Blogue da Biblioteca Escolar da Escola Básica Ferreira de Castro - Sintra

Aqui partilhamos tudo o que acontece na nossa Biblioteca.

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05 fevereiro, 2014

Pequenos Detalhes

Talvez seja apenas o toque suave do amanhecer,
Ou o bater revoltado porém relaxante das ondas do mar,
Talvez seja o facto de tudo à minha volta crescer,
E eu estar presa no mesmo lugar;

Tudo me deixa inquieta,
E tudo me deixa com vontade de voar,
Voar num sentido diferente,
Voar no sentido de fugir,
Voar no sentido de escapar;

Gostava de controlar esta vontade
De ir para longe, onde apenas o amanhecer ficará,
O amanhecer e o vento,
O vento e o mar,
O mar e a Terra,
Estes os únicos incapazes de me torturar;

Todos à minha volta exigem mais,
Mas ninguém tenta pôr-se no meu lugar;

A tranquilidade do sol, faz-me mergulhar,
Mergulhar no meu próprio paraíso,
Onde apenas fico eu e o magnifico rebentar das ondas
Não posso pedir mais,
Porque um pouco de paz é tudo o que eu preciso;

Às vezes é mais do que apenas difícil,
Quando todos te deixam para trás
Por mais que tu supliques por nada mais que uma mão amiga,
Pronta para te ajudar;

Talvez não seja a dor constante que se apodera de mim,
Mas a falta dela no resto das pessoas,
Esta insensibilidade do mundo
Magoa-nos a todos mutuamente;

Estou farta de me refugiar nas minhas palavras secretas,
O meu caderno parece ser a minha droga,
Mas já me faltam poucas páginas por escrever,
Por mais que aperte a letra, sei que não vai caber,
Outro facto que me apavora;

Continuo sozinha por agora,
E parece eterno,
Todos os que me amam estão fora,
Longe deste inferno;

Volto a caminhar pelas praias desertas,
Apaixono-me mais uma vez pelo som suave do mar,
Sinto-me mais acompanhada quando o vento me persegue,
Pela primeira vez não há rochas que me façam tropeçar;

Personalizo tudo na minha mente,
Não crio um sítio perfeito,
Apenas imagino outro meio ambiente;

Passam borboletas coloridas por mim,
Fazem-me perguntar como é que existem seres tão belos,
Irregulares e diferentes,
Mas tão inocentes e pequenos;

Diferentes da sociedade,
Que é grande e assustadora,
Livres das discriminações,
E ameaças do mundo de agora;

Sinto uma pontada de inveja a correr-me pelo sangue,
Quando penso na liberdade delas,
Podem voar para onde querem,
Podem voar para terras paralelas,

Sem ninguém para as impedir,
Sem ninguém a tentar detê-las,
Como me acontece a mim,
Quando tento distanciar-me desta guerra entre feras;

De monstros, de destruidores da Natureza,
É do que este planeta está coberto,
De pessoas que não pensam primeiro,
Antes de acabar com tudo o que encontram por perto,

Sento-me no meio da areia branca,
Evito pensar mais no assunto,
Mas continua a incomodar-me,
Como é que alguém é capaz de destruir algo tão puro?

Deixo os meus dedos traçar linhas entre as pedras minúsculas,
É tão valioso, é tão magnífico,
As diferentes cores de cada grãozinho de areia,
As diferentes texturas e tamanhos;

Não há nada que eu possa fazer,
Nada que eu possa pedir,
Não posso apenas por tudo de parte
E gastar o meu tempo a discutir;

Não pela falta de vontade,
Mas pelo facto de ninguém me ouvir,
Ignorar é pior que odiar na minha opinião,
Ignorar é ferir;

O brilhar do Sol ofusca-me a visão,
É tão forte, tão poderoso,
Será que mais ninguém vê o que eu vejo?
Têm de ver,
Não há maneira de evitar olhar para algo tão precioso;

Chegou como chegava sempre,
A hora do fim;

Isto era o exemplo duma tarde agradável,
No meu entender,
Eu gosto do calmo, do simples,
Dos pequenos detalhes, impossíveis de esquecer;

Pequenos detalhes como as pequenas diferenças,
Nas asas das borboletas,
Ou as diferentes intensidades do vento;

As minhas mãos tremiam,
Não por mim mas pelo meu lar,
Porque esta praia deserta,
Era onde eu me sentia bem, onde eu queria estar;

A caminho de casa senti um vento frio,
Vesti o casaco mas não passou,
Não ia passar;

Havia pessoas cruéis, e más;
E agora não me referia aos ladrões ou assassinos,
Referia-me a todos,
Todos eramos no fundo, uns criminosos;

Crime era tratar o nosso planeta assim,
Crime era ignorar todos estes factos,
Crime era não ver os pequenos detalhes,
E não lutar para os manter intactos.

 Poema vencedor do Concurso "Faça Lá Um Poema", 3º Ciclo, 
Daniela Jankovic, 9ºAno,Turma C, Nº 8, Escola B2,3 Ferreira de Castro



27 janeiro, 2014

Maria Teresa Maia Gonzalez

A escritora Maria Teresa Maia Gonzalez esteve na nossa Biblioteca, onde pode trabalhar com algumas turmas do 7º ano. Muito agradecemos a sua presença e o bom trabalho e participação dos nossos alunos.

Aqui estão as fotos dessa atividade.

22 janeiro, 2014

O Tigre Branco

 

Realizou-se na passada sexta-feira mais uma sessão do nosso Clube de Leitura. A obra comentada foi “O Reino do Dragão de Ouro”, de Isabel Allende, conforme publicámos aqui.

Decidiu-se que a próxima leitura será “O Tigre Branco” de Aravind Adiga”, que apresentamos aqui.

