuda a descobrir cada palavra e a orientar os mais pequenos para o momento da história em que estamos.

6 - Tornar a história atrativa, dar-lhe VIDA!

As crianças apreciam quando fazemos um pequeno teatro enquanto contamos a história, dando vozes diferentes às personagens ou gesticulando e mimetizando o que estamos a ler.

7 - Ir fazendo perguntas sobre a história

Isto vai fazer com que se mantenham atentos ao que estão a ler e interiorizem melhor a história.

8 - Verificar se a criança está atenta e a gostar

Fazer perguntas sobre a história, mas também sobre se esta lhes está a agradar é outro truque útil para evitar que se distraiam e distanciem do livro.

9 - Deixar a criança comentar

Cada gargalhada, sorriso ou comentário é um sinal claro de que o livro está a ter efeito nos pequenos leitores. Deixá-los mostrar esse interesse é benéfico.

10 - Possibilitar que a criança conte a história ou partes da história

Um dos principais objetivos do Clube de LeYtura é que as crianças ganhem autonomia na leitura dos textos e mais rapidamente se tornem pequenos grandes leitores!
https://blog.clubedeleytura.com
/blog/ab91b8c0-fb94-4bab-887c-ca1a63286cd6



DIAS DEQUARENTENA - ARTAQUI IX


As aulas terminaram mas os trabalhos dos nossos artistas continuam em exposição. Hoje abrimos a Sala IX da nossa galeria virtual da Biblioteca Escolar Ferreira de Castro, com a Exposição ARTAQUI com chapéus de chuva ou de sol e o seu criativo padrão dos nossos alunos de 8º e 9º anos.


Filipe Meira, 9ºI



André Ferreira, 9ºI



Margarida Brás, 9ºI



Margarida Carapinha, 8ºG



Margarida Cruz, 8º G



Nicole Leitão, 8ºE



Lia Guedes, 8ºG



Isabella Oliveira, 8ºA

DIAS DE QUARENTENA - HÁBITOS DE LEITURA NAS CRIANÇAS


     Em início de férias partilhamos um artigo sobre como criar hábitos de leitura nas crianças.O testemunho de um pai pode ajudar outros pais a incentivar a leitura junto dos mais novos.

Testemunho de um pai 

Com ou sem isolamento, mesmo passando tanto tempo em casa não é fácil conseguir que as minhas filhas troquem a Netflix, tablets e jogos de vídeo por um livro. Forçar esta troca ou obrigá-las a ler como castigo raramente trouxe benefícios e, muitas vezes, até teve o efeito contrário. 

Queria partilhar convosco 7 dicas que eu uso para que as minhas filhas troquem os comandos da TV e outros produtos digitais por um livro. 

1. Acessibilidade dos livros 

Eu tenho os livros em locais acessíveis de acordo com a idade de cada filha. Tal como num supermercado, os "lineares mais valiosos" são as que estão à altura da nossa vista. Aprendendo com os truques dos melhores retalhistas, cá em casa, os livros de cada filha estão nas prateleiras onde cada uma tem mais fácil acesso e visualização. Muitas vezes, a minha filha mais nova (2 anos e meio), por si própria, chega ao quarto, pega nos livros sozinha e folheia-os logo ali, sentada ao lado da estante. 

2. Ler regularmente para os filhos, desde muito novos 

Este truque resulta a qualquer hora do dia e ajuda a acalmar e relaxar uma criança. A clássica história antes de adormecer é muito importante na nossa rotina familiar e irei escrever sobre isso brevemente. Mas roubei esta ideia da creche das minhas filhas, onde conseguem acalmar uma "alcateia" de crianças com a simples leitura de um livro. Muitas vezes, quando as minhas filhas estão mais irritadiças e com birras, pego num livro e conto-lhes uma história. 

3. Ler à frente dos vossos filhos e falar sobre essas leituras durante o jantar 

Afinal, temos de dar o exemplo. Grande parte das brincadeiras dos nossos filhos são a imitar a vida que veem. A minha filha mais nova "cozinha e alimenta" as suas bonecas tal como nós o fazemos a ela. Se os nossos filhos nos virem a ler, irão entender a leitura como uma parte importante da nossa vida quotidiana e quererão imitar-nos também. 

4. Deixá-los escolher o que querem ler 

Não podemos ser exigentes, desde que seja apropriado para a idade. Um romance, banda desenhada ou um e-book num tablet, se foi a criança a escolher, a leitura não irá ser uma obrigação mas uma diversão. Pode ser que eles nos surpreendam. Recentemente a minha filha mais velha (14 anos) comprou, com a sua mesada, um livro em inglês do biólogo evolucionista britânico Richard Dawkins, depois de acharmos que apenas iria ler romances de vampiros adolescentes o resto da vida. 

