Hoje é a vez da Daniela Vicente nos falar um pouco da obra que leu e trabalhou, na atividade realizada com a turma C do 9º ano, Ler o Holocausto, com a disciplina de História e a Biblioteca Escolar Ferreira de Castro.
O livro que a Daniela nos vai apresentar é A Última Testemunha de Auschwitz, de Denis Avey:
Denis
Avey
Denis Avey, nasceu a 11 de janeiro de 1919 no Essex no Reino Unido. Estudou na Faculdade de Leyton, e aos 20 anos alistou-se no exército. Rob Broomby, é jornalista do BBC World Service, trabalha há mais de 20 anos como jornalista radiofónico, especialmente para o BBC Radio.
Este livro conta a história de Denis Avey, um soldado britânico que começou por combater no deserto (“Verificava se o meu revólver 38 estava mesmo ali ao lado, se as granadas de mão estavam ao meu alcance e, depois, baixava a cabeça.” (página 39)) onde acabou por ser ferido (“Não senti ter sido atingido por uma bala. Foi apenas um golpe violento no tronco quando me estiquei para lançar a última granada. Fora ferido.” (página 103)) e feito prisioneiro.
Mais tarde, foi levado para o campo de trabalho E715 perto de Auschwitz III, onde salvou a vida de um prisioneiro judeu contrabandeando cigarros e acabou por trocar de lugar com um prisioneiro judeu por duas vezes onde relatou o que viu. “Ouvi um homem a ser espancado por se mexer com muita lentidão. Alguém que estava demasiado fraco para se pôr em pé.” (página 182) Por esse motivo, em 2010, foi distinguido como um dos 27 “Heróis Britânicos do Holocausto”. Algum tempo depois, os prisioneiros de guerra e os judeus foram obrigados a abandonar os campos e a fazerem o que ficou conhecido como marcha da morte. “Tinha visões da marcha da morte e dos corpos congelados. Caminhávamos por cima deles ao longo de quilómetros.” (página 229).
Denis Avey com
92 anos
O pós-guerra não foi fácil e Denis Avey sofreu muito com as memórias de tudo pelo que passou. “Tinha a memória saturada, mas não conseguia deitar nada cá para fora. A quem contaria alguma coisa? Olhando agora para trás, sei que me encontrava num estado terrível. Stress pós-traumático, é como lhe chamam hoje em dia. Precisei de anos para regressar ao pensamento racional. Eu era mesmo estranho.” (página 229).
Acho muito importante que nós conheçamos livros sobre este tema apesar da brutalidade, pois assim contribuímos para que nada igual aconteça no futuro.
Acho muito importante que nós conheçamos livros sobre este tema apesar da brutalidade, pois assim contribuímos para que nada igual aconteça no futuro.