 

Sinopse tigre_branco_com1

“Premiado com o Booker Prize de 2008, O Tigre Branco é um romance de estreia auspicioso que, sem cair no cliché do romantismo exótico e superficial, nos revela uma Índia ainda muito pouco explorada pela ficção, a Índia negra, violenta e exuberante das desigualdades socioculturais endémicas. Aravind Adiga oferece-nos um retrato cru e muito pouco glamoroso da desumana realidade de vida das classes mais pobres pela voz espirituosa e mordaz do narrador, Balram Halwai, um jovem que cresce no interior miserável da Índia e se torna um empresário de sucesso em Bangalore. E é através do seu percurso moralmente ambíguo que conhecemos as discrepâncias chocantes entre o luxo extravagante da elite rica dos boulevards e a luta desesperada pela sobrevivência dos que nada têm. Uma comédia negra irreverente que desmistifica a Índia lírica e nostálgica que tantas vezes idealizamos. “

Presença, 2010

Este livro é uma carta escrita pelo protagonista,  Balram Halwai, e dirigida ao Primeiro-Ministro Chinês, que visitará a Índia em breve. Nela Balram descreve a sua vida. Oriundo de uma casta inferior, viveu uma infância miserável e cresceu sem saber o que era uma rede de esgotos ou a eletricidade. O pai morreu de tuberculose num hospital sem médicos, onde os doentes se deitavam em folhas de jornal. Balram cresceu, deixou para trás a sua terra e foi para a cidade,  em busca de trabalho.  Vítima  da sua condição inferior, Balram, apesar de ser inteligente,  não conseguiu fugir ao seu destino: servir os ricos, sofrer a injustiça, a miséria e a fome. O seu destino foi marcado pela casta a que pertencia.

Na carta de Balram está a realidade de uma nação corrupta, criminosa e repleta de vícios. Um assassino é facilmente ilibado do seu crime. Há sempre um criado que paga pelos erros alheios. Esta decadência da sociedade e do ser humano é descrita de forma brilhante, em tom direto, pautado por uma subtil ironia.

Fonte: http://planetamarcia.blogs.sapo.pt/343790.html (adaptado)

Concurso Nacional de Leitura


Foi na passada quinta-feira que se realizou a primeira fase do Concurso Nacional de Leitura, para apurar quais os alunos que representarão a nossa escola na fase distrital do concurso.
Os concorrentes estão de parabéns, pois a sua participação é voluntária e a sua tarefa era responder a um questionário sobre os livros “O Gato Malhado e a Andorinha Sinhá”, de Jorge Amado e “Amados Gatos” de  José Jorge Letria. A prova foi considerada difícil, sobretudo a que dizia respeito a esta última obra, pois era constituída por um número elevado de pequenos contos.
Participaram 24 alunos: 8 do 7º ano, 13 do 8º e 3 do 9º ano. 
Os alunos responderam a cerca de 60 perguntas, tendo sido apurados os seguintes concorrentes:
1º Marta João, 9º E, com 47 respostas corretas;
2º Filipe Reis, 8º D, com 46 respostas corretas;
3º Ana Rita Pires, 7º J, com 45 respostas corretas.

13 janeiro, 2014

O Vale dos Yetis

 


"Tensing, o monge budista, e o seu discípulo,o príncipe Dil Bahadur, tinham escalado durante dias os altos cumes ao norte da cordilheira dos Himalaias, a região dos gelos eternos, onde só alguns lamas puseram os pés ao longo da história. Nenhum dos dois reparava nas horas, porque o tempo não lhes interessava. O calendário é uma invenção humana; a nível espiritual, o tempo não existe, ensinara o mestre ao seu aluno.
    Para eles o que importava era a travessia, que o jovem efectuava pela primeira vez. O monge recordava tê-lo feito numa vida anterior, mas essas lembranças eram um pouco confusas. Guiavam-se pelas indicações de um pergaminho e orientavam-se pelas estrelas, num terreno onde, mesmo no verão, imperavam condições muito duras. A temperatura, vários graus abaixo de zero, era suportável apenas durante alguns meses por ano, quando as temperaturas fatídicas deixavam de fustigar aquela região".

 
O Reino do Dragão de Ouro,  o terceiro volume da trilogia de Isabel Allende. Para além das peripécias vividas pelos protagonistas, a autora também desvela o valor e a simplicidade dos ensinamentos budistas.
 É assim que começa o romance
   E é deste modo que os membros do Clube de Leitura Ferreira de Castro começarão mais uma sessão, na próxima sexta-feira, dia 17 de janeiro, pelas 21h, na Biblioteca da nossa escola.

    E já agora, sabes o que é um yeti?
   


   

A Lua de Joana

"A Lua de Joana" de Maria Teresa Maia Gonzalez tem mais de 
300 000 exemplares vendidos, já foi traduzido em várias línguas e é um dos livros mais conhecidos e apreciados pelos jovens leitores.
Sobre ele escreveu o Padre Feytor Pinto: "Ao lermos A Lua de Joana não podemos deixar de pensar na forma como, muitas vezes, relegamos para segundo plano aquilo que é realmente importante na vida.  
Este livro alerta-nos para a importância de estarmos atentos a nós e ao outro, e de sermos capazes de, em conjunto, percorrer um caminho que conduza a uma vida plena...
Não deixe de o ler."

Maria Teresa Maia Gonzalez

A escritora Maria Teresa Maia Gozalez visitará a nossa escola, no dia 20 de janeiro, para estar à conversa com algumas turmas do 7.º ano que leram os seus livros.  
A escritora tem já uma vasta obra dedicada às crianças e aos jovens. Quem é que não ouviu  falar do livro "A Lua de Joana" e da coleção "O Clube das Chaves"