5. "Conectar" a leitura às novas tecnologias (e velhas também) 

Sugeri à minha filha adolescente fazer um Tik-Tok relativamente ao que está a ler. Agora, ela procura nos livros inspiração para criar vídeos. Já a minha filha do meio (7 anos) adora fazer desenhos sobre os livros que lê. 

6. Um ás de trunfo para adolescentes: livros dos filmes que eles gostaram 

A minha filha adolescente fica tão fascinada com alguns filmes que adora descobrir mais sobre a história dentro do livro no qual o filme foi baseado, ou, simplesmente, ler um livro sobre o filme. Aqui o truque é o timming, isto é, não desfasar muito o tempo entre a visualização do filme e a leitura do livro. 

7. Criar um “gancho”, tal como nas séries modernas 

Isto resulta muito bem com a minha filha de 7 anos. Começo a ler-lhe um livro e quando chego a uma parte que lhe suscita mais curiosidade, deixo-lhe o livro para ela acabar de ler. 

Espero que estas dicas vos ajudem 
https://blog.clubedeleytura.com
/blog/42dc8e2c-0903-42ad-aade-6b81771e7ddd

29 junho, 2020

DIAS DE QUARENTENA - 29 DE JUNHO DE 1900:NASCE ANTOINE DE SAINT-ÉXUPERY


     Aviador e escritor francês, Antoine-Marie-Roger de Saint-Exupéry nasceu no dia 29 de junho de 1900, em Lyon, oriundo de uma família antiga da nobreza rural. O pai, um executivo de uma companhia de seguros, faleceu em 1904 vítima de apoplexia, o que terá levado a mãe, mulher de sensibilidade artística, a mudar-se com os filhos para Le Mans, em 1909. O jovem Antoine passaria portanto os seus anos de meninice no castelo de Saint Maurice de Rémens, rodeado das atenções das irmãs, tias, primas, amas e amigas da família. 

     Deixaria o castelo para estudar nos colégios jesuitas de Montgré e Le Mans e, na Suíça, entre os anos de 1915 e 1917, num colégio interno dirigido por padres marianos, em Fribourg. Após ter sido reprovado no exame final dos preparatórios para a universidade, ingressou na Escola de Belas-Artes como estudante de Arquitetura. 

     Em 1921 começou o cumprimento do serviço militar, às ordens do Segundo Regimento de Caçadores mas, como havia antes, aos doze anos de idade embarcado pela primeira vez num avião, foi enviado para Estrasburgo com a finalidade de receber treino como piloto. Fez o seu primeiro voo desacompanhado a 9 de julho de 1921 e, no ano seguinte, com a obtenção do brevet, recebeu uma proposta de adesão à Força Aérea francesa. Acabaria por recusar, cedendo às pressões da família da sua noiva, a romancista Louise de Vilmorin, e tentou estabelecer-se em Paris, trabalhando num escritório e escrevendo em simultâneo. 

     A vida de aspirante a homem de família em Paris não se revelou muito proveitosa para Saint-Exupéry. Assim, após ter calcorreado sucessivos empregos, de guarda-livros a caixeiro-viajante, viu romper-se o noivado, e decidiu retomar a sua carreira na aviação. 

     Numa época em que a aviação postal dava os seus primeiros passos como séria concorrente às expedições por via marítima e férrea, Antoine de Saint-Exupéry passou a pertencer, com a assinatura de um contrato com a Aéropostale, ao grupo de pioneiros cuja coragem desafiava os limites da razão e da segurança, batendo recordes de velocidade para entregar o que o escritor gostava de considerar como cartas de amor. 

     Em 1926 publicou, na revista literária Le Navire d'Argent, o seu primeiro conto, L'Aviateur. 

     Fazendo a ponte aérea entre a França e o Norte de África durante três anos, e escapando à morte por diversas vezes, Saint-Exupéry ascendeu, em 1928, ao cargo de diretor do aeródromo de Cap Juby, no Rio de Oro, situado no deserto do Sara. Aí, não só se sentiu fascinado pela aridez da paisagem, como encontrou tempo e disposição para escrever Courrier-Sud (1929), o seu primeiro romance, em que tratava o fracasso da sua relação com Louise contraposto à bravura dos pilotos da aviação postal. 

     Ainda no mesmo ano, Saint-Exupéry mudou-se para a América do Sul, onde foi nomeado diretor da companhia Aeroposta Argentina. Pilotando aviões de correio, voou através dos Andes, amealhando experiências que lhe serviram como material para o seu segundo romance, Vol de Nuit (1931, Voo na Noite), que logo se tornou um sucesso de vendas internacional, tendo ganho o prémio literário Femina e sido adaptado para cinema em 1933, com nomes como Clark Gable e Lionel Barrymore no elenco. Na obra, Rivière, um chefe de aeroporto calejado, perdeu todas as perspetivas de chegar à reforma, tendo aceite o trabalho de pilotagem de voos postais como o seu destino. 

     Em 1931, Antoine de Saint-Exupéry contraiu matrimónio com uma viúva, Consuelo Gómez Castillo, cujas amizades compreendiam figuras literárias como Maurice Maeterlinck e Gabriele d'Annunzio, e que viria a descrever o escritor, nas suas memórias, como uma criança ou um anjo caído do céu. Consuelo, apesar da adoração que sentia por Saint-Exupéry, viveu com ele um casamento conturbado, repleto de ausências, ciúmes e infidelidades de ambas as partes. 

     Com o encerramento do correio aéreo na Argentina, Saint-Exupéry regressou à Europa, onde passou a fazer a ponte aérea entre Casablanca e Port Étinne, bem como a exercer a profissão de piloto de ensaios para a Air France e outras companhias de aviação. Deu contribuições para o periódico Paris-Soir e chegou mesmo a fazer a cobertura dos acontecimentos do May-Day em Moscovo e a escrever uma série de artigos sobre a Guerra Civil de Espanha. 

     Em 1935, aos comandos de uma aeronave experimental ao serviço da Air France, despenhou-se quando sobrevoava o Norte de África e, tendo sobrevivido, teve que caminhar pelo deserto durante alguns dias, até ter sido salvo por uma caravana. Dois anos depois, pilotando o mesmo modelo, escapou à morte com ferimentos graves quando o avião caiu sobre a Guatemala. 

     Durante o período de convalescença, foi fortemente encorajado pelo amigo e escritor André Gide a escrever sobre a sua profissão. Terre des Hommes (Terra dos Homens) seria publicado em 1939, ano em que arrebataria os prémios da Academia Francesa para Romance e o National Book Award nos Estados Unidos. 

     Com a ocupação da França pelas tropas Nacional-Socialistas alemãs, em 1940, Saint-Exupéry alistou-se e, embora acabasse por ser considerado como inapto para a aviação militar por causa dos seus ferimentos, chegou a pilotar alguns voos de ousadia, que lhe valeram a condecoração Cruz de Guerra. No mês de junho do mesmo ano, e após a assinatura do armistício pelo Marechal Pétain, Saint-Exupéry mudou-se para a França livre com a irmã, de onde partiu para os Estados Unidos. Publicaria, em 1942, na cidade de Nova Iorque Pilote de Guerre, romance em que descrevia a sua fuga da pátria ocupada, e que seria banido pelas autoridades alemãs em França. 


     Juntar-se-ia de novo, em 1943, à Força Aérea francesa baseada no Norte de África e, depois de uma aterragem duvidosa, seria declarado pelo seu comandante como demasiado velho para pilotar. Não obstante, conseguiria posterior autorização para prosseguir os seus voos militares. No mesmo ano publicaria a sua obra mais conhecida, Le Petit Prince (O Principezinho), uma fábula infantil para adultos, traduzida para quase meia centena de línguas, das quais se inclui o Latim. O narrador da obra é um piloto que é forçado a aterrar de emergência no deserto, onde encontra um rapazinho, que se revela ser um príncipe de outro planeta. O principezinho conta-lhe as suas aventuras na Terra e fala-lhe da preciosa rosa que possui no seu astro natal. Acaba, no entanto por ficar desiludido ao saber que as rosas são bastante comuns na Terra e é aconselhado, por uma raposa do deserto, a continuar a amar a sua rosa rara. O principezinho regressa ao seu próprio planeta, tendo, contudo, encontrado um sentido para a sua vida. 

     Descolando da ilha da Sardenha a 31 de julho de 1944, em missão de reconhecimento, Saint-Exupéry nunca chegaria ao destino no Sul de França. Restam dúvidas quanto às possibilidades de ter sido abatido, ter tido uma falha técnica ou cometido suicídio. Deixou em terra o manuscrito inacabado de La Citadelle (1948, Cidadela), em que refletia o seu crescente interesse pela política. 
 
     Em 1998, a cerca de 100 milhas marítimas ao largo da costa de Marselha, um pescador local encontrou no mar uma pulseira com o nome de Saint-Exupéry e de Consuelo Gómez Castillo, a qual suscita ainda incertezas quanto à sua autenticidade. 
Antoine de Saint-Exupéry. In Infopédia [Em linha]. 
Porto: Porto Editora, 2003-2012.